Arqueólogos descobrem cidade de 7 mil anos no Egito
24 de novembro de 2016
Cidade residencial e cemitério datados de 5316 a.C. são encontrados nas proximidades de Abidos, na província de Sohag. Novidade pode ajudar a recuperar o turismo no país.
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Não se trata de uma única escultura ou tumba. Arqueólogos egípcios anunciaram nesta quarta-feira (23/11) a descoberta de partes do que pode ter sido uma verdadeira cidade residencial do Egito antigo, datada de 5.316 antes de Cristo.
Os vestígios foram encontrados a cerca de 400 metros ao sul do templo do faraó Seti 1º, em Abidos, na província de Sohag, a 390 quilômetros ao sul do Cairo. Abidos é uma das mais antigas cidades egípcias e que teria sido capital na era pré-dinástica e nas primeiras quatro dinastias.
Na cidade há um enorme cemitério, com pelo menos 15 túmulos grandes, diversos objetos decorativos de cerâmicas ou de uso cotidiano e estruturas que provavelmente serviam de moradia para quem vivia lá, possivelmente pessoas encarregadas da construção de cemitérios da família real em Abidos.
"O tamanho desses túmulos é maior do que os encontrados em Abidos, datados da primeira Dinastia. Isso leva a crer que as pessoas sepultadas no local pertenciam a uma hierarquia social muito alta", afirmou o ministro das Antiguidades do Egito, Mahmoud Afifi.
O chefe da missão arqueológica, Yasser Mahmoud Hussein, disse que "os túmulos (com forma de mastaba) são únicos em seu estilo arquitetônico, já que contêm mais de um nível, e alguns chegam a ter até quatro".
Afifi destacou a importância da descoberta, já que é possível que os objetos encontrados revelem novas informações sobre a história da cidade de Abidos.
Além de ampliar os conhecimentos sobre a civilização egípcia, a cidade recém-descoberta pode ajudar a aumentar o turismo no país.
Em 2010, o Egito recebeu cerca de 14,7 milhões de turistas. Após a queda do ex-ditador Hosni Mubarak, em 2011, o turismo no país começou a cair drasticamente. No ano passado, um ataque terrorista matou 224 turistas que sobrevoavam o Mar Vermelho a bordo de um avião russo, reforçando a imagem de insegurança do país.
Nos primeiros três meses de 2016, o Egito recebeu apenas 1,2 milhão de turistas. No mesmo período de 2015, esse número chegava a 2,2 milhões. As autoridades egípcias esperam que a novidade dê um novo rumo a essas estatísticas.
NT/rtr/afp/efe/ots
Cleópatra, a eterna diva
Artistas barrocos a estilizaram como diva pecaminosa, a cultura pop ocidental a celebra como ícone. Exposição em Bonn segue os passos do mito Cleópatra, a enigmática rainha egípcia.
Foto: London Express/dpa/picture-alliance
A grande sedutora
Intrigante e inteligente, diva pecaminosa, ícone da cultura pop: última rainha do Egito antigo fascina artistas até hoje. Cada época criou sua imagem da eterna diva – também o século 20: em 1963, a estrela Liz Taylor interpretou Cleópatra no filme homônimo como uma grande sedutora – e foi imortalizada por esse papel. A seguir, uma viagem no tempo, nos passos da enigmática soberana.
Foto: imago stock&people
Três poderosos de Roma
Sobre a Cleópatra histórica (69-30 a.C) pouco se sabe. Em vida a última rainha egípcia era considerada a mulher mais rica do mundo. Ela se confrontou com três romanos poderosos: Júlio César (foto), Marco Antônio e Otaviano – que mais tarde se tornaria o imperador Augusto. César a ajudou no caminho para a hegemonia do Egito. Com ele, Cleópatra teve um filho. Mas então veio a catástrofe…
Foto: Hulton Archive/Getty Images
Exuberância celebrada
Cenas da vida de Cleópatra adornavam as paredes das residências senhoriais barrocas. Dois episódios em especial fascinavam a gente da época: o primeiro encontro com o amante Marco Antônio; e o banquete em que Cleópatra supostamente dissolveu em vinagre a pérola mais cara da época, para depois bebê-la.
Foto: Bundeskunsthalle Bonn
Egito Antigo em voga
A partir de 1800, uma onda de entusiasmo pelo Egito varreu a Europa. Os pintores mostravam Cleópatra num ambiente egípcio-oriental, a antiga rainha se transformou numa enigmática "femme fatale". Isso fica especialmente evidente no teatro, o centro da vida cultural burguesa no século 19. Na foto, a atriz francesa Sarah Bernhardt como Cleópatra, em 1891.
Foto: public domain
Regente com "glamour"
Como personagem do cinema, Cleópatra marca até hoje. Sua história foi filmada já na era do cinema mudo. Liz Taylor a interpretou como regente plena de "glamour" e ampla visão política. E 50 anos depois, a atriz segue associada com a imagem de Cleópatra – aqui ao lado de Richard Burton, como Marco Antônio. Mas uma nova versão hollywoodiana está a caminho, com Angelina Jolie cogitada para o papel.
Foto: imago stock&people
Foxxy Cleopatra
Mas também a atriz Halle Berry está sendo cogitada para representar Cleópatra. Há uma razão: desde o final do século 19, os afro-americanos se identificam com a soberana egípcia, pois veem nela uma ligação com a África e a realeza africana. Na foto, a cantora afro-americana Beyoncé como a personagem Foxxy Cleópatra na comédia " Austin Powers – O homem do membro de ouro", de 2002.
Foto: imago stock&people
Cleópatra e seus atributos
Também outros artistas, como a cantora Lady Gaga (foto), gostam de se apresentar como Cleópatra. Para tal, costumam "citar" determinados atributos relacionados às representações da rainha: a maquiagem escura dos olhos de Liz Taylor, as pérolas, o ouro opulento, as poses lascivas. Essas mini-homenagens transformaram Cleópatra num ícone da cultura pop.