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CulturaIsrael

Arqueólogos acham manuscritos bíblicos de quase 2 mil anos

16 de março de 2021

Fragmentos de pergaminho bíblico foram achados em caverna no deserto da Judeia e fazem parte de coleção de escritos judaicos conhecidos como Manuscritos do Mar Morto. É a primeira descoberta do tipo em 60 anos.

Mão com luva azul segura pinça. Sobre a mesa, fragmentos amarelados de um texto.
Idade dos fragmentos foi calculada utilizando radiocarbonoFoto: Sebastian Scheiner/AP Photo/dpa/picture alliance

Arqueólogos israelenses anunciaram nesta terça-feira (16/03) a descoberta de dezenas de fragmentos de um pergaminho bíblico de 1.900 anos. Os textos fazem parte de uma coleção de manuscritos judaicos conhecidos como Manuscritos do Mar Morto, descobertos há mais de seis décadas.

"Pela primeira vez em aproximadamente 60 anos, as escavações arqueológicas revelaram fragmentos de um pergaminho bíblico", disse a Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA) em comunicado.

Os fragmentos foram encontrados em uma caverna na reserva natural Nahal Hever, no deserto da Judeia, ao sul de Jerusalém. O lugar é conhecido como "Caverna do Horror", pois 40 esqueletos humanos foram encontrados ali durante escavações na década de 1960.

Através de radiocarbono, foi possível descobrir que os fragmentos são do século 2º. Os textos, escritos em grego, permitiram reconstruir passagens dos livros de Zacarias e Naum, que fazem parte do livro dos doze profetas menores da Bíblia. Embora o texto esteja em grego, o nome de Deus está redigido na antiga escrita hebraica, disse a IAA.

Acredita-se que os fragmentos tenham sido escondidos no local durante a Revolta de Bar Kochba, um levante armado contra Roma durante o reinado do imperador Adriano, entre 132 e 136 d.C. Segundo arqueólogos israelenses, as cavernas serviram como refúgio para os judeus durante a revolta e também anteriormente, na época da destruição do Segundo Templo em Jerusalém pelos romanos, em 70 d.C.

Além dos fragmentos, foram encontrados objetos, um esqueleto de 6.000 anos de uma criança mumificada, envolto em tecido, e uma cesta de 10.500 anos – provavelmente a mais antiga do mundo, estima a Autoridade de Antiguidades de Israel.

Arqueólogos também encontraram cesto de 10.500 anosFoto: Israel Antiquities Authority/dpa/picture alliance

Para a operação, que se estendeu pela parte do deserto da Judeia localizada na Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967, a IAA forneceu aos arqueólogos drones e equipamentos de montanha.

Os Manuscritos do Mar Morto são uma coleção de textos judaicos achados em cavernas no deserto da Cisjordânia. Trata-se de mais de 900 manuscritos encontrados entre 1947 e 1956, considerados uma das descobertas arqueológicas mais importantes de todos os tempos, porque incluem textos religiosos em hebraico, aramaico e grego, bem como a versão mais antiga conhecida do Antigo Testamento.

Desde a descoberta dos Manuscritos do Mar Morto, as cavernas do deserto da Judeia se tornaram o alvo de saqueadores de antiguidades. Por essa razão, a IAA corria contra o tempo para chegar às descobertas antes que elas fossem roubadas.

le/ek (AFP, ots)

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