Pesquisadores encontram, sob densas florestas do país centro-americano, dezenas de milhares de construções, que sugerem que civilização maia tinha milhões de habitantes a mais do que se pensava.
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Usando uma tecnologia de mapeamento aéreo, uma equipe internacional de pesquisadores descobriu, debaixo das densas florestas da Guatemala, pelo menos 60 mil casas, prédios, pirâmides e outras construções da civilização maia até então desconhecidas.
Anunciada nesta quinta-feira (02/02), a descoberta está sendo considerada um marco na arqueologia maia. O achado inclui campos de agricultura de tamanho industrial e canais de irrigação, e sugere que ali viviam milhões de pessoas a mais do que se pensava.
A descoberta foi feita no departamento (estado) de El Peten, que faz fronteira com o México e o Belize. Por trás do trabalho, que se estendeu por dois anos, estiveram pesquisadores americanos, europeus e guatemaltecos.
"É uma revolução na arqueologia maia”, disse Macello Canuto, um dos pesquisadores à frente do projeto. Segundo ele, o achado significa que os maias tinham uma população de 10 milhões de pessoas. "Isso é duas ou três vezes mais habitantes do que se dizia antes.”
Os pesquisadores usaram uma técnica chamada "Lidar” (sigla em inglês para Light Detection and Ranging), uma espécie de escâner que, instalado em uma aeronave, mapeou uma aérea superior a 2 mil quilômetros quadrados por meio de sensores.
"Agora não é necessário cortar a mata para ver o que há por baixo", afirmou Canuto. De acordo com o pesquisador da Universidade de Tulane, a tecnologia permite descobrir em tempo relativamente curto o que demoraria décadas por meio da arqueologia tradicional.
Uma das revelações do estudo foi uma nova pirâmide de 30 metros, que antes havia sido identificada como um morro natural em Tikal, o principal sítio arqueológico guatemalteco. Também foi verificado um sistema de fosso e muralha de 14 quilômetros no mesmo local.
As imagens revelam, sobretudo, que os maias alteraram a paisagem local de forma muito mais ampla do que se pensava. Em algumas regiões, 95% da área era de terras cultiváveis.
"A agricultura era muito mais intensa e sustentável do que pensávamos, eles cultivavam cada canto de terra”, disse o pesquisador Francisco Estrada-Belli. "Eles modificaram a paisagem de forma inimaginável."
O maias, segundo ele, chegaram a drenar áreas pantanosas para usar na agricultura. O extenso sistema de muros, fortificações e canais de irrigação sugerem, além disso, uma força de trabalho altamente organizada.
A civilização maia teve seu esplendor entre os anos 1.000 a.C. e 900 d.C., continuando a se desenvolver durante todo o período pós-clássico, até a chegadas dos espanhóis.
A rica cultura, que incluía língua escrita, matemática, arquitetura, artes e sistemas astronômicos, se expandiu pelos territórios que atualmente abrangem Guatemala, México, Belize, El Salvador e Honduras. Seus descendentes vivem na região até hoje.
As revelações do estudo, apoiado pela Fundação Patrimônio Cultural e Natural Maia (Pacunam), serão exibidas em um documentário que estreará em 11 de fevereiro pelo canal de TV da National Geographic.
RPR/ap/ots
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Dez cidades para se visitar em 2018
Conhecer novas cidades fora dos “roteiros tradicionais” está tendo seu boom. Pensando nisso, especialistas do conhecido guia de viagem "Lonely Planet" revelam quais são os destinos mais indicados para 2018.
Foto: Imago/INSADCO
1. Sevilha, Espanha
Os especialistas do guia Lonely Planet colocam Sevilha no topo da lista. A cidade artística passou a chamar maior atenção depois de ter sido diversas vezes cenário da série de televisão "Game of Thrones". Além disso, a metrópole, antes assolada por engarrafamentos, mudou e, nos últimos anos, se tornou amigável aos ciclistas.
Foto: Colourbox/A. Bogacki
2. Detroit, EUA
Depois de décadas sem chamar a atenção de viajantes, a antiga cidade automobilística volta a entrar em cena. Modelos criativos de negócios - como em destilarias, lojas de bicicletas e galerias - começaram a revitalizar e transformar o desolador cenário de edifícios abandonados. E com os novos habitantes na cidade, surgem também os turistas. Detroit é particularmente popular entre mochileiros.
Foto: picture-alliance/Oliver Lang
3. Camberra, Austrália
Costuma-se dizer que quem visita Camberra conhece o espírito australiano. Há muito a se descobrir na Galeria Nacional, na Biblioteca Nacional e no Memorial de Guerra Australiano. O Parque Nacional Arboretum merece também uma visita: seus 250 hectares contam com uma vasta rede de trilhas e ciclovias entre as 94 florestas de árvores raras, ameaçadas de extinção e simbólicas de toda a Austrália.
Foto: AFP/Getty Images/C. Bennetts
4. Hamburgo, Alemanha
Não é somente o novo e impressionante prédio da sala de concertos Elbphilharmonie que torna a cidade portuária de Hamburgo, no noroeste da Alemanha, um destino de viagem atrativo. De acordo com o guia Lonely Planet, Hamburgo impressiona tanto pela receptividade de seus habitantes como também por sua vida noturna – considerada uma das melhores na Europa.
Foto: picture alliance/dpa
5. Kaohsiung, Taiwan
A segunda maior cidade de Taiwan foi o único destino na Ásia incluído no ranking do Lonely Planet. A cidade portuária traz uma paisagem moderna urbana que mescla templos tradicionais, cafés ao ar livre, ruas largas, parques aquáticos, transportes públicos, ciclovias e espaços culturais. Incorporando, assim, a herança do passado ao presente.
Combinando a elegância clássica e o despojamento moderno, a Antuérpia, uma das maiores cidades europeias, ocupa um dos destaques do guia. Em 2018, a capital “não oficial” de Flandres festejará sua herança barroca com distintas exibições. “Antwerp Baroque 2018” exibirá todas as obras de Rubens, o artista mais famoso que residiu na cidade, além do cenário inovativo do design e arquitetura da cidade.
Foto: picture-alliance/Sergi Reboredo
7. Matera, Itália
As construções em pedra na cidade montanhosa de Matera formam um verdadeiro emaranhado de labirintos, que abrigam cavernas datadas de 9 mil anos, igrejas e monastérios. Isso faz com que Matera seja uma das cidades habitadas mais antigas do mundo. Eleita a Capital Europeia de 2019, Mateda é desde 1993 patrimônio cultural da humanidade da Unesco, tendo seu centro histórico revitalizado.
Foto: picture-alliance/dpa/R. Esposti
8. San Juan, Porto Rico
San Juan é um lugar onde o antigo se encontra com o novo, onde a cidade de passado colonial se encaixa perfeitamente à modernidade urbana. Em setembro, o furacão Maria devastou Porto Rico, tornando-se a maior catástrofe natural que atingiu o arquipélago em nove décadas. Porém, não há dúvida que a cidade será reconstruída e seguirá conservando seu charme característico.
Foto: picture-alliance/robertharding/A. Cavalli
9. Guanajuato, México
A riqueza produzida pela extração da prata em Guanajuato fomentou a criação de uma paisagem urbana impressionante, com igrejas ornamentadas, casas coloridas e bairros tipicamente coloniais. Sua beleza natural mesclada à intervenção humana impressionou os produtores da Pixar de tal modo que utilizaram Guanajuato como referência espacial para a nova animação "Viva - A vida é uma festa".
Foto: Fotolia/ALCE
10. Oslo, Noruega
A capital da Noruega é a quinta cidade europeia no top 10 do guia. O ano de 2018 será repleto de eventos em Oslo: serão festejadas as bodas de ouro do rei e da rainha e os dez anos da Opera House, monumento símbolo da cidade, que contará com uma programação comemorativa. Ou seja, não há ano melhor para visitar Oslo do que 2018.