Arqueólogos descobrem mosaico de 1.800 anos em Israel
8 de fevereiro de 2018
Peça colorida retrata três homens usando togas e traz inscrição em grego. Obra foi encontrada na cidade portuária de Cesareia, durante a escavação de uma construção do período bizantino cerca de 300 anos mais nova.
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Arqueólogos israelenses anunciaram nesta quinta-feira (08/02) a descoberta de um mosaico romano de 1.800 anos na cidade portuária de Cesareia, no litoral mediterrâneo de Israel. A obra foi achada durante a escavação de uma construção do período bizantino cerca de 300 anos mais nova.
"A surpresa foi que encontramos dois lindos monumentos dos dias gloriosos de Cesareia", afirmou Peter Gendelman, codiretor da escavação, em referência ao mosaico e à construção bizantina. Os trabalhos foram coordenados pela Autoridade de Antiguidades de Israel.
Com 3,5 metros de largura e 8 metros de altura, o mosaico colorido, que fazia parte do piso do edifício, retrata três homens usando togas, dois deles em perfil e o terceiro de frente. A obra possui ainda uma inscrição em grego, que está danificada.
Se a construção em que ele foi descoberto foi um dia uma habitação, os arqueólogos supõem que o desenho represente os moradores do local. Mas se foi um espaço público, os homens poderiam ser os doadores do mosaico ou membros do governo municipal, afirmam os especialistas.
"Nunca havíamos encontrado um mosaico desta qualidade em Israel. Obras semelhantes foram descobertas somente no Chipre e no norte da Síria", explicou Uzi Ad, que também é codiretor da escavação.
Batizada em homenagem ao imperador Augusto César, Cesareia foi fundada há cerca de 2.030 anos pelo rei Herodes, que governou a antiga Judeia entre os anos 37 e 4 antes de Cristo. A cidade foi uma importante localidade durante o período romano e a época das Cruzadas.
CN/rtr/afp
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Nok: Misteriosas esculturas pré-históricas da África
As estátuas Nok estão entre as descobertas arqueológicas mais importantes da África subsaariana. As peças de terracota com mais de 2 mil anos são os primeiros testemunhos da escultura no continente.
Foto: Barbara Voss und Monika Heckner
Nok: a origem das esculturas africanas
As esculturas Nok estão entre as descobertas arqueológicas mais importantes da África subsaariana. As peças de terracota com mais de dois mil anos são os primeiros testemunhos da escultura no continente. Até o dia 23 de fevereiro, alguns desses exemplares ficarão expostos no museu Liebieghaus em Frankfurt.
Foto: Goethe-Universität Frankfurt/Institut für Archäologische Wissenschaften/Archäologie und Archäobotanik Afrikas
Saques são constantes
O nome dessas peças vem da região onde elas foram encontradas, a vila Nok, no Planalto de Jos, região central da Nigéria. Em 1928, trabalhadores na mineração de estanho acharam os primeiros exemplares. Desde 2005, uma equipe de arqueólogos alemães e nigerianos trabalha em 200 escavações na região. Saques e destruição são constantes nesses sítios arqueológicos.
Foto: Goethe-Universität Frankfurt
Pré-história da Nigéria
Depois de retiradas da terra, as figuras são restauradas por arqueólogos. Além das esculturas, os pesquisadores se interessam por objetos do cotidiano, como vasos de argila, utensílios de pedras e joias. Eles esperam que esses vestígios arqueológicos revelem um panorama da cultura pré-histórica dessa região da Nigéria.
Foto: Goethe-Universität Frankfurt
Fabricação de ferro
Nas escavações foram encontrados fornos de fundição com indícios de fabricação de ferro, provavelmente uma das mais antigas da história da humanidade. Escombreiras enormes e restos de fornos de fundição indicam que o metal já era produzido 500 anos antes de Cristo na região.
Foto: Goethe-Universität Frankfurt
Mistério de terracota
Não se sabe exatamente qual a função das esculturas. Pesquisadores acreditam que elas eram usadas em diferentes rituais. Uma de suas finalidades era serem destruídas. Nas escavações, foram encontrados centenas de fragmentos que não podem ser reconstruídos. Aparentemente, as peças foram deliberadamente quebradas de forma que não pudessem mais ser recuperadas.
Foto: Goethe-Universität Frankfurt
Pessoas, animais e quimeras
Rostos pontiagudos e desproporcionais e olhos com formato triangular, cujas pupilas são indicadas por um aprofundamento, são típicos dessas esculturas vermelhas. Características individuais como barba, joias e cabelos extravagantes são outros acabamentos artísticos. Elas representam, principalmente, pessoas, animais e quimeras, uma mistura de dois ou mais animais.
Foto: Norbert Miguletz
Inspiração para Picasso
Quando as primeiras esculturas Nok chegaram à Europa, no início do século 20, elas representaram uma libertação para a arte. O que por muitos europeus era considerado arte primitiva, serviu de inspiração para grandes mestres, como Paul Gauguin, Pablo Picasso e Ernst Ludwig Kirchner. Eles viam nessas obras a legitimação para a ruptura com a arte figurativa realista.
Foto: picture-alliance/dpa
Tesouro mundial
As esculturas vermelhas logo arrebataram colecionadores de todo o mundo. Durante muito tempo, elas eram conhecidas somente nos círculos do mercado de arte internacional. Mas começaram a aparecer cada vez mais exemplares em Paris, Londres e Nova York. Hoje as esculturas podem ser admiradas nos principais museus do mundo.
Foto: Stefan Rühl
Roubo de peças e falsificações
Nos mercados de arte internacional, as esculturas são comercializadas por milhões de euros. Mas muitas delas são falsificações ou peças roubadas. A exposição na Liebieghaus apresenta falsificações e esculturas originais lado a lado.
Foto: Barbara Voss/Monika Heckner (Ausschnitt)
Intercâmbio cultural
As esculturas Nok são exibidas em salas dedicadas à arte da Grécia antiga, Roma e Egito. Como as peças são da mesma época, nos museus elas ficam próximas umas às outras. Mas há mais dois mil anos elas estavam isoladas pelo deserto do Saara. Um intercâmbio cultural entre essas regiões era impossível.
Foto: Norbert Miguletz
Primeira exposição
A exposição no museu de Liebieghaus é a primeira da Alemanha sobre arte africana dessa época. Mais de 100 esculturas e fragmentos encontrados nos últimos anos por arqueólogos alemães e africanos estão expostos. Os visitantes também podem conhecer os primeiros resultados da pesquisa que revela alguns mistérios da cultura Nok.