Múmias são encontradas em tumba de 3,5 mil anos que pertencia a magistrado da 18ª dinastia. No local, havia ainda diversos sarcófagos de madeira coloridos e mais de mil estatuetas funerárias.
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Arqueólogos egípcios descobriram oito múmias, diversos sarcófagos de madeira coloridos e mais de mil estatuetas funerárias numa tumba de 3,5 mil anos, localizada próxima a cidade Luxor, no sul do Egito.
"Foi uma surpresa o quanto foi encontrado lá dentro. Essa é uma importante descoberta", afirmou nesta terça-feira (18/04) o ministro de Antiguidades do Egito, Khaled al-Anani.
A tumba da 18ª dinastia foi descoberta na necrópole de Draa Abul Nagaa, localizada próximo ao Vale dos Reis, e aparentemente pertencia a Userhat, um magistrado que trabalha como juiz da cidade. Segundo o arqueólogo Mostafa Waziri, a tumba foi aberta cerca de 500 anos depois pela 21ª dinastia para receber mais múmias.
Inicialmente, autoridades haviam anunciado a descoberta de apenas seis múmias, mas depois mais duas foram encontradas. "Há dez sarcófagos e oito múmias", ressaltou Waziri. A maioria dos sarcófagos está bem conservada, mas alguns estão deteriorados e quebrados.
Arqueólogos esperam localizar mais múmias no local, pois há pelo menos uma sala que já foi descoberta, mas ainda não foi explorada pelos pesquisadores. Para abrir a tumba, os arqueólogos precisaram remover quase 450 metros de destroços.
A tumba consiste num pátio aberto que conduz a um salão retangular, um corredor e uma câmara interna. Escavações estão sendo realizadas numa segunda câmara.
A necrópole está localizada numa região onde faraós egípcios famosos, incluindo Tutancâmon, foram enterrados.
Anani disse que espera que a descoberta atraía mais turistas ao país. O turismo no Egito foi afetado pelos protestos que derrubaram o então presidente Hosni Mubarak em 2011 e diversos atentados terroristas que ocorreram no país nos últimos anos.
CN/dpa/afp/rtr
Contos do Nilo
O rio é fonte essencial de água no Egito, na Etiópia e no Sudão. O Instituto Goethe de Dessau, na Alemanha, apresenta o trabalho de três jovens fotógrafos que registraram o cotidiano à beira do rio nos três países.
Foto: Brook Zerai Mengistu
Unidade e eternidade
O Nilo Azul, na Etiópia, simboliza maior unidade e eternidade divina. Longe das cidades, o rio oferece espaço e paz. Os impressionantes trabalhos da exposição "River Tales" ("Contos do Rio") são exibidos pela primeira vez no Escritório Alemão do Meio Ambiente, em Dessau, até 27 de maio de 2015.
Foto: Brook Zerai Mengistu
Além da crise
Em vez de mostrar os conflitos políticos que afetam os países banhados pelo Nilo, uma exposição fotográfica promovida pelo Instituto Goethe foca nas pessoas que moram próximas ao rio e em seu cotidiano ante as adversidades. O fotógrafo Mahmoud Yakut capturou imagens de Rosetta, no Egito. Graças ao solo fértil, a agricultura é uma importante fonte de renda para muitas famílias no delta do Nilo.
Foto: Mahmoud Yakut
Fazendas de peixes
Perto de Rosetta, o rio mais longo do mundo encontra o Mar Mediterrâneo. Muitas pessoas vivem da pesca na região. Sobre a água, há as chamadas “fazendas de pesca”. Feitas de madeira, elas têm uma pequena cabana no meio, onde cabe apenas uma cama e alguns utensílios para cozinhar e fazer chá. Familiares se revezam para tomar conta de suas fazendas durante todo o dia.
Foto: Mahmoud Yakut
Vida na cidade
Em Rosetta, o passado encontra o presente. Desde a Idade Média, o porto tem sido um importante centro de comércio. A história e o movimento intenso caminham juntos. Ainda que a vida seja simples, a população de Rosetta é conhecida por ser cordial e generosa.
Foto: Mahmoud Yakut
O papel das mulheres
A maioria das mulheres de Rosetta fica em casa, cuidando das crianças e dos afazeres domésticos. Elas fazem pão nos tradicionais fogões de cerâmica. Algumas participam da vida econômica vendendo legumes e queijo feito em casa no mercado. Apesar da pobreza, o povo é bastante hospitaleiro: compartilhar faz parte da filosofia local.
Foto: Mahmoud Yakut
Inspiração criativa
Os três jovens fotógrafos autores da exposição fizeram parte de um workshop organizado pelo Instituto Goethe, no Sudão, em 2013. O projeto permitiu que eles viajassem aos seus respectivos países, muitos abalados por conflitos. Al-Sadig Mohamed, do Sudão, inspirou-se no tradicional artesanato em cerâmica produzido ao longo do Nilo.
Foto: Elsadig Mohamed Ahmed
Sustento no deserto
Ao longo do Nilo, as pessoas produzem cerâmica há séculos. Antes da represa de Assuã ter sido construída, as enchentes anuais deixavam fértil a terra próxima ao rio, no Egito. O rio garante o sustento em vários países africanos. As pessoas sempre dependeram dele para água, transporte, energia, agricultura e habitat. Ele também é um símbolo de mudança constante.
Foto: Elsadig Mohamed Ahmed
Tradições ancestrais
Cerâmica combina utilidade e estética. Ao longo dos séculos, o mais antigo dos artesanatos assumiu as mais diversas formas. Muitos exemplos da cerâmica da Núbia – região entre o sul do Egito e o norte do Sudão – são exibidos em museus e servem de testemunho da cultura e da história local.
Foto: Elsadig Mohamed Ahmed
Lições de humildade
O fotógrafo Brook Zerai Mengistu nos leva até o Nilo Azul, na Etiópia. Ele fotografou um grupo de estudantes da Bíblia que tentam viver como os primeiros cristãos: isolados da sociedade, esperando ganhar acesso ao mundo espiritual e que, por isso, se tornam curandeiros. O treinamento dos alunos nesse estado de solidão dura 14 anos.
Foto: Brook Zerai Mengistu
Mendicância como aprendizado
De tempos em tempos, os estudantes da Bíblia deixam a comunidade isolada para pedir comida na cidade. Eles acreditam que mendigar é uma forma de apreender humildade. Para eles, ser humilde é uma maneira de adquirir poder espiritual.