Pesquisadores esperam conseguir pistas sobre a origem do povo bíblico que deixou de existir há 2.600 anos, cujo membro mais famoso foi Golias. Achado coroa 30 anos de escavações no sul de Israel.
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Depois de mais de 30 anos de escavações na cidade costeira de Ashkelon, no sul de Israel, arqueólogos descobriram, pela primeira vez, um cemitério dos filisteus, o povo bíblico conhecido pela história do gigante Golias.
A partir dos achados, originários do século 11 a.C ao 8º a.C., os pesquisadores esperam conseguir pistas sobre a origem dos filisteus, de acordo com um comunicado da Fundação Leon Levy, divulgado no domingo (10/07) pelo governo israelense.
Os filisteus habitaram a partir do século 12 a.C a costa do Mediterrâneo, onde hoje fica Israel, tendo fundado uma confederação de cinco cidades que incluía, entre outras, Ashkelon, Ashdod e Gaza.
Imigrantes vindos do oeste
De acordo com os pesquisadores, a descoberta sustenta a teoria generalizada, que também consta na Bíblia, de que os filisteus chegaram ao local como imigrantes vindos do oeste. Amostras de restos de esqueletos estão sendo examinadas para obter mais dados sobre a origem dos filisteus, com testes de DNA e de radiocarbono, entre outros.
Os ossos devem ser removidos úmidos, senão podem se pulverizar, afirma o arqueólogo americano Daniel Master, líder da equipe de escavações da expedição privada Leon Levy, a qual desde de 1985 trabalha em Ashkelon em cooperação com a Universidade de Harvard.
O povo filisteu deixou diversas perguntas sem resposta sobre sua origem e sua forma de viver quando foi dizimado há 2.600 anos pelo exército do rei babilônio Nabucodonosor.
Seus ritos fúnebres diferem claramente de outros das Idades do Bronze e do Ferro, apontam os arqueólogos. Entre outros aspectos, os mortos eram enterrados em covas individuais. Há também vestígios de cremações e túmulos com várias câmaras.
No local foram escavados 145 esqueletos. Dentro das sepulturas também foram encontrados óleos perfumados, frascos e tigelas, assim como, isoladamente, joias e armas. No entanto a maioria das sepulturas não continha pertences pessoais dos mortos.
Os achados mais recentes estarão à mostra até fevereiro de 2017 em Jerusalém, como parte de uma exposição no Museu Rockefeller por ocasião dos 30 anos das escavações em Ashkelon.
Primeiros túmulos descobertos em 2013
Daniel Master comenta: "Esperamos que agora não só venhamos a compreender sua cultura funerária, mas também como eles viviam." Os primeiros túmulos foram descobertos em 2013 na colina acima do antigo porto filisteu. Em seu auge, o lugar tinha 13 mil moradores. O atual sítio arqueológico está localizado num parque nacional verde na costa do Mediterrâneo, na fronteira com a moderna metrópole.
O "povo do mar", como os filisteus eram chamados para distingui-lo de seus vizinhos costeiros contemporâneos, os cananeus, talvez tenham sua origem da cultura micênica do Egeu. "Mas até agora só é certo que eles eram estrangeiros na área de assentamento semita, onde viveram de 1.200 a.C. até 600 a.C. na zona costeira entre os lugares onde hoje estão Gaza e Tel Aviv", diz Master. A língua dos filisteus pertencia à família indo-europeia.
Os filisteus não praticavam a circuncisão, e comiam carne de porco e carne de cachorro, como comprovam achados de Gaza, Gat, Ashdod e Ekron, outras quatro cidades fundadas por eles. Além dos achados arqueológicos escassos, sobretudo o Antigo Testamento dá algumas informações sobre os filisteus, vizinhos diretos e, às vezes, hostis aos israelitas, os quais viviam no interior montanhoso.
O Livro de Samuel conta como os filisteus capturaram a Arca da Aliança dos judeus. A seguir, ocorreu o duelo entre o soldado gigante Golias e o astuto Davi, que derrubou o filisteu ao atingir o gigante na cabeça com uma pedra arremessada com uma funda.
60 anos de Israel - a história de um país
14 de maio de 1948: A proclamação do Estado
David Ben-Gurion proclamou o Estado de Israel no Museu de Tel Aviv. O documento de fundação promete direitos iguais a todos os cidadãos israelenses, independente de religião, sexo ou nacionalidade.
Foto: picture-alliance / KPA/TopFoto
9 de maio de 1966: Konrad Adenauer visita Ben-Gurion
O então chanceler federal da Alemanha Konrad Adenauer (e) e o primeiro ministro israelense Ben-Gurion se encontraram no deserto de Neguev. Em 1952, Adenauer e Ben-Gurion assinaram um acordo de reconciliação entre os dois Estados.
Foto: picture-alliance/Sven Simon
De 5 a 10 de junho de 1967: Guerra dos Seis Dias
Ariel Sharon (2º da direita) e outros oficiais chegaram a uma base militar israelense no deserto do Neguev, a 1º de junho de 1967. Quatro dias mais tarde, eles lutavam na Guerra dos Seis Dias, que terminou com a derrota do Egito, da Jordânia e da Síria. Israel conquistou a Faixa de Gaza, as Colinas de Golã e a Cisjordânia.
Foto: picture alliance / dpa
Junho de 1967: Israel conquista o leste de Jerusalém
'O Monte do Templo está em nossas mãos!' – Dia 7 de junho os pára-quedistas de Israel conquistaram a Cidade Velha de Jerusalém e avançaram até o Monte do Templo, com o Muro das Lamentações. A foto de David Rubinger, com os soldados, acabou por se tornar famosa.
Foto: picture-alliance/Bildfunk
Junho de 1973: Willy Brandt visita Israel
Depois de desembarcar no aeroporto de Tel Aviv, Willy Brandt pronunciou um discurso. À esquerda, a primeira-ministra israelense Golda Meir. O então chanceler federal Willy Brandt foi o primeiro chefe de governo alemão a visitar Israel. A visita foi de 7 e 11 de junho de 1973.
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19 de novembro de 1977: Sadat em Jerusalém
Em 1977, o então presidente do Egito, Anuar Sadat, fez uma visita histórica a Jerusalém. Com esta visita, ele iniciou o processo de paz entre Israel e o Egito. A foto mostra o primeiro-ministro Menachem Begin (d) cochichando algo no ouvido de Sadat, durante um jantar no Hotel King David, em Jerusalém.
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O Mar Morto
Uma praia na costa israelense do Mar Morto. O Mar Morto fica 417 metros abaixo do nível do mar, o que lhe dá o título de ponto mais baixo da Terra. Suas águas e seu lodo são valorizados pelo poder de cura. Porém os danos ambientais afetam também o Mar Morte. Todos os anos, seu nível baixa mais de um metro. Teme-se que ele possa vir a secar.
Foto: picture alliance / Bildfunk
Tel Aviv, a metrópole no Mar Mediterrâneo
Em 1909 foi fundada, ao norte de Jaffa, a primeira cidade judaica da Palestina moderna. Tel Aviv significa Colina da Primavera. Hoje Tel Aviv é a segunda maior cidade de Israel; e o centro econômico e cultural do país. A cidade é famosa pela expressiva vida noturna. Seu slogan: Tel AViv – a cidade sem pausas.
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Qual a capital de Israel?
Já em 1949, o primeiro presidente de Israel David Ben-Gurion classificava Jerusalém como uma cidade inseparável de Israel, dizendo que esta seria a eterna capital do Estado. Na Guerra dos Seis Dias, em 1967, as tropas israelenses ocuparam a área leste de Jerusalém, que até aquela altura era administrada pela Jordânia. Em 1980, o Parlamento israelense Knesset declarou a cidade toda de Jerusalém capital de Israel. No leste de Jerusalém fixaram-se, neste entremeio, quase 200 mil judeus.
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O funeral de Itzak Rabin
O então premiê de Israel, Itzak Rabin, foi assassinado em 4 de novembro de 1995 durante um ato pela paz, em Tel Aviv. Na foto, a viúva Lea (centro) ao lado dos filhos Juval (e), Dália (d) e da neta Noah Ben Artzi (2ª da direita) durante o sepultamento. Governantes de diversas parte do mundo homenagearam Rabin escoltando-o pela última vez, expressando assim também seu apoio ao processo de paz no Oriente Médio.
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Israel e a muralha
Israel construiu um muro de 12 metros de altura para se proteger de atentados suicidas dos palestinos. A muralha, composta por muros e cercas, não acompanha a linha verde que demarcava as fronteiras antes da Guerra dos Seis Dias e que transcorre entre Israel e a área ocupada da Cisjordânia. O muro avança por áreas palestinas, o que, segundo a Corte Européia de Justiça, viola o direito de autodeterminação dos palestinos.
Foto: picture-alliance / dpa
Julho 2000: Cúpula de Camp David
Em julho de 2000, por insistência de Israel, o então presidente dos EUA, Bill Clinton, convidou israelenses e palestinos para um encontro da cúpula em Camp David – a casa de campo do presidente americano. Em 1978, a casa já havia sediado o acordo entre o Egito e Israel, na época sob patrocínio de presidente Jimmy Carter. Porém, o segundo encontro em Camp David fracassou. Pouco tempo depois, começou a segunda rebelião palestina nos territórios ocupados, conhecida por Intifada.