Arqueólogos descobrem ruínas de templo de Zeus no Egito
26 de abril de 2022
Escavações na área haviam ocorrido pela primeira vez no início do século passado. Agora, especialistas realizarão um estudo para determinar o projeto arquitetônico do templo, dedicado ao antigo deus grego.
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Arqueólogos egípcios encontraram as ruínas de um templo dedicado ao antigo deus grego Zeus na Península do Sinai, no nordeste do Egito, informaram autoridades do país nesta segunda-feira (25/04). Em um comunicado, o Ministério do Turismo e de Antiguidades anunciou que as ruínas foram descobertas no sítio arqueológico de Tell el-Farma.
Também conhecido por seu antigo nome, Pelusium, o sítio data do final do período faraônico e foi utilizado também durante as eras greco-romana e bizantina. No local, há ainda vestígios do período cristão e do início do período islâmico.
Mostafa Waziri, secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito, disse que os arqueólogos escavaram as ruínas do templo através da sua porta de entrada, onde duas grandes colunas de granito colapsadas eram visíveis. Segundo o secretário, a porta foi destruída por um forte terremoto na Antiguidade.
Waziri também afirmou que as ruínas foram encontradas entre o forte Pelusium e uma igreja-memorial existente no local. Os blocos de granito descobertos pelos arqueólogos provavelmente foram usados para construir uma escada para os adoradores chegarem ao templo.
Templo de Zeus-Kasios
As escavações na área datam do início dos anos 1900, quando o egiptólogo francês Jean Cledat encontrou antigas inscrições gregas indicando a existência do templo de Zeus-Kasios, que ainda não havia sido desenterrado, segundo o Ministério.
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Zeus-Kasios é uma combinação de Zeus, o deus do céu na mitologia grega antiga, e o Monte Kasios, na Síria, onde Zeus era adorado por fiéis.
Conforme Hisham Hussein, diretor dos sítios arqueológicos do Sinai, as inscrições encontradas na área mostram que o imperador romano Adriano (117-138 d.C.) renovou o templo. Ele afirmou que, a partir de agora, os especialistas estudarão os blocos desenterrados e realizarão um estudo fotogramétrico para ajudar a determinar o projeto arquitetônico do templo.
Após as revoltas populares devido à Primavera Árabe, em 2011, a indústria do turismo foi duramente atingida depois que a instabilidade política derrubou o autocrata Hosni Mubarak, que governou o Egito por três décadas, entre 1981 e 2011.
Além disso, a partir de 2020, o setor vem sofrendo com a pandemia de coronavírus e, mais recentemente, com a invasão da Rússia à Ucrânia.
gb (AP, Ministério do Turismo e de Antiguidades do Egito)
Tesouros arqueológicos de 2020
Apesar da pandemia, arqueólogos continuaram seus trabalhos e conseguiram fazer descobertas espetaculares em 2020, como sarcófagos, estátuas de mármore e moedas de ouro.
Foto: Khaled Desouki/AFP/Getty Images
Local do achado: Sacará
A antiga necrópole egípcia de Sacará (ou Sacara), a cerca de 30 quilômetros ao sul do Cairo, é um dos sítios de escavação arqueológica mais importantes do Egito, junto com o Vale dos Reis e as Pirâmides de Gizé. Em 2020, vários achados espetaculares colocaram Sacará nas manchetes internacionais. Em setembro e outubro, por exemplo, foram encontrados sarcófagos de madeira esplendidamente decorados.
Foto: Samer Abdallah/dpa/picture alliance
Sarcófagos do Antigo Egito
Em novembro, dezenas de sarcófagos foram descobertos novamente na necrópole de Sacará. Decorados com pinturas artísticas, os caixões de madeira datam de mais de 2,5 mil anos atrás. A fim de examinarem o interior dos sarcófagos mais de perto, os pesquisadores abriram cuidadosamente a tampa de cada um deles. As descobertas no Egito foram a sensação arqueológica de 2020.
Foto: Khaled Desouki/AFP/Getty Images
Placa de nome de lugar mais antiga do mundo
Em 2020, egiptólogos da Universidade de Bonn, na Alemanha, decifraram uma inscrição de mais de 5 mil anos feita numa pedra. A descoberta deriva de Wadi Abu Subeira, a nordeste de Assuã. Em cooperação com o Ministério de Antiguidades do Egito, que supervisiona as escavações de todas as equipes de pesquisa no país, cientistas descobriram que se trata de antiga placa toponímica do 4º milênio a.C..
Foto: Ludwig Morenz
Local do achado: Ruínas de Pompeia
O sítio arqueológico da cidade romana de Pompeia, ao sul de Nápoles, revela surpresas arqueológicas há décadas. Durante a histórica erupção vulcânica do Vesúvio em 79 d.C., o local foi soterrado por um misto de lama, chuva de cinzas e lava líquida, e muitas pessoas e animais morreram. Os antigos vestígios de Pompeia só foram redescobertos por arqueólogos no século 18.
Foto: picture-alliance/Jens Köhler
Antiga "lanchonete"
Pouco antes do Natal, arqueólogos de Pompeia apresentaram sua descoberta mais espetacular do ano: um "termopólio" – antigo restaurante de rua – com o balcão pintado. Os cientistas suspeitam que os buracos arredondados no balcão serviam para armazenar recipientes térmicos de comida. Pratos feitos com pato, frango e outros alimentos faziam parte do cardápio.
Foto: Luigi Spina/picture alliance
Muralha da cidade de Jerusalém
O ano de 2020 também levou a novas conclusões científicas: após anos de escavações na área da atual Jerusalém, uma equipe de pesquisadores liderada pelo arqueólogo alemão Dieter Vieweger descobriu partes da antiga muralha da cidade que datam do período bizantino e da época do rei Herodes. Com isso ficou claro que a Jerusalém histórica era significativamente menor do que se supunha até então.
Foto: DW/T. Krämer
Aldeia do século 2
Em Jerusalém, conflitos políticos e religiosos sempre fizeram parte do dia a dia. Em suas várias camadas arqueológicas, é possível identificar milhares de anos de história multicultural. No primeiro semestre de 2020, restos de uma muralha do século 2 foram escavados bem no meio de Jerusalém. Traços da vida cotidiana fornecem pistas sobre os assentamentos da época.
Foto: picture-alliance/NurPhoto/A. Widak
Cabeça do deus grego Hermes
Enquanto trabalhavam no sistema de canalização de Atenas, operários de construção encontraram a enorme cabeça de uma escultura antiga. Após exames mais detalhados, pesquisadores constataram que se tratava de um valioso bem cultural: a cabeça de mármore do deus Hermes, que, de acordo com o Ministério da Cultura grego, data do século 3 ou mesmo do século 4 a.C..
Foto: Greek Culture Ministry/picture alliance/dpa
O mistério de Stonehenge
Até hoje ainda não se sabe se Stonehenge era um templo, um antigo local de sacrifícios ou um observatório astronômico. Mas em 2020, pesquisadores conseguiram descobrir a origem das pedras mundialmente famosas no sul da Inglaterra. Segundo o estudo, as rochas vêm da região montanhosa dos Westwoods. Já a maneira como as pedras de até sete metros de altura foram transportadas permanece um mistério.