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Cinema

Jochen Kürten (sv)10 de novembro de 2008

Biografia de Ingmar Bergman chega às livrarias alemãs, contendo textos assinados por e sobre o cineasta. Um DVD com fotografias e imagens em super 8 acompanha o volume.

Cena de 'O Silêncio'Foto: picture-alliance/dpa

Pouco antes de morrer, o cineasta sueco Ingmar Bergman abriu seus arquivos privados a uma editora alemã e uma sueca, permitindo a estas que escrevessem um livro sobre seu trabalho. O resultado é um ilustre volume de quase seis quilos, que apresenta a obra do cineasta em nada menos que 592 páginas, com textos em inglês.

Os 'Arquivos Ingmar Bergman', editados na AlemanhaFoto: Taschen Verlag

Para o mercado alemão o volume vem ainda com um livro no idioma do país. Divido em sete capítulos, os Arquivos Ingmar Bergman, de autoria de Paul Duncan e Bengt Wanselius – fotógrafo pessoal do cineasta durante muitos anos – tratam de todos os filmes do diretor, de clássicos aos poucos conhecidos.

A magia do cinema

O mestre sueco realizou mais de 50 filmes, que vão de obras-primas iniciais como Morangos Silvestres, passando pelo então escandaloso O Silêncio até o clássico Cenas de um Casamento. No volume, cada um desses filmes é revisto através das reproduções fotográficas de alta qualidade, um dos pontos fortes da publicação.

As fotos em preto-e-branco remetem, em papel brilhante e contrastes muito bem definidos, mais a Hollywood que ao cinema europeu de autor. No entanto, Bergman foi um europeu por excelência, cujos dramas filosóficos são generosos com as grandes questões da humanidade. Bergman sempre esteve à procura de Deus, de um sentido para a vida, de temas como a saúde e a morte ou sobre a origem do amor.

Compulsão criativa

Ingmar Bergman, em 2000Foto: AP

No entanto, fica claro no livro que Bergman não era um homem só do cinema. Em capítulos adicionais, suas atividades fora da sétima arte são descritas de forma detalhada. No mínimo com a mesma intensidade com a qual se dedicou ao cinema, ele foi também um amante do teatro, tendo encenado Ibsen, Strinberg e Molière, entre outros, nos palcos não só de Estocolmo, mas também de outras metrópoles européias.

Além disso, o diretor produziu uma série de trabalhos para rádio, televisão, além de ter escrito livros e redigido textos para revistas. Ou seja, um artista cumpulsivo, que não raramente conduzia ao mesmo tempo dois ou três projetos distintos. E isso até atingir uma idade bem avançada.

Fase alemã

Durante quase dez anos, o diretor viveu e trabalhou na Alemanha, mais precisamente entre os anos de 1976 e 1985, depois de ter abandonado seu país e se mudado para Munique por causa de um processo fiscal. Além de várias encenações no Residenztheater, na cidade, Bergman dirigiu também na Alemanha alguns filmes para a tela grande e para a TV, entre estes produções grandes como O Ovo da Serpente e menores como Da Vida de Marionetes.

'Morangos silvestres'Foto: picture-alliance/dpa

Mas o que seria de um livro sobre um cineasta sem imagens em movimento? O volume que chega às livrarias alemãs traz um DVD contendo filmes do início da carreira de Bergman e outros sobre ele, além de uma série making of com os bastidores de vários trabalhos do diretor.

Uma das pérolas do DVD são as primeiras incursões cinematográficas de Bergman em super 8, rodadas no início dos anos 1950 no sul da Suécia. Outra curiosidade são os bastidores de Sonata de Outono, estrelado por Ingrid Bergman e Liv Ullmann, e de Saraband – ambos mostrando um Bergman envelhecido no set de filmagem.

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