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Ars Electronica aposta nos paradoxos do híbrido

(reh / sv)5 de setembro de 2005

Em Linz, o já tradicional festival de arte e mídia discute em exposições, performances e mesas-redondas a interseção entre natureza, tecnologia, política e arte.

Culturas e obras híbridas na atual versão do festivalFoto: Ars Electronica / Daniel Lee

Produtos da Nike na nigeriana Lagos, mangás japoneses no interior alemão, motores híbridos ou podcasting: formações e ligações entre tecnologias aparentemente díspares ocupam o centro do festival Ars Electronica deste ano, que vai até a próxima terça-feira (06/09) na austríaca Linz. O tema oficial de 2005 é Híbrido – vivendo no paradoxo.

Principalmente através de exposições, mas também de performances e palestras, o festival, sob a direção de Gerfried Stocker e Christine Schöpf, discute as tendências dos pontos de interseção entre arte e ciência.

"Culturas vão sendo sobrepostas e interpostas, fronteiras vão sendo abolidas – tanto as nacionais quanto as materiais, tecnológicas, psicológicas e éticas", diz Stocker. Afinal, a arte digital é ela própria um híbrido entre arte e tecnologia.

Arte chega ao público

O já tradicional festival, fundado em 1979, quer se manter distante do rótulo de ser um "evento de elite". Para isso, vários artistas optaram por intervenções no espaço público, com o objetivo de chegar mais perto do espectador. Como o holandês Theo Jansen, que optou pela criação de "criaturas" gigantescas, expostas em praça pública.

Construções (ou criaturas) híbridas, do artista holandês Theo Jansen: leves ou extremamente pesadasFoto: Festival Ars Electronica

A idéia é explicitar a ligação entre uma mídia artificial – os computadores – e os princípios do hibridismo provenientes da biologia. O Ars Electronica convida ainda, em sua última noite, para uma festa de encerramento sob o lema Hybrid Transmissions.

Biônica e animação

Os visitantes do festival têm ainda a possibilidade de passar pela exposição Criaturas Híbridas e Máquinas Paradoxais, com obras de artistas que trabalham com técnicas robóticas, biônica e bioengenharia.

Há ainda um festival de animação, com mais de cem filmes e uma mostra de arte e mídia no Centro de Arte Contemporânea O.K. O próprio Ars Electronica Center destaca trabalhos de artistas jovens, que integram computadores em suas obras. Neste contexto, são expostos os trabalhos vencedores do concurso u 19 – freestyle computing.

Criaturas híbridas, do artista holandês Theo JansenFoto: Festival Ars Electronica

Viagem eletrônica no tempo

Outro ponto alto do festival em sua versão de 2005 é o projeto Listening between the Lines, que tem o regente Dennis Russell Davies à frente da Orquestra Bruckner, num concerto de cinco horas. Um acontecimento definido por Christine Schöpf, diretora do festival, como "uma viagem ao mundo da música eletrônica de 1950 até hoje".

Além disso, a Escola Srishti, de Bangalore, organiza uma performance que envolve música, vídeo e luz e é encenada na praça principal de Linz, colocando lado a lado artistas indianos e austríacos.

Premiação

Do Ars Electronica faz parte ainda uma competição pelas Nicas de Ouro (Godene Nicas), em seis categorias diversas. Os vencedores deste ano – escolhidos pelo júri entre 2975 concorrentes de 71 países – vêm da Polônia, Índia, Letônia, EUA e Canadá e recebem ao todo 110 mil euros.

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