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Arte da capoeira une brasileiros e alemães em Colônia

Julien Karl e Flávio Bernardes19 de dezembro de 2014

Nos últimos anos a capoeira vem se espalhando pelo mundo. Na Alemanha, um dos pólos dessa arte é a cidade de Colônia. Conheça histórias de brasileiros e alemães que têm em comum a paixão pela luta afrobrasileira.

Capoeira Tänzern aus Köln, in Park und auch vor dem Dom
Foto: DW/Julien Karl

Capoeira une brasileiros e alemães em Colônia

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Esse é um dos mais recentes encontros entre dois patrimônios da humanidade, um material, outro imaterial. A Catedral de Colônia, uma igreja gótica de quase 800 anos foi declarada Patrimônio Mundial da Humanidade em 1996. E a roda de capoeira, tradição afrobrasileira, foi tombada pela Unesco como Patrimônio Imaterial da Humanidade em 2014. De fato, a expressão cultural brasileira vem conquistando o mundo, 71 países têm rodas de capoeira registradas oficialmente.

Desde o século 16, escravos de origem africana foram forçados a atravessar o oceano em direção ao Brasil. Da resistência à escravidão surgiram diversas manifestações culturais, entre elas, as rodas de capoeira, que por séculos foram perseguidas e condenadas.

Agora, essa arte atravessa espontâneamente o atlântico no sentido inverso e conquista adeptos no velho continente. Nos últimos anos, a prática tem ganhado cada vez mais espaço na Alemanha, sobretudo em Colônia, cidade com uma das maiores comunidades de brasileiros do país.

Colônia tem pelo menos 10 grupos ativos de capoeiraFoto: DW/Julien Karl

Entre brasileiros e alemães

A capoeira é ao mesmo tempo dança, luta, esporte e música, e pode ser considerada também uma filosofia de vida. Tanto que há pessoas que simplesmente não conseguem ficar afastadas dela. Para Priscila Pimenta, de Belo Horizonte, a prática da capoeira pertence ao dia-a-dia, é como um ritual.

Priscila e o alemão Hariko se conheceram numa roda de capoeira, quando ele visitava o Brasil. A paixão comum pela capoeira se transformou também em romance. O amor levou Priscila pela primeira vez à Alemanha para visitá-lo.

Nas duas semanas em que ficou no país, Priscila gingou quase todos os dias em um parque da cidade de Colônia. Durante idas e vindas entre Alemanha e Brasil, a constante é a prática da luta afrobrasileira.

Priscila: "Capoeira é fundamental para o equilíbrio do corpo e da mente"Foto: DW/Julien Karl

A capoeira une diferentes países e atua como um embaixador da cultura brasileira. Na maioria dos centros de capoeira, as cantigas que acompanham a roda e os nomes dos golpes são em português, o que leva muitos alemães a entrar em contato com o idioma.

Na Alemanha, existem 27 grupos de capoeira registrados na Embaixada Brasileira em Berlim. Mas o número real é provavelmente bem maior, já que nenhum dos quatro grupos de Colônia, com os quais a reportagem da Deutsche Welle conversou, tinham esse registro.

Desconhecimento

Apesar da popularização, o professor e contra-mestre de Capoeira Cabana chama a atenção para a falta de organização entre as diversas escolas de capoeira da cidade. Cabana acredita que os grupos deveriam deixar de lado a concorrência e realizar mais eventos em conjunto.

O mestre Sorriso trabalha como professor de capoeira em Colônia há 14 anos e está se articulando para mudar essa situação. Ele acredita que esse "desconhecimento" entre os grupos é ruim pra todos. Por isso ele fundou junto com outros nove professores de capoeira o projeto "Capoeira em Colônia" que pretende, a partir de 2015 realizar apresentações públicas mensais de capoeira.

Mestre Sorriso quer fortalecer a capoeira em ColôniaFoto: DW/Julien Karl

"Estamos abrindo um pouco mais a cabeça, pois percebemos que quanto mais nos apresentamos e divulgamos, a capoeira e os capoeiristas ganham automaticamente, sempre", observa Sorriso.

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