As 19 horas de Bush em Berlim
22 de maio de 2002Anúncio
22 de maio
23 de maio
Os temas
Certamente não faltará assunto para as conversações entre George W. Bush e Gerhard Schröder, nem material para polêmica. Eis uma panorâmica dos temas mais atuais nas relações Alemanha/UE-EUA:
- Combate ao terrorismo - Os norte-americanos esperam do governo alemão maior apoio, também militar. Berlim é por uma "intervenção abrangente", que também inclua medidas políticas, econômicas e humanitárias.
- Tropas de ataque da UE - Os planos da União Européia de formar tropas próprias despertam em Washington o receio de choques de competência com a OTAN. Os EUA temem além disso que os soldados da UE não estejam suficientemente preparados. Sobretudo a controvérsia entre a Turquia (não pertencente à UE) e a Grécia, sobre um direito de veto de Ancara sobre as tropas da UE, são motivo de ceticismo para os EUA.
- Conflitos comerciais -
Schröder reagiu indignado à intenção de Bush de proteger a indústria siderúrgica nacional através de sobretaxas de importação. O premiê classificou a medida como "inaceitável", a Comissão da UE anunciou contramedidas. Outro provável ponto de conflito são as notícias recentes de que os Estados Unidos pretendem elevar suas subvenções agrícolas. A ministra da Agricultura, Renate Künast, do Partido Verde, acusou Bush de falta de consideração e de credibilidade.- Iraque -
Segundo suas próprias palavras, o chanceler federal alemão está de acordo com os EUA quanto à ameaça representada pelo ditador Saddam Hussein. Schröder insiste em "sanções direcionadas" e controle da produção armamentista iraquiana pela ONU, porém os EUA esperam maior apoio da Alemanha para sua política contra Saddam, de acordo com a assessora de Bush para assuntos de segurança, Condoleezza Rice. Até o momento, Berlim esquivou-se com a ressalva de que não há planos concretos de Washington para um ataque ao Iraque. Ao mesmo tempo sublinha ser "óbvio" o interesse da Alemanha de que nenhum material com potencial armamentista chegue ao Iraque.- Defesa ambiental -
Já é um clássico das controvérsias. Após abandonar o Protocolo de Kyoto para redução dos gases do efeito estufa, no início de 2001, Bush anunciou um programa nacional de proteção ao clima. Os ministros europeus do Meio Ambiente ficaram desapontados e pressionam os EUA para que retorne à mesa de negociações. O país é o maior emissor de CO2 do mundo.- Oriente Médio -
O ministro alemão do Exterior, Joschka Fischer, considera uma vitória dos europeus o fato de Bush estar disposto a empenhar-se por um armistício naquela região de crise, em colaboração com a UE, a ONU e a Rússia.- Tribunal Penal Internacional -
A UE não consegue aceitar o "não" dos norte-americanos a esta instância permanente para julgamento de crimes de guerra e contra a humanidade. Contudo, Bush quer evitar entregar o destino de seus soldados a uma jurisprudência estrangeira. A comunidade mundial vê nesta atitude uma negação dos acordos jurídicos de âmbito internacional.
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