Sustentando o Cristo Redentor
29 de abril de 2008Quem diria: de uma peça mínima, pesando não mais que seis gramas, depende a segurança de uma das sete novas maravilhas do mundo. Os chumbadores de segurança que prendem a estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, a seu pedestal são fabricados pela firma alemã Keil.
A pequena maravilha de metal resiste a todo tipo de impacto, até mesmo a um terremoto. Por isso, é empregada em grandes construções de todo o mundo. Os chumbadores de segurança da Keil fixam tanto a fachada de arranha-céus no Kuwait e no Taiwan, quanto as paredes de um templo budista na Nova Zelândia.
As peças não são apreciadas apenas por motivos de segurança, mas também estéticos. Como explica a diretora-gerente Petra Bergfelder, elas são aplicadas por detrás, na alvenaria, deixando a fachada intocada. É como utilizar uma bucha para pendurar um quadro na parede. Com a diferença que a fixação de uma fachada exige até meio milhão de chumbadores.
Receita caseira de sucesso
O pai da diretora fundou a manufatura familiar há quase 45 anos. Na época, a cidade de Engelskirchen, na Renânia do Norte-Vestfália, era a capital alemã das brocas e outras ferramentas. Dessa era de ouro sobrou apenas a Keil, cujo sucesso se deve certamente ao reconhecimento internacional da qualidade de suas buchas.
Num processo totalmente automatizado, um espesso cabo de aço inoxidável passa por 12 estágios, até ser transformado nos chumbadores de segurança: a cada dia 10 mil deixam suas esteiras. Atualmente a empresa produz um sortimento de mais de 5 mil produtos: buchas, brocas e cinzéis em todos os comprimentos e espessuras.
A Keil conta com cem funcionários, e mais da metade de sua produção é para exportação. Petra Bergfelder sintetiza a política da fábrica: "Nosso ponto forte é também o tamanho da firma, que não é tão gigantesco. Nosso pessoal acredita em nossos produtos, temos uma flutuação mínima. Nossos parceiros de negócios podem partir do princípio de que em cinco anos terão o mesmo interlocutor, só que cinco anos mais experiente."
Finalmente o selo "made in Germany" voltou a ser valorizado, assegura a empresária. Prova disso é que há pouco, na Inglaterra, uma obra importante – reforçada por 50 mil buchas da Keil – recebeu da rainha Elisabeth 2ª em pessoa o conceituado Queen's Award.