A nova nota de 50 euros chega ao mercado ainda mais segura contra falsificações. Mas ela é menos espetacular do que determinados exemplares, como uma cédula pouco maior que um selo postal, ou outra com 14 zeros.
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Nesta terça-feira (04/04), está sendo lançada a nova nota de 50 euros. A cédula conta com novos mecanismos para dificultar falsificações, mas tem características que chamam menos atenção que determinados exemplos curiosos encontrados mundo afora.
Até agora, a menor cédula do planeta vem da Romênia. O banco central romeno emitiu a nota de 10 bani como medida de urgência em 1917, durante a Primeira Guerra Mundial. Devido à escassez de matérias-primas para moedas, a solução foi fazer cédulas mesmo para valores pequenos. Com um tamanho de 27,5 x 38 milímetros, a nota verde-castanha era pouco maior do que um selo postal.
Já a maior de todas, pouco apropriada para as carteiras convencionais, era a de 100 mil pesos filipinos, cujas dimensões ultrapassam a de uma folha de papel A4, cujas dimensões são 21 x 29,7 centímetros. Lançada em 1998, para marcar o 100º aniversário da declaração de independência das Filipinas. ela tem hoje grande valor para colecionadores.
Poder de compra é documento
A nota com maior poder de compra é a de 10 mil dólares de Cingapura – mais de 6 mil euros. Introduzida em 1973, começou a ser tirada de circulação gradualmente em 2004, pois facilitava a lavagem de dinheiro.
A cédula com a maior cifra é a de 100 trilhões de dólares zimbabuanos, introduzida em 2009 em resposta à hiperinflação galopante no Zimbábue, que trazia estampado o algarismo 1 seguido de 14 zeros. Na época, um pão chagava a custar cerca de 300 bilhões de dólares zimbabuanos.
Diversas outras nações, por sua vez, não possuem notas de grandes valores. Na China. a maior cédula é a de 100 yuan (cerca de 13,50 euros). Entretanto os chineses costumam fazer suas transações financeiras em espécie. Por isso, durante uma grande aquisição, como a compra de um carro ou de uma propriedade, é comum o cliente aparecer portando malas cheias de dinheiro.
Quase indestrutíveis
Na produção de papel-moeda emprega-se alta tecnologia, não só para tornar as notas mais difíceis de serem falsificadas. No caso do euro, elas resistem a lavagem a 90 graus na máquina de lavar, a serem amassadas e até a removedores de esmalte. Antes de entrar em circulação, são submetidas a testes rigorosos.
Por serem as mais usadas, as cédulas de cinco e dez euros têm expectativa de vida mais curta, costumando ser retiradas de circulação após seis meses. Já as de 200 e 500 euros permanecem vários anos no mercado, pois costumam ficar guardadas mais tempo.
As etapas da produção do euro
Em 2017, entram em circulação as novas notas de 50 euros, mais difíceis de falsificar. As cédulas passam por um longo e complicado processo, envolvendo avançada tecnologia, antes de serem distribuídas.
Foto: Giesecke & Devrient
Dinheiro de algodão
O algodão é o material básico das notas. É mais durável do que o papel convencional e mais resistente, caso as cédulas caiam, por acidente, na lavadora de roupas. Na produção do papel das cédulas, são usadas fibras curtas, rejeitadas na indústria têxtil.
Foto: tobias kromke/Fotolia
Mistura secreta
O algodão passa por um processo de branqueamento, é lavado e transformado em uma massa de papel. A composição exata da pasta é mantida em segredo. Esta máquina processa a massa, transformando-a em tiras longas de papel. Elas, então, recebem algumas das muitas características de segurança das notas, como marcas d'água e fios de segurança.
Foto: Giesecke & Devrient
Itens de segurança
As notas de euro contêm mais de dez itens de segurança, para dificultar a vida dos falsificadores. Uma delas são aplicações de filmes especiais, como as realizadas na gráfica privada alemã Giesecke & Devrient.
Foto: Giesecke & Devrient
O artista por trás na nota
Reinhold Gerstetter é responsável pelo desenho das notas de euro. O designer gráfico alemão já desenhava os rostos impressos nas últimas notas de marco alemão. As cédulas de euro trazem, em cada valor, a representação de uma época europeia. A de cinco euros mostra um arco da antiguidade; as outras, imagens representando os períodos romântico, gótico, renascentista, barroco e a era industrial.
Foto: Getty Images/AFP
Um número para cada nota
Outra etapa importante é a da numeração. Cada cédula recebe um número único. Este permite com que seja determinado exatamente o lugar da impressão. Mais de uma dezena de gráficas de alta segurança produzem as notas na Europa.
Foto: Giesecke & Devrient
Concorrência reduz custos
Antes, os Estados automaticamente empregavam sua gráfica estatal. Atualmente, o Bundesbank, o banco central da Alemanha, promove licitações entre empresas de toda a Europa. Isso garante menores custos. No ano passado, a gráfica privada alemã Giesecke & Devrient, sediada em Munique, dispensou 700 funcionários. Ela produz a custos menores em suas filiais em Leipzig e na Malásia.
Foto: Giesecke & Devrient
O custo de uma nota de 500
Empacotados, os maços de notas são enviados aos bancos centrais. Os custos de produção variam entre 7 e 16 centavos de euro – quanto maior o valor nominal, maior é o custo da produção da cédula, pois as notas são maiores e recebem recursos adicionais de segurança.
Foto: Giesecke & Devrient
Recorde de cédulas falsas
Apesar do complexo processo de impressão, criminosos ainda conseguem colocar anualmente centenas de milhares de notas falsas em circulação. Desde a introdução da moeda única europeia, em 2002, nunca tantas falsificações foram encontradas como no ano passado. O Banco Central Europeu contabilizou quase 900 mil cédulas falsas em todo o mundo.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Hoppe
Nova série não terá a de 500
As novas notas de euro devem ser à prova de falsificações. A série começou em 2013, com a nota de cinco euros; em 2014 veio a de 10 e, em 2015, a de 20 euros. A de 50 euros deve entrar em circulação na primavera europeia de 2017. As novas de 100 e 200 devem ser lançadas com um ano de intervalo entre si. Uma nova nota de 500 euros, inicialmente prevista para 2019, provavelmente não será produzida.