As cozinhas cheias de estrelas
5 de dezembro de 2004
É um verdadeiro festival de estrelas, colheres ou chapéus de cozinheiro. Cada guia tem a sua maneira de classificar a qualidade das iguarias oferecidas nos mais finos restaurantes alemães. Apesar de já existirem inúmeros guias culinários alemães, o verdadeiro triunfo de qualquer mestre-cuca é receber as três estrelas do guia Michelin.
A edição alemã de 2005 do Michelin, lançada há poucos dias, deixou em polvorosa a cidadezinha de Bergisch Gladbach, nos subúrbios de Colônia. Com dois mestres-cucas premiados pelos rigorosos críticos franceses, a pequena terra natal da supermodelo internacional Heidi Klum tornou-se uma das mecas culinárias da Alemanha.
Cidadezinhas estreladas
Apenas seis cozinheiros alemães possuem a distinção máxima – três estrelas do Michelin – na Alemanha. Dois deles estão em Bergisch Gladbach. O novo laureado é Joachim Wissler, de 41 anos, o chef de cuisine do restaurante Vendôme, no Grandhotel Schloss Bensberg.
Junto com outras três estrelas – as de Dieter Müller, do restaurante no Schlosshotel Lerbach, que já tinham sido concedidas anteriormente e foram mantidas –, a cidadezinha montanhosa da Renânia subiu ao olimpo culinário da Alemanha. Mas não está sozinha: também Baiersbronn, no norte da Floresta Negra, brilha sob a luz de seis estrelas do Michelin.
E a ascensão de Bergisch Gladbach está ligada em parte a Baiersbronn. O novo portador das três estrelas, Joachim Wissler, é um suábio, natural de Nürtingen. Antes de transferir-se para a Renânia, ele aprendeu o ofício no restaurante Traube, em Baiersbronn.
Na cidade suábia, porém, as honrarias estão distribuídas de forma diferente. Harald Wohlfahrt, do restaurante Schwarzwaldstube, faz parte da seleta lista dos cozinheiros alemães de três estrelas. Mas é o único na cidade, pois o restaurante Bareiss possui "apenas" duas estrelas e o Schlossberg, uma estrela. Totalizando as seis estrelas de Baiersbronn – o mesmo número de Bergisch Gladbach.
Crise atinge gastronomia
O número de restaurantes com duas estrelas aumentou para 14 (em 2004, foram 11). Os novos na lista são o Seehotel Töpferhaus, em Alt Duvenstedt nos subúrbios de Rendsburg; o Dorint Söl'Ring Hof, em Rantum na Ilha de Sylt; e a Gäste-Haus, em Saarbrücken.
Mas, de maneira geral, o guia Michelin 2005 foi mais rigoroso com o trabalho dos astros alemães da cozinha. O número total de restaurantes premiados na Alemanha diminuiu ligeiramente, caindo para 186.
No entanto, nem todas as estrelas foram perdidas por redução da qualidade da cozinha: sete dos cozinheiros laureados no ano anterior tiveram de fechar seus restaurantes por razões financeiras. Uma conseqüência da crise alemã, que se caracteriza sobretudo pela retração do consumo.
A maior parte dos restaurantes recomendados pelo guia Michelin 2005 está localizada no sul da Alemanha. O Estado de Baden-Württemberg abriga cerca de um terço dos 364 templos culinários da Alemanha que mereceram menção no guia francês (nem todos recebem uma ou mais estrelas, que são distinções especiais). Em segundo lugar está o Estado da Baviera, com aproximadamente um quarto dos restaurantes citados.