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Literatura

As estrelas da Feira do Livro de Frankfurt

20 de outubro de 2016

Neste ano, o maior evento do mundo editorial está mais político do que nunca. Algumas das principais atrações vão falar sobre democracia, extremismo e nacionalismo.

Feira do Livro de Frankfurt
Foto: Alexander Heimann

O Brexit, a tentativa de golpe de Estado na Turquia, a crise de refugiados e os perigos dos movimentos populistas na Europa são alguns dos principais temas da Feira do Livro de Frankfurt, que abriu nesta quarta-feira (19/10) sua edição de número 68. Neste ano, Holanda e a região de Flandres são os convidados de honra. Dessa vez, não um país, mas uma língua e um espaço cultural protagonizam o evento.

Como em 2015, a feira reúne cerca de 7 mil expositores, provenientes de mais de cem países, mostrando que, ano após ano, Frankfurt fortalece sua posição como epicentro do mundo editorial, ao mesmo tempo que mantém seu atrativo de grande festival literário para o grande público, com quase 4 mil eventos e a participação de cerca de 600 autores. A DW selecionou dez das principais atrações de língua não alemã que comparecem à feira deste ano.

David Hockney

Foto: Alexander Heimann

O pintor britânico apresentou em Frankfurt um livro de 500 páginas que é considerado o maior da feira e talvez também um dos mais caros, pois custa 2 mil euros. Chamada A Bigger Book, a obra oferece um panorama visual da carreira do artista, de 79 anos, incluindo desde seus trabalhos mais antigos, passando por suas famosas pinturas de piscina e colagens de Polaroid, até seus desenhos mais recentes, feitos com iPad. O livro contém apenas algumas linhas de texto escrito à mão, deixando a arte falar por si. "Um livro como este não precisa de muito texto", justificou Hockney. "Você só precisa de imagens."

Can Dündar

Foto: picture-alliance/dpa/S. Prautsch

O jornalista turco apelou em Frankfurt para que a Europa faça mais pela liberdade de opinião e imprensa na Turquia. Segundo ele, seu país está a caminho de uma "ditadura islâmica". Dündar avalia que cerca de 130 jornalistas e escritores estão atualmente presos na Turquia. O ex-editor do jornal Cumhuriyet, ele foi condenado a quase seis anos de prisão em novembro de 2015, depois que seu jornal publicou revelações sobre supostos envios ilegais de armas pelo serviço secreto turco a extremistas na Síria.

Elif Shafak

Foto: picture-alliance/dpa/F. Rumpenhorst

A escritora turca residente em Londres quase foi presa em 2006, depois de ser acusada de "insultar o povo turco" pelas referências ao genocídio armênio incluídas em seu livro De volta a Istambul. Em Frankfurt, ela discute sobre a Europa e o islã e apresenta seu novo livro, que também lida com a Turquia – um país profundamente dividido entre a democracia secular ocidental e a cultura islâmica.

Boualem Sansal

Foto: picture-alliance/dpa

Nascido em 1949, ele é um dos mais famosos escritores da Argélia. Há anos Sansal adverte, em seus romances e ensaios, sobre os perigos do islamismo radical. Em 2011, ganhou o Prêmio da Paz do Comércio Livreiro Alemão. Seu romance 2084 foi premiado no ano passado com o Grand Prix du Roman de l'Académie Française.

Timothy Garton Ash

Foto: picture-alliance/dpa/H. Kaiser

A Europa é o tema principal do historiador e escritor britânico Timothy Garton Ash. Não é de se admirar que, justamente por isso, ele tenha passado a ser um intelectual muito requisitado nesses tempos de ascensão dos movimentos nacionalistas europeus. O autor participa na Feira de Frankfurt de diversos debates sobre temas políticos, como, logicamente, não poderia deixar de ser.

Ian Kershaw

Foto: Getty Images/J. Simon

Mais um historiador britânico, ele tem agendadas várias participações durante a Feira do Livro de Frankfurt. Anos depois de sua monumental biografia de dois volumes sobre Adolf Hitler, um de seus maiores sucessos de vendas, seu mais recente livro, To Hell and Back: Europe, 1914-1949 (Ida e volta ao inferno: Europa, 1914-1949, em tradução livre), também lida com o século 20. Kershaw é um mestre em abordar a história de forma acessível ao grande público.

Leon de Winter

Foto: DW/S. Bartlick

Holanda e Flandres, convidados da Feira do Livro de Frankfurt deste ano, trouxeram autores de diferentes gerações. Leon de Winter é um deles. Ele apresenta seu romance Geronimo. A obra é uma pequena provocação, pois traz uma trama eletrizante que mostra, na ficção, o lado humano do terrorista Osama bin Laden.

Fiona Kidman

Ela é pouco conhecida, tanto na Alemanha quanto no Brasil. Mas em seu país de origem, a Nova Zelândia, e em outros países da Commonwealth, a autora de 76 anos acumulou vários prêmios. Em seu mais recente romance, All Day at the Movies (Todo o dia no cinema, em tradução livre), a ex-jornalista conta a saga de uma família, tendo como pano de fundo a história da Nova Zelândia, com todas as agitações do passado recente.

John Burnside

Foto: picture-alliance/E. Elsner

No best-seller A Lie About My Father (Uma mentira sobre meu pai, em tradução livre), Burnside escreveu sobre sua infância com o pai violento e alcoólatra. Em seu mais recente romance publicado na Alemanha, Waking up in Toytown (Subindo na cidade dos brinquedos, em tradução livre), ele se lembra de 1980, quando era, como ele mesmo diz, "muito louco", ou seja, esquizofrênico. O livro descreve o longo e tortuoso caminho do escritor rumo à normalidade.

Donna Leon

Foto: picture-alliance/dpa/A. Dedert

Celebridade na Alemanha, a autora de romances policiais americana dá prosseguimento em uma turnê que realiza pelo país, apresentando em Frankfurt seu 25º romance tendo o comissário Brunetti como protagonista. A história se passa, como sempre, em Veneza, cidade que é lar adotivo da escritora, de 74 anos.

MD/dw/dpa/afp

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