O estilista alemão ficou famoso não apenas pelas suas criações, mas também pela língua afiada, marcada por uma série de frases polêmicas e bem-humoradas. Confira uma pequena seleção.
Anúncio
"Tenho os pés no chão. Só que não neste planeta."
"Meu objetivo de vida é manter o tamanho 48."
Sobre a posteridade: "Tento assegurar que ninguém se lembre de mim."
Sobre seus óculos: "Eles são a minha burca. Eu tenho um pouco de miopia. E quando míopes tiram seus óculos, eles se parecem com pequenos cachorrinhos fofinhos, que querem ser adotados."
"A vaidade é a coisa mais saudável na vida."
"Quem usa calça de moletom perdeu o controle sobre a própria vida."
"Selfie é masturbação eletrônica."
"O que eu odeio são homens feios e pequenos. Mulheres podem ser pequenas, mas para homens isso não é possível. É algo que eles não conseguem perdoar na vida. Eles são cruéis e querem te matar."
"Eu odeio conversas intelectuais com intelectuais. A única opinião que me interessa é a minha."
"Se eu fosse uma mulher na Rússia, seria lésbica. Os homens são muito feios."
Sobre Angela Merkel: "No geral, o dresscode dela é correto, mas o corte poderia ser mais acurado."
"É preciso jogar o dinheiro pela janela para que ele volte pela porta."
"Eu tenho cara de quem sabe cozinhar? Eu sei abrir uma lata de coca light e era isso."
"Quando alemães me abordam para dizer que também são alemães, digo sempre: disso há 80 milhões."
"Heidi Klum eu não conheço. A Claudia Schiffer também não a conhece. Ela nunca esteve em Paris."
"Eu sou rodeado de pessoas jovens e bonitas. A visão da feiura me é um horror."
"A moda é algo para o momento. O melhor que pode acontecer a um vestido é ele ser usado. Não se faz moda para o museu."
"A moda é superficial. Isso é algo que se deve aceitar quando se quer fazer da moda a sua profissão."
"Eu nunca quis ter filhos. Se meu filho fosse superior a mim, isso não me serviria, e se ele fosse inferior, também não."
"Não é que eu me ache bom, mas dá para ser pior."
"A juventude é uma nova forma de racismo, uma obsessão. É a única injustiça social que realmente existe."
"Futuro é o tempo que resta."
"É contra a minha natureza ser fraco."
"Sou como um ninfomaníaco da moda que nunca chega ao orgasmo. Nunca estou saciado."
"Num mundo que come carne e calça sapatos de couro, uma discussão sobre peles é infantil."
"Acho tatuagens horríveis. É como se você estivesse sempre com uma roupa da Pucci. Se você for jovem e sarado, talvez seja ok, mas..."
"Tudo o que eu digo é uma piada. Eu mesmo sou uma piada."
O museu Bundeskunsthalle, em Bonn, mostra peças e coleções elaboradas pelo guru da moda ao longo de 60 anos, incluindo grandes marcas como Fendi, Chloé e Chanel.
Foto: picture-alliance/dpa/Karaba
Tudo começou com um sobretudo
A carreira ganhou projeção quando em 1954 ele venceu com este exemplar um concurso de design, na categoria sobretudo. A peça foi exposta em 2015 na exposição intitulada "Karl Lagerfeld. Modemethode", na Bundeskunsthalle.
Foto: Kunst- und Ausstellungshalle der Bundesrepublik Deutschland GmbH/David Ertl, 2015
Apaixonado por papel
"Eu preciso sempre sentir o papel sob meus dedos para poder me expressar", afirmou Lagerfeld sobre sua paixão por seu material de trabalho predileto. Papel determina a vida de Lagerfeld: nos seus desenhos de moda, suas fotografias, notas, cartas e livros. Até mesmo seus desfiles são planejados num bloco de rascunhos. A escrivaninha é testemunha da importância do papel para o estilista.
Foto: 2015 Karl Lagerfeld
Dos acervos
Somente no acervo da Fendi encontram-se 40 mil desenhos de Lagerfeld. Alguns deles estão à mostra agora em Bonn, assim como esboços para Chloé e Chanel. Também podem ser vistos pôsteres de campanhas publicitárias de Lagerfeld decorando, em grupos, as paredes em concreto aparente do espaço de exposições. Um pano de fundo sutil para as criações de Lagerfeld.
Foto: DW/S. Wünsch
O inovador
Lagerfeld já trabalha há 50 anos para a marca italiana Fendi. Quando ele começou a colaboração, em 1965, embaralhou o mundo das peles. Em vez dos pesadíssimos casacos de pele da época, criou modelos lúdicos e loucos que passaram a não mais envolver a sua portadora como um tanque de guerra, mas de forma leve e solta. Além disso, desenhou para Fendi roupas e acessórios atemporais.
Foto: Kunst- und Ausstellungshalle der Bundesrepublik Deutschland GmbH/David Ertl, 2015
Acessórios
Sapatos e bolsas – o que desperta o desejo nos olhos de muitas mulheres é motivo de desespero para muitos homens. Não para Karl Lagerfeld. Para cada coleção, ele também cria os acessórios adequados. A exposição mostra uma seleção abrangente de 120 peças (na foto: Fendi). Para a Casa Chanel, além de sapatos, ele desenhou bolas, cintos e também 177 botões.
Foto: Kunst- und Ausstellungshalle der Bundesrepublik Deutschland GmbH/David Ertl, 2015
Espelho do tempo
Para Chloé, Lagerfeld mostra que sabe o que as mulheres esperam da moda. Lúdicos, leves e românticos: assim são os vestidos da década de 1970. Ele adornou outros modelos com motivos gráficos. O material preferido é a seda. O manequim usa um vestido de seda pintado à mão de 1973.
Foto: DW/S. Wünsch
Hora da música
A época das lendárias festas no clube nova-iorquino Studio 54 deu a inspiração para motivos engraçados. Neste vestido de cetim, de 1983, ele compara o corpo feminino a um violino. Assim como os outros 120 modelitos na exposição em Bonn, esse vestido provém dos acervos das casas de moda. Alguns modelos foram até mesmo emprestados por museus.
Foto: Chloé archive
Renovação na Chanel
Ao ir para a Chanel, em 1983, Lagerfeld trouxe novos ventos à etiqueta de moda, então um pouco empoeirada. Ele atribuiu nova vida a modelos clássicos, modificando os cortes e dando novas cores aos terninhos. Com saias mais curtas, jaquetas mais longas e novos materiais, a marca passou a ser usada novamente por mulheres mais jovens. Este terninho é de 1991.
Foto: DW/S. Wünsch
Alta costura feita de lã
O terninho de tweed entrelaçado, inventado por Chanel, continua a ser um clássico. Na série "Evolução do tweed", Lagerfeld mostra o que se pode fazer com este material de aparência antiquada. Assim, os terninhos de tweed ganham franjas longas, terminando em bainhas de tecidos delicados e transparentes ou são simplesmente perfurados.
Foto: DW/S. Wünsch
Palácio de papel
Nos desfiles de moda, o melhor vem no final: a alta costura. A categoria Premium, onde os estilistas apresentam as suas obras-primas, suas peças únicas, cujos preços podem chegar a seis dígitos. A mais cara de todas as variedades da moda também é o ponto alto da exposição. Como cenário, um trio de designers criou um palácio de papel, um espaço digno para abrigar os vestidos luxuosos de Lagerfeld.
Foto: Kunst- und Ausstellungshalle der Bundesrepublik Deutschland GmbH/David Ertl, 2015
Noiva em neoprene
A última peça da exposição foi da coleção outono/inverno 2014-2015: um vestido de noiva para grávidas. A graça não está na cauda bordada em ouro, mas no material: borracha de neoprene. Um final espirituoso de uma mostra que destaca o uso da cor e do material por Lagerfeld, a continuidade de seu trabalho e a sua influência no mundo da moda.