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As mentiras que viralizaram sobre a guerra na Ucrânia

07:11

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14 de abril de 2022

A guerra se expande não apenas no território ucraniano, mas nas redes sociais. Fundo verde, alteração de áudio e até deepfakes tornam difícil distinguir realidade e mentira. A DW verificou as notícias falsas que viralizaram e mostra como é possível desmascará-las.

Imagens de um depósito de combustível perto de Lviv pegando fogo após um suposto ataque com mísseis russos, e um repórter da CNN está ao vivo no local. No Twitter, muitos acreditam que o vídeo é falso: "A CNN está fingindo que um incêndio em Edmonton, Canadá, é um ataque na Ucrânia", escreve um usuário. Enquanto outro tuíta: "Ao vivo de Edmonton, Ucrânia". Nas imagens, um bombeiro ao fundo está vestindo uma jaqueta escrita "Edmonton". 

Mas outros usuários logo descobriram o motivo: em 2017, o Corpo de Bombeiros de Edmonton doou 600 roupas de proteção contra incêndio e outros equipamentos para a Ucrânia. O projeto se chama "Firefighter Aid Ukraine" e ainda existe. Ou seja, esse vídeo é real. Mas milhares de manipulações e mentiras estão circulando sobre a guerra na Ucrânia.  

Um vídeo supostamente mostra que este fato ocorrido na Ucrânia teria sido encenado: um suposto cadáver se moveria enquanto o repórter falava. Mais de três milhões e meio de pessoas viram o vídeo apenas no Facebook. 

Mas o vídeo é uma manipulação: a faixa de áudio foi trocada para fazer as pessoas acreditarem que é na Ucrânia. Pesquisando no Google o nome do repórter, exibido no canto inferior esquerdo, chegamos à TV "OE24". E lá encontramos o vídeo original. A reportagem mostra um ato de ativistas climáticos em Viena no início de fevereiro. 

Outras manipulações podem ser ainda mais convincentes. As deepfakes são um exemplo de alta tecnologia nessas áreas. Vídeos e imagens são manipulados com a ajuda de inteligência artificial. 

Em outro vídeo, o presidente russo Vladimir Putin supostamente anuncia a paz com a Ucrânia. Mas, na verdade, as imagens são de um discurso dele antes do início da guerra, e faixa de áudio foi alterada. Você pode encontrar o vídeo original fazendo a busca de imagem reversa. Se você comparar os dois vídeos, poderá ver muitas semelhanças: como o movimento da mão em um ponto, por exemplo. 

O Twitter já sinalizou o vídeo como manipulado. A mesma coisa aconteceu com o presidente da Ucrânia. 

Aqui o Zelenski anuncia a rendição da Ucrânia. Mais uma mentira, outro deepfake. O vídeo não é tão sofisticado quanto o do Putin: ele foi colocado por hackers no site da emissora ucraniana “TV broadcaster Ukraine 24”. 

Se você olhar com cuidado, dá pra ver que a cabeça do Zelenski está estranhamente posicionada no corpo. As proporções do corpo também não estão corretas. Os ombros do presidente estão rígidos e não se movem ao longo do vídeo. 

Usando uma pesquisa de imagem reversa, conseguimos encontrar a imagem original: é de uma coletiva de imprensa com Zelenskyy em 3 de março. A foto serviu de base para a manipulação da cabeça feita por inteligência artificial, gerando movimentos não naturais. O vídeo é falso. 

Veja mais detalhes no vídeo.