As polêmicas de Juscelino Filho, ministro das Comunicações
Publicado 28 de fevereiro de 2023Última atualização 12 de junho de 2024
Investigadas pela PF, suspeitas de desvios na Codevasf envolvendo o deputado federal licenciado (União-MA) se juntam a histórico de controvérsias, como uso de avião da FAB em agenda particular e ocultação de patrimônio.
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Primeiro ministro de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a ser investigado pela Polícia Federal, Juscelino Filho, titular das Comunicações, foi indiciado pelo órgão por suspeita de desvios em obras da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) custeadas com dinheiro que ele enviou por emendas parlamentares quando ainda era deputado federal.
Segundo a PF, o grupo ligado a Juscelino é suspeito de "desvio ou apropriação e uso indevido de, no mínimo, R$ 835,8 mil" destinados a obras em Vitorino Freire, cidade no Maranhão governada por uma irmã do ministro.
No ano passado, Juscelino chegou a ter esse valor bloqueado em suas contas por ordem do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Deputado federal maranhense licenciado pela União Brasil, Juscelino seria supostamente um dos beneficiários de uma organização criminosa que, segundo a PF, fraudava licitações, desviava recursos públicos e lavava dinheiro da Codevasf.
O que diz o ministro
Ao comentar o indiciamento nesta quarta-feira (12/06), Juscelino falou em "ação política e previsível" e negou irregularidades. Disse que apenas indicou emendas parlamentares para custear as obras, e que a licitação e a fiscalização são de responsabilidade do Executivo e de outros órgãos.
"É importante lembrar que o indiciamento não implica em culpa. A Justiça é a única instância competente para julgar, e confio plenamente na imparcialidade do Poder Judiciário. Minha inocência será comprovada ao final desse processo, e espero que o amplo direito de defesa e a presunção de inocência sejam respeitados", diz a nota divulgada pelo ministro.
Parte do Centrão, a União Brasil tem 59 deputados e 10 senadores. Embora não integre oficialmente a base do governo Lula, o partido controla três ministérios: além das Comunicações, detém ainda o Turismo e a Integração.
Milhões destinados a empresas suspeitas de irregularidades
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, Juscelino Filho destinou ao menos R$ 42 milhões a contratos com empreiteiras suspeitas de irregularidades. Uma delas, a Contruservice, teria usado laranjas para disputar contratos licitados durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Ainda de acordo com a Folha, a PF suspeita que Juscelino seja o verdadeiro dono da Arco Construção – ele nega –, empreiteira contratada para realizar obras no valor de cerca de R$ 2,5 milhões no entorno de fazendas da família do ministro. Ou seja: segundo a Folha, além de favorecer a família, o ministro teria embolsado dinheiro da obra.
Irmã prefeita no interior do Maranhão sob a mira da PF
Embora Juscelino Filho não tenha sido alvo de mandado de busca e apreensão – em setembro de 2023, Barroso negou pedido nesse sentido feito pela PF –, a irmã dele, Luanna Rezende, teve endereços revistados pelos agentes à época e chegou a ser afastada do cargo de prefeita de Vitorino Freire. Dias depois, por decisão do prórpio Barroso, ela foi reconduzida ao cargo.
Segundo o portal de notícias UOL, o bloqueio de valores de Juscelino Filho ocorreu justamente em função de suspeita de desvios em uma obra de asfaltamento executada pela Construservice na cidade gerida pela irmã dele.
Loteada entre partidos do centrão durante o governo Bolsonaro, a Codevasf se transformou naquele período em um dos principais escoadouros do dinheiro de emendas do orçamento secreto, usadas como moeda de troca pelo governo federal no trato com o Legislativo – a prática se manteve sob o governo Lula.
Na legislatura anterior, Juscelino Filho teria destinado ao menos R$ 13,4 milhões em emendas do orçamento secreto e outros R$ 11,1 milhões em emendas individuais ao município de Vitorino Freire, informou o jornal O Globo. A cidade tem pouco mais de 30 mil habitantes.
Cavalos de raça
Em fevereiro de 2023, o jornal O Estado de S.Paulo noticiou que o ministro deixou de informar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um patrimônio de pelo menos R$ 2,2 milhões em cavalos de raça na declaração de bens entregue no ano anterior, quando disputou – com sucesso – a eleição para deputado federal pelo Maranhão.
A investigação do jornal mostra que, na época em que fez a declaração ao TSE em 2022, o atual ministro das Comunicações teria ao menos 12 cavalos da raça Quarto de Milha, adquiridos em leilão. Quando concorreu pela primeira vez a deputado federal, em 2014, Juscelino chegou a declarar vários animais. Já em 2018 e 2022, ele não fez menção a animais.
Em 2022, ele declarou ao TSE um patrimônio de R$ 4,4 milhões – incluindo fazendas, carros, metade de uma aeronave, apartamento e o terreno onde está instalado um haras. De acordo com o jornal, o valor é quase o mesmo que ele teria movimentado em leilões desde 2018, período no qual também teria vendido 14 animais da raça Quarto de Milha.
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Haras no Maranhão
Não bastasse a omissão, os animais de raça seriam criados no haras do ministro, na mesma Vitorino Freire que é governada por parentes do ministro.
No papel, o haras pertence à irmã, prefeita da cidade, e a Gustavo Marques Gaspar, um ex-assessor da Câmara. No entanto, um funcionário do haras disse ao Estadão que não conhece nenhum Gustavo Gaspar.
De acordo com O Estado de S.Paulo, o terreno da propriedade de 165 mil metros quadrados pertencia à prefeitura de Vitorino Freire. Mas, em 1999, a área foi adquirida por Juscelino Filho por R$ 1 mil. Na época, ele tinha apenas 14 anos e seu pai, Juscelino Rezende, era o prefeito da cidade.
Em 2007, Juscelino Filho vendeu a área por R$ 50 mil para Gustavo Gaspar e readquiriu a propriedade em 2018 por R$ 167 mil.
Estrada em benefício próprio
Sobre o haras também recai outra suspeita: o atual ministro teria mandado asfaltar uma estrada que passa por fazendas da família com dinheiro do orçamento secreto, recebido quando era deputado federal.
De acordo com O Estado de S.Paulo, Juscelino teria indicado R$ 5 milhões em emendas do orçamento secreto que foram usados para melhoria de 19 quilômetros da estrada que circunda ao menos oito fazendas da família.
Quando a notícia veio a público, Juscelino argumentou que as propriedades beneficiadas são cercadas por "inúmeros povoados".
Parte das verbas do orçamento secreto destinadas por ele à cidade de Vitorino Freire também teriam sido usadas para contratar pelo menos quatro empresas de amigos, ex-assessores e uma cunhada do ministro.
Reportagem publicada pela Folha de S.Paulo em novembro de 2023 aponta que uma emenda parlamentar destinada por Juscelino quando ele era deputado, no valor de R$ 2,56 milhões, foi usada para a recuperação de uma estrada vicinal no entorno de uma fazenda da família, em obras que ocorreram entre 2017 e 2019.
Parte do dinheiro de outra emenda no valor de R$ 7,5 milhões foi usada para asfaltar a mesma estrada, sob obras da Construservice.
Uso de avião da FAB para ir a leilão de cavalos
Quando já era ministro, Juscelino Filho teria usado aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) para cumprir agendas pessoais – incluindo um leilão de cavalos em São Paulo. O caso ensejou uma investigação da Comissão de Ética da Presidência da República.
No caso do leilão de cavalos, a justificativa oficial do ministro foi de que a viagem – uma agenda em São Paulo em 27 de janeiro de 2023, uma sexta-feira, com duração de menos de três horas e encerramento ao meio-dia – seria "urgente". Ele deixou Brasília na quinta-feira, dia 26 de janeiro, e permaneceu em São Paulo até 30 de janeiro. Naquele fim de semana, assessorou compradores de animais, promoveu um de seus cavalos, recebeu um prêmio de criadores e inaugurou praça em homenagem a um cavalo de seu sócio.
Além do uso do avião da FAB, o ministro recebeu quatro diárias e meia, mesmo seus compromissos de trabalho tendo terminado ainda na sexta-feira. De acordo com O Estado de S.Paulo, a viagem teria custado cerca de R$ 140 mil.
Ao serem questionados sobre o fato pelo portal Poder360, os advogados do ministro responderam que a viagem "se tratava de agenda oficial" e tinha "claro interesse público".
Chips para Terra Indígena
Em fevereiro de 2023, como ministro das Comunicações, Jucelino Filho também se envolveu em mais uma polêmica: enviou mil chips de celular para serem utilizados nas operações humanitárias na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. No entanto, os chips não funcionam na área porque não há cobertura da operadora de celular.
Escolhido por "cotas parlamentares"
Médico radiologista, Juscelino não tem experiência na área de Comunicações, mas vem de uma família influente no Maranhão. A nomeação dele – no passado, apoiador de Bolsonaro e que votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff – faz parte das chamadas "cotas parlamentares" para facilitar a relação com o Congresso.
Reeleito deputado federal pela terceira vez em 2022, ele apresentou naquele ano um único projeto na Câmara, justamente para criar o "Dia Nacional do Cavalo".
Embora evite publicar em suas redes sociais postagens sobre cavalos, ele aparece frequentemente em filmagens de leilões, sendo ovacionado.
As explicações de Juscelino
Em março de 2023, depois que a história do leilão de cavalos veio à tona, Juscelino divulgou um vídeo em que se defendia das acusações de uso indevido de verba pública. Sobre o recebimento das diárias, apontou "erro no sistema", que acabou incluindo valores relativos aos finais de semana, quando ele não teve agenda de trabalho.
"O que aconteceu foi que o sistema gerou automaticamente as diárias para todo o período, um erro de sistema, sem diferenciar o final de semana”, afirmou. Em outra postagem no Twitter, o ministro exibe cópia de dois comprovantes de depósito na conta única do Tesouro Nacional: um no valor de R$ 2.004,45, realizado no dia 28 de fevereiro, e outro no valor de R$ 2.786, feito no dia 19 de janeiro.
Sobre seus investimentos em cavalos de raça, Juscelino Filho diz declarar tudo ao fisco e chama as acusações de "ataques distorcidos".
"Desde sempre declaro todos os meus bens na minha declaração de Imposto de Renda [IR], inclusive os meus cavalos. E faço questão de deixar claro: a Receita Federal sempre aprovou todas as minhas declarações de IR. E mais, a Justiça Eleitoral também aprovou as minhas contas", afirmou. "Sou ficha limpa e não respondo a nenhum processo e é importante deixar isso bem claro", defendeu-se.
O ministro também negou na época uso de emendas parlamentares em benefício próprio e de familiares.
"Não houve obras nas proximidades da minha fazenda nem na via de acesso. E o projeto tem o objetivo de atender inúmeras comunidades que convivem com lama e com a poeira", argumentou.
ra/le/md (ots)
O gabinete do novo governo Lula
Em seu terceiro mandato como presidente, petista conta com 37 ministérios, recorde de 11 ministras e novas pastas, como Igualdade Racial e Povos Indígenas.
Foto: picture alliance / ASSOCIATED PRESS
Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços - Geraldo Alckmin (PSB)
Alckmin comanda o Ministério da Indústria e Comércio, repetindo a fórmula de Lula de ter seu vice-presidente na equipe ministerial. Fundador do PSDB, Alckmin é médico e atua na política brasileira há 50 anos – já foi vereador, prefeito, deputado estadual e federal, vice-governador e governador de São Paulo. Na chapa de Lula, foi um símbolo de moderação para tentar atrair a centro-direita.
Foto: Yuri Murakami/Zumapress/picture-alliance
Fazenda - Fernando Haddad (PT)
O Ministério da Fazenda, desmembrado do atual Ministério da Economia, foi assumido por Fernando Haddad, ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo. Além da experiência como gestor público, Haddad é mestre em economia, doutor em filosofia e professor do Departamento de Ciência Política da USP. É um potencial nome do PT para disputar o Planalto em 2026.
Foto: Diogo Zacarias
Relações Exteriores - Mauro Vieira
Mauro Vieira já comandou o Itamaraty no governo Dilma Rousseff, até o impeachment da presidente, e agora retoma a chefia da pasta de Relações Exteriores. Diplomata de carreira, Vieira foi embaixador do Brasil na Croácia, na Argentina e nos Estados Unidos. Também foi o representante do Brasil na Organização das Nações Unidas de 2016 a 2020.
Foto: Luiz Rampelotto/ZUMA Wire/picture alliance
Defesa - José Múcio Monteiro
Foi ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais no governo Lula, de 2007 a 2009, quando foi nomeado ao Tribunal de Contas da União (TCU). Considerado um político conciliador, Múcio terá como desafio melhorar a relação entre o petista e os militares, que apoiaram em peso Bolsonaro. Sua escolha marca o retorno de um civil no comando da Defesa, o que não ocorria desde fevereiro de 2018.
Foto: Ton Molina/AP Photo/picture alliance
Justiça e Segurança Pública - Flávio Dino (PSB)
Ex-governador do Maranhão e senador eleito pelo estado, Flávio Dino comanda o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Dino foi um dos coordenadores do grupo técnico que discutiu esses temas no período da transição, e já exerceu os cargos de juiz federal, deputado federal e presidente da Embratur.
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Igualdade Racial - Anielle Franco
Anielle Franco comanda o novo Ministério da Igualdade Racial. Jornalista, escritora, educadora e ativista dos direitos das mulheres e da população negra, é irmã de Marielle Franco, ex-vereadora do Rio de Janeiro morta em 2018. No currículo, ela também traz a gestão do Instituto Marielle Franco e da Escola Marielles.
Foto: Bruno Lupion/DW
Direitos Humanos e Cidadania - Silvio Almeida
Advogado, professor e escritor, Silvio Almeida é um dos maiores especialistas em questões raciais no país. Ele é presidente do Instituto Luiz Gama, associação civil sem fins lucrativos formada por acadêmicos e militantes de movimentos sociais, com ênfase em raça, minorias e direitos humanos. Também é autor de uma série de livros e publicações, e integrou a equipe de transição de Lula.
Foto: Silvio Almeida
Educação - Camilo Santana (PT)
Ex-deputado, ex-governador e senador eleito pelo Ceará, Camilo Santana é o novo ministro da Educação – seu estado é considerado um modelo de políticas públicas do setor. Ele já foi também superintendente adjunto do Ibama e secretário do Desenvolvimento Agrário e das Cidades do Ceará. Camilo participou da equipe de transição de Lula como um dos coordenadores de Desenvolvimento Regional.
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
Portos e Aeroportos - Márcio França (PSB)
Bacharel em Direito, França começou na política em 1989, como vereador em São Vicente (SP). Foi prefeito da cidade por dois mandatos e eleito deputado federal em 2006 e 2010. Atuou como secretário estadual de Esporte, Lazer e Turismo e depois do Desenvolvimento. Foi vice-governador de 2015 a 2018 e comandou o governo paulista de 2018 a 2019, após a renúncia de Alckmin para concorrer à Presidência.
Foto: Marcos Corrêa/PR/Agência Brasil
Trabalho e Emprego - Luiz Marinho (PT)
Presidente do diretório estadual do PT em São Paulo, Luiz Marinho assume o Ministério do Trabalho, que já comandou de 2005 a 2007. Ele também já foi ministro da Previdência Social no segundo mandato de Lula, prefeito de São Bernardo do Campo, presidente da CUT e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, no qual Lula se consagrou como líder sindical.
Primeira mulher a comandar o Ministério da Saúde, Nísia é doutora em Sociologia, mestre em Ciência Política e graduada em Ciências Sociais pela UERJ. Ela é presidente da Fiocruz desde 2017 e, antes disso, liderou projetos da instituição como a Casa de Oswaldo Cruz e o Museu da Vida e foi vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação. Ela atuou ainda na implementação da Rede SciELO Livros.
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Gestão e Inovação em Serviços Públicos - Esther Dweck
Dweck já foi assessora econômica e secretária de Orçamento Federal nos governos Dilma Rousseff. Ela é professora do Instituto de Economia da UFRJ e doutora em Economia da Indústria e da Tecnologia pela mesma instituição, especialista em crescimento e desenvolvimento. O novo ministério comandado por ela é fruto do desmembramento do Ministério da Economia.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Ciência, Tecnologia e Inovação - Luciana Santos (PCdoB)
Santos é engenheira e presidente nacional do PCdoB. Natural do Recife, ela foi deputada estadual e federal, prefeita de Olinda duas vezes e a primeira mulher a ocupar o cargo de vice-governadora de Pernambuco. A nova ministra da Ciência e Tecnologia também foi secretária estadual da mesma área no governo pernambucano.
Foto: EVARISTO SA / AFP
Desenvolvimento Social, Assistência, Família e Combate à Fome - Wellington Dias (PT)
Ex-governador do Piauí por quatro mandatos e senador eleito pelo estado pela segunda vez, o petista Wellington Dias se destacou durante o período mais crítico da pandemia da covid-19, como representante do fórum dos governadores na CPI da Pandemia. Dias é bancário, escritor e foi um dos articuladores da campanha de Lula.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Cultura - Margareth Menezes
A cantora baiana Margareth Menezes foi escolhida para liderar o Ministério da Cultura, que havia sido extinto no governo Bolsonaro. Margareth tem mais de dez álbuns na sua discografia, diversos prêmios e indicações ao Grammy e mais de 20 turnês internacionais. A cantora também fundou a ONG Fábrica Cultural, de combate ao trabalho infantil, exploração sexual e outras violações de direitos humanos.
Foto: Antonio/Agência Brasil
Mulheres - Aparecida Gonçalves
Especialista em gênero, Aparecida, ou Cida, foi secretária nacional de enfrentamento à violência contra as mulheres nos governos Lula e Dilma. Ela é consultora em políticas públicas para o combate à violência doméstica e assessora prefeituras e governos estaduais. Cida participou da fundação da Central dos Movimentos Populares, e integrou a equipe de transição de Lula.
Foto: José Cruz/Agência Brasil
Advocacia-Geral da União - Jorge Messias
Jorge Messias é procurador da Fazenda Nacional, carreira que integra a Advocacia-Geral da União (AGU). O futuro advogado-geral da União, cargo com status de ministro, já atuou nas áreas jurídicas dos ministérios da Casa Civil, Educação, Ciência e Tecnologia, e foi subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência no governo Dilma.
Foto: Ton Molina/Fotoarena/IMAGO
Controladoria-Geral da União - Vinicius Marques de Carvalho
Professor da Faculdade de Direito da USP, Carvalho presidiu o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) de 2012 a 2016. Antes, foi secretário de direito econômico do Ministério da Justiça no governo Dilma e chefe de gabinete do Secretário Especial de Direitos Humanos no governo Lula. Também foi Yale Greenberg World Fellow.
Foto: Ton Molina/Fotoarena/IMAGO
Relações Institucionais - Alexandre Padilha (PT)
O médico infectologista pela Unicamp e ex-deputado federal por São Paulo voltou ao cargo que já exerceu no primeiro governo Lula. Ministro da Saúde no governo Dilma de 2011 a 2014, implementou o Mais Médicos. Participou também da implantação dos programas Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida e Programa de Aceleração do Crescimento.
Foto: Aloisio Mauricio/Fotoarena/IMAGO
Secretaria-Geral da Presidência - Márcio Macêdo (PT)
Márcio Costa Macêdo é biólogo com experiência em gestão e meio ambiente. Foi secretário municipal de Participação Popular de Aracaju, superintendente do Ibama em Sergipe e secretário do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de Sergipe. Macedo foi eleito deputado federal pelo estado em 2010, e também exerceu os cargos de presidente dos diretórios municipal de Aracaju e estadual de Sergipe do PT.
Foto: EVARISTO SA/AFP/Getty Images
Casa Civil - Rui Costa (PT)
Governador da Bahia de 2015 a 2022, Costa também já foi secretário de Estado da Casa Civil e secretário de Relações Institucionais da Bahia e vereador de Salvador. Graduado em Economia pela UFBA, o novo ministro é considerado um nome conciliador. Ele iniciou sua vida política no Sindicato dos Químicos e Petroleiros da Bahia e participou da fundação do PT no estado.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Meio Ambiente - Marina Silva (Rede)
Nascida em um seringal no Acre, Marina foi escolhida como ministra do Meio Ambiente, cargo que já exerceu de 2003 a 2008, período marcado por redução do desmatamento. Também já foi senadora e é deputada federal eleita por São Paulo. Marina deixou o PT em 2019 e disputou a eleição para presidente da República em 2010, 2014 e 2018. Depois de anos rompida com o PT, reaproximou-se de Lula neste ano.
Foto: CARLA CARNIEL/REUTERS
Planejamento e Orçamento - Simone Tebet (MDB)
Originária de uma família de produtores rurais no Mato Grosso do Sul, Tebet foi senadora pelo seu estado e terceira colocada na eleição para presidente deste ano. No segundo turno, integrou a frente ampla que apoiou Lula e fez campanha ao lado do petista. No Ministério do Planejamento e Orçamento, caberá a ela conduzir os debates sobre a reforma administrativa e as parcerias público-privadas.
Foto: Rodrigo Paiva/Getty Images
Pesca - André de Paula (PSD)
Deputado federal por Pernambuco por seis mandatos e próximo do presidente do PSD, Gilberto Kassab, André de Paula é advogado e começou sua carreira política do PDS, que apoiava o regime militar e depois virou o PFL. Já foi secretário de Produção Rural e Reforma Agrária e das Cidades de Pernambuco. Sua nomeação integra um acordo para que o PSD dê sustentação ao governo Lula no Congresso.
Foto: João C. Mazella/Fotoarena/IMAGO
Agricultura - Carlos Fávaro (PSD)
Senador pelo Mato Grosso, Fávaro foi coordenador da campanha de Lula no seu estado e um dos principais articuladores de Lula com o agronegócio. Produtor rural, ele foi presidente da Associação dos Produtores de Soja do Brasil e da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso. Foi um dos coordenadores da equipe de transição de Lula.
Foto: Ton Molina/Fotoarena/IMAGO
Previdência - Carlos Lupi (PDT)
Presidente nacional do PDT, Carlos Lupi já foi ministro do Trabalho e Emprego de 2007 a 2011, secretário de Transportes da prefeitura do Rio e deputado federal pelo Rio de Janeiro. Lupi assumiu o comando do seu partido em 2004, após a morte de Leonel Brizola. A recriação do Ministério da Previdência Social é resultado do desmembramento do Ministério da Economia.
Foto: Roberto Casimiro/Fotoarena/IMAGO
Transportes - Renan Filho (MDB)
Economista, Renan Calheiros Filho foi governador do Alagoas e é senador eleito pelo seu estado. Filho do senador Renan Calheiros, Renan Filho já foi prefeito de Murici e deputado federal pelo seu estado. Sua nomeação para o Ministério dos Transportes se insere em uma articulação para o MDB dar sustentação ao governo Lula no Congresso.
Foto: ANDRESSA ANHOLETE/AFP
Povos Indígenas - Sônia Guajajara (PSOL)
Deputada federal eleita pelo PSOL de São Paulo e coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, Guajarara é reconhecida internacionalmente por seu trabalho de ativismo em defesa dos direitos dos povos indígenas e do meio ambiente. Ela comanda o novo Ministério dos Povos Indígenas e terá o desafio de recuperar as políticas do setor, enfraquecidas durante o governo Bolsonaro.
Foto: MIGUEL SCHINCARIOL/AFP via Getty Images
Esportes - Ana Moser
Ex-jogadora de vôlei e medalhista olímpica em 1996, Ana Moser fundou em 2001 uma entidade que utiliza o esporte como meio para fortalecer a formação de crianças e adolescentes de periferias, e participa do debate sobre políticas públicas de esporte e sua interação com aspectos sociais. Ela apoiou a campanha de Lula e integrou a sua equipe de transição.
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Turismo - Daniela do Waguinho (União)
A deputada federal Daniela do Waguinho é pedagoga, ex-professora de ensino fundamental e trabalhou nas secretarias de assistência social do Rio e de Belford Roxo. Ela é esposa do prefeito de Belford Roxo, Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho, muito popular na Baixada Fluminense e que apoiou a campanha de Lula.
Foto: Billy Boss/Câmara dos Deputados
Minas e Energia - Alexandre Silveira (PSD)
O senador Alexandre Silveira, de Minas Gerais, é advogado. No primeiro governo Lula, foi coordenador-geral de Infraestrutura Terrestre do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), por indicação do então vice-presidente José Alencar. Elegeu-se deputado federal duas vezes, e em 2014 foi eleito suplente do senador Antonio Anastasia, que deixou o cargo para virar ministro do TCU.
Foto: Roque de Sá/Agência Senado
Integração e Desenvolvimento Regional - Waldez Góes (PDT)
O governador do Amapá, Waldez Góes, será o ministro da Integração Nacional e Desenvolvimento Regional. Atualmente no PDT, mas a caminho do União Brasil, Góes terá sob o seu comando a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), um destino preferencial de emendas parlamentares e órgão cobiçado pelo Centrão.
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Desenvolvimento Agrário - Paulo Teixeira (PT)
Deputado federal por São Paulo, reeleito para o quinto mandato consecutivo, Paulo Teixeira é advogado, foi líder do PT na Câmara e integrou a coordenação da campanha de Lula. Ele também foi secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano de São Paulo, de 2001 a 2004, na gestão de Marta Suplicy.
Foto: Elaine Menke/Camara do Deputados
Secretaria Especial de Comunicação Social - Paulo Pimenta (PT)
Deputado federal pelo Rio Grande do Sul eleito para o quarto mandato, Paulo Pimenta é o atual presidente do diretório do PT gaúcho. Formado em jornalismo, presidiu a Comissão Mista do Orçamento no governo Dilma Rousseff e a CPI do Tráfico de Armas. No novo governo Lula, a Secom do Palácio do Planalto terá status de ministério.
Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados
Comunicações - Juscelino Filho (União)
Deputado federal pelo Maranhão, Juscelino Filho é médico e vice-líder do União Brasil na Câmara. Ele é aliado do ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (União-AP) e sua indicação integra acordo para que a legenda apoie o governo Lula no Congresso. Atual presidente do Conselho de Ética da Câmara, foi relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2021 e grande beneficiário das emendas de relator.
Foto: Pablo Valadares/Camara dos Deputados
Gabinete de Segurança Institucional - Marcos Antonio Amaro dos Santos
O general da reserva Marcos Antonio Amaro dos Santos tomou posse como ministro do GSI em maio de 2023. Antes disso, ele já havia comandado a pasta em 2015, no governo Dilma Rousseff. Amaro substituiu o general da reserva Gonçalves Dias, exonerado do cargo após divulgação de imagens do circuito interno do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro, em que aparecia circulando entre os invasores.
Foto: Eliane Neves/Fotoarena/IMAGO
Cidades - Jader Filho (MDB)
Jader Filho é de um tradicional clã político do MDB do Pará, filho do senador Jader Barbalho e irmão do governador reeleito Helder Barbalho. É empresário de um conglomerado de comunicações de sua família e presidente do diretório do MDB no estado. A nomeação faz parte de acordo para seu partido apoiar Lula no Congresso.