Confira os destaques do noticiário nacional e internacional deste sábado.
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ESPECIAL
Trier inaugura controversa estátua de Karl Marx
Cidade onde filósofo nasceu e passou seus primeiros anos comemora bicentenário de nascimento desvelando escultura doada pela China e abrindo exposição sobre o pensador. Leia mais
Marx, a crença capitalista e os fundamentalismos de hoje
No "Manifesto Comunista" de 1848, Karl Marx e Friedrich Engels predisseram com precisão a evolução global do capitalismo e suas consequências culturais. Para quem tenta combatê-lo hoje, as perspectivas são pessimistas. Leia mais
"Karl Marx se mantém extremamente atual"
Duzentos anos após seu nascimento e várias revoluções mais tarde, até que ponto permanecem válidas as ideias do pensador alemão? Para o sociólogo Martin Endress, hoje uma análise mais objetiva é possível. Leia mais
BRASIL
"Criamos sociedade viciada no Estado", diz ministro do STF Barroso
Em Londres, Luís Roberto Barroso afirma que Brasil não consegue mais financiar a universidade pública e que instituições devem achar outras fontes de recursos. Ele também diz ser contra convocação de nova constituinte. Leia mais
CIÊNCIA
Nasa lança missão para estudar interior de Marte
Aterrissador InSight escavará fundo no planeta vermelho e medirá sismos. Informações ajudarão a entender melhor formação de Marte e origens do Sistema Solar. Leia mais
MUNDO
Centenas são presos na Rússia em atos anti-Putin
Entre os detidos está Alexei Navalny, principal líder da oposição. Manifestações em diversas cidades do país foram convocadas às vésperas de presidente russo assumir seu quarto mandato. Leia mais
Adolescente é estuprada e queimada viva na Índia
Polícia prende 15 pessoas que estariam envolvidas no sequestro, estupro e assassinato de uma jovem de 16 anos. Irritados por terem sido denunciados, violadores agrediram familiares e queimaram vítima viva. Leia mais
Milhares protestam na França contra Macron
Em Paris e outras cidades, manifestantes pedem fim de reformas sociais e econômicas do presidente francês, acusando-as de privilegiar os ricos e as grandes corporações. Leia mais
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Bem-vindo à cidade natal de Marx
05:27
Quão atuais são as teorias de Karl Marx?
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Karl Marx, dos vinhedos às fábricas do mundo
Marx é possivelmente o mais influente de todos os filósofos alemães. Mas será que teria gostado do que fizeram com sua obra? O totalitarismo dos futuros regimes "marxistas" é um tópico controverso.
Foto: picture-alliance/akg-images
Visão aguçada
Karl Marx não foi só um mestre-pensador, mas também um grande observador de dinâmicas sociais e psicológicas. Suas análises econômicas são ao mesmo tempo descrições sutis de formas de vida modernas: sob pressão da economia, "os homens são finalmente obrigados a encarar com olhos sóbrios […] suas relações recíprocas". Capitalismo e iluminismo, diz o filósofo, mantêm entre si uma discreta relação.
Foto: Getty Images/H. Guttmann
Idílio alemão e ideais franceses
Marx cresceu no perfeito idílio de uma região vinícola. O Vale do Mosela, onde se situa sua cidade natal, Trier, é considerado uma das mais belas paisagens cultivadas da Alemanha. A França não está distante. "Liberdade, igualdade, fraternidade", os grandes ideais da revolução de 1789, não tardaram a chegar a Trier. E aí, adeus ao romântico sossego regado a vinho branco.
Foto: imago/Chromorange
Alma poética
Na juventude, Marx era um poeta altamente romântico. "Em torno de mim flui uma pulsão eterna, / eterno arrebatamento, eterna chama", diz um de seus poemas. Os versos eram dedicados a Jenny von Westphalen. E a corte funcionou, pois os dois jovens casaram-se em junho de 1843. Primeiro no civil e pouco depois, apesar da descrença de Marx, também na igreja.
Foto: picture-alliance/akg-images
Amigo e financiador
A vida inteira, Marx nunca conseguiu lidar com dinheiro, sua família estava sempre à beira da falência. Por isso foi um feliz acaso, não só editorial mas também financeiro, ele ter encontrado em meados da década de 1840 Friedrich Engels, filho rico e intelectual de um fabricante. Engels o apoiava regularmente: Marx seguiu tendo que frequentar a casa de penhores, mas com menor frequência.
Foto: imago/Caro
"Expropriação dos expropriadores"
Para impor limites aos capitalistas é necessária uma "socialização dos meios de produção", escreveu Marx em sua principal obra, "O Capital". Aí o "invólucro capitalista" arrebentará definitivamente. Depois é preciso partir para o ataque contra os "exploradores": "Os expropriadores serão expropriados", prometia o filósofo.
Foto: picture-alliance/akg-images
História como tragédia – e farsa
Marx não perdoou quando o presidente Charles Louis Napoléon Bonaparte se proclamou imperador dos franceses em 1851, imitando seu grande modelo, Napoleão Bonaparte. "Hegel observou que todos os fatos e personagens de grande importância na história universal ocorrem duas vezes”, citou Marx, complementando: "Esqueceu-se de acrescentar: a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa."
Foto: picture-alliance/akg-images
"Não sou marxista"
Em nome de Marx, regimes totalitários tomaram o poder em diversas partes do mundo, com violência impuseram as doutrinas políticas que achavam encontrar em suas obras. O próprio Marx parece ter previsto o desastre bem cedo e comentado: "Tudo que sei é: não sou um marxista." A citação não é comprovada, mas certamente faz honra aos traços liberais de sua obra.
Foto: picture-alliance/akg-images
Leste vermelho
O Leste é "vermelho" também na África: Marx e Engels são celebrados na Etiópia. Junto a Lênin, eram vistos como garantia de um grande futuro, que o país lutaria para conquistar. Em nome desse futuro a obra de Marx foi declarada doutrina infalível e aclamada pelas massas. Como em 1987, em Addis Abeba, durante o 13º aniversário da tomada do poder por Haile Mengistus.
Foto: Getty Images/AFP/A. Joe
O último a sair apaga a luz
Até 1989, a filosofia de Marx esteve a serviço dos regimes totalitários na Europa Oriental, que acabaram falindo financeiramente. De repente os Estados soviéticos entraram em colapso. A Hungria foi a primeira a abrir as fronteiras para o Ocidente. Os cidadãos da Alemanha Oriental que lá se encontravam queriam uma única coisa: ir embora. A partir de 1989, por algum tempo deixou-se de falar de Marx.
Foto: picture-alliance/dpa
Projeto interminável
Alguns anos após o colapso do comunismo, Marx reaparece como figura de grafite em Berlim. Sua camiseta lembra: "Eu disse a vocês como mudar o mundo". Ele próprio, há muito tempo aposentado, tem que catar garrafas para sobreviver. É como se a revolução fosse um projeto sem fim – e impossível de completar.
Foto: picture-alliance/NurPhoto/A. Widak
Marx sobre-humano
Uma estátua de Marx com mais de quatro metros de altura, cujos "longos cabelos e longo casaco representam sua sabedoria": assim explica o escultor chinês Wu Weishan sua visão do filósofo alemão. Em Trier houve grande relutância em aceitar o presente da China, devido ao pouco respeito pelos direitos humanos no país. O que Marx diria disso?
Foto: picture-alliance/dpa/H. Tittel
Última conclamação
"Trabalhadores do mundo inteiro, uni-vos", talvez uma das frases mais conhecidas de Karl Marx, foi o que o escultor Laurence Bradshaw gravou na lápide do filósofo. Ele morreu em 1883, aos 64 anos, em Londres, e está sepultado no cemitério de Highgate. São palavras fáceis de dizer, mas em que ações resultarão? E serão as ações certas?