1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

As seis toxinas ambientais mais perigosas

​Anaïs Fernandes21 de outubro de 2015

Substâncias como chumbo e mercúrio colocam a vida de 95 milhões de pessoas em risco, aponta estudo. Em países mais pobres, a poluição ambiental mata mais que aids, tuberculose e malária.

Garimpeiro na Tanzânia mostra o ouro que extraiu utilizando mercúrioFoto: DW/J. Hahn

Cerca de 95 milhões de pessoas no mundo tem a saúde diretamente afetada pelas seis piores toxinas ambientais, revela um estudo da Fundação Cruz Verde, na Suíça, em parceria com a ONG Pure Earth, de Nova York, divulgado nesta quarta-feira (21/10).

O problema é mais grave em países com renda baixa a média. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou que, em 2012, a exposição a poluentes no ar, água e solo matou 8 milhões de pessoas nesses países. Uma morte em cada sete no mundo seria consequência da poluição.

Para efeito de comparação, segundo a OMS, 1,5 milhão de pessoas morreram em decorrência da aids, e menos de um milhão, de tuberculose em 2012. A malária também matou menos de um milhão de pessoas.

O estudo da Cruz Verde e da Pure Earth envolveu 49 países pobres e emergentes, entre eles Índia, Rússia, México e Indonésia. Membros da União Europeia (UE), por exemplo, ficaram de fora. Conheça as seis toxinas ambientais mais perigosas que foram identificadas:

Chumbo

26 milhões de pessoas em risco

Liberado no processo de mineração e, parcialmente, durante a reciclagem de baterias de carro, o chumbo é a toxina ambiental mais devastadora, apontou o estudo. O descarte inadequado dessas baterias é uma grande fronte disseminadora da toxina.

A exposição ao chumbo por inalação de poeira ou ingestão de água e alimentos contaminados pode causar danos neurológicos e anemia, entre outros problemas. Os efeitos do chumbo são mais graves em crianças, e em altos níveis, a intoxicação pode levar à morte.

Radionuclídeos

22 milhões de pessoas em risco

A liberação de radionuclídeos resulta de processos como degradação de urânio, produção e testes nucleares, geração de energia nuclear e criação de produtos radiológicos para uso médico.

A exposição à toxina por ingestão ou inalação desencadeia problemas como náuseas, vômitos, dores de cabeça e pode até levar à morte. Além disso, o contato com a radiação pode causar lesões celulares, que estimulam o desenvolvimento de câncer.

Mercúrio

19 milhões de pessoas em risco

O mercúrio é liberado no meio ambiente sobretudo durante a mineração de ouro. Além disso, o metal pesado é frequentemente liberado por usinas movidas a carvão e pode ser encontrado em diversos produtos industriais, como termômetros e lâmpadas.

O contato com mercúrio elementar (metálico) pode causar danos no cérebro, nos rins e no sistema imunológico, além de prejudicar o desenvolvimento fetal. Quando a substância é combinada ao carbono, forma-se o mercúrio orgânico — comumente encontrado na natureza como metilmercúrio, outra toxina perigosa e causadora da doença de Minamata, uma grave síndrome neurológica.

Cromo hexavalente

16 milhões de pessoas em risco

A liberação do cromo hexavalente na natureza está relacionada, principalmente, ao processamento de couro, mas ele pode ser encontrado também nas panelas de aço inoxidável. Dependendo da exposição, a toxina pode provocar danos nos sistemas respiratório e gastrointestinal. Além disso, a toxina é cancerígena.

Pesticidas

7 milhões de pessoas em risco

Os pesticidas das plantações são levados pela chuva e contaminam águas superficiais e subterrâneas. Alguns pesticidas antigos – os chamados Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs), como o DDT – chegam a fazer uma verdadeira migração global, afetando comunidades a milhares de quilômetros de distância de onde eles foram usados. Os efeitos gerais da exposição à toxina incluem dores de cabeça, náuseas, tonturas e convulsões. O contato crônico pode ter impactos neurológicos, reprodutivos e dermatológicos.

Cádmio

5 milhões de pessoas em risco

O cádmio é um subproduto da mineração e do processamento de zinco. Ele está presente em alguns fertilizantes, mas seu uso industrial se concentra em processos de galvanoplastia (douração e cromagem, por exemplo).

A exposição humana acontece através de uma cadeia de alimentos contaminados, como cereais, vegetais e até peixes, ou do tabagismo (ativo ou passivo). Mesmo pequenas quantidades de cádmio podem causar impactos significativos para a saúde, como irritação pulmonar e bronquite crônica. A exposição prolongada pode afetar o fígado.

Pular a seção Mais sobre este assunto