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Ascensão sem retorno

mw7 de abril de 2003

Das pistas de dança para a parada de sucessos. Wolfsheim lança novo álbum. Single "Kein Zurück" está desde fevereiro entre os mais vendidos. Duo mantém linha de melodias melancólicas e letras otimistas.

A dupla Markus Reinhardt e Peter Heppner está em alta na AlemanhaFoto: Stefano Boragno

Após manter-se com Kein Zurück (Sem retorno) na lista dos singles mais vendidos desde fevereiro, o duo alemão Wolfsheim ataca agora com seu novo álbum, Casting Shadows. Os fãs dos dois rapazes de Hamburgo esperaram quatro anos pela nova produção, na qual Markus Reinhardt e Peter Heppner trabalharam durante cerca de 18 meses. "Tinha de ser simplesmente perfeito e absolutamente novo", diz o vocalista Heppner.

"Experimentamos algo completamente diferente. Outros textos. Outras vozes. Não usamos em todas as canções a forma tradicional de refrão. Transformamos toda a estrutura das canções", enfatiza a dupla. Entretanto, o estilo e a mensagem tradicionais da banda não mudaram. As melodias sugerem melancolia, até mesmo tristeza, em contraste com o conteúdo das letras. E dois temas predominam nas faixas de Casting Shadows: resignação com o destino e motivação para se curtir a vida.

Mensagem positiva

Tal como em Kein Zurück, cujo clipe tem tido presença freqüente na programação da MTV e outras emissoras do gênero. O vídeo, produzido por Detlev Buck, mostra uma garota correndo por corredores brancos, como se estivesse tentando fugir de um sanatório. A letra afirma que tudo aquilo que se faz e diz não tem volta, não pode ser desfeito e logo vira passado. "Queremos mostrar claramente que tudo na vida tem conseqüência", explica Heppner. E, numa mensagem de incentivo à ação, a balada aconselha cada um a ser agente de sua vida e alerta aqueles que vivem adiando seus sonhos. "Algum dia é tempo demais também para um sonho", diz o último verso.

Kein Zurück

é uma das duas únicas canções em alemão. Todas as demais faixas de Casting Shadows são cantadas em inglês. "Alemão é preciso demais e pouco maleável, não oferecendo alternativas lingüísticas", justifica Heppner, que antes de integrar o Wolfsheim cantou em coros escolares e de igreja.

De Hamburgo para as danceterias

A banda começou a surgir em 1987 em Hamburgo. O músico Markus Reinhardt a fundou inicialmente com Pompejo Ricciardi. Mas este logo desembarcou do projeto, indicando para seu lugar Peter Heppner, um fã das primeiras composições dos fundadores.

Entrar no circuito fonográfico não foi mole. As duas primeiras gravações foram rejeitadas por todas as gravadoras, com exceção do selo Strange Ways, na época uma empresa de um homem só, Lothar Gärtner. Em 1991, a dupla lançou enfim seu primeiro single, The Sparrows and The Nightngales. Mesmo sem grande promoção, a canção ganhou as pistas de dança das casas noturnas alemãs. Há até quem a aponte como "um clássico", que não pode faltar na coletânea de nenhum DJ e em nenhuma compilação séria de música eletrônica dos anos 80.

Discografia

O primeiro álbum, No Happy View, veio em 1993, seguido por Popkiller um ano depois. Em 1995, o duo reuniu em 55578 sua primeira coletânea de sucessos. Depois veio o terceiro álbum, Dreaming Apes. Com 70 minutos de duração, o primeiro CD gravado ao vivo, Hamburg Rom Wolfsheim, chegou ao mercado em 1997, com partes de shows em diversas cidades alemãs. Lançado em 1999, o quarto álbum, Spectators, foi o de maior sucesso, mantendo a banda por várias semanas no segundo lugar das paradas alemãs.

EUA, Brasil e a nova turnê

Spectators

projetou o duo também no exterior, tendo sido muito bem recebido pelo mercado norte-americano. A conquista transatlântica foi freada, entretanto, pelos atentados que destruíram o World Trade Center, em Nova York. Prevista para outubro de 2001, a primeira turnê do Wolfsheim nos Estados Unidos teve de ser cancelada. No Brasil, o duo continua praticamente desconhecido do grande público, mas não dos freqüentadores de danceterias. Basta uma espiada na internet para encontrar a opinião de vários fãs sobre a canção Lovesong, de 1994.

Mesmo após a pausa de quatro anos, a banda parece ter retomado sua trilha de ascensão na cena synth e pop, como indica a vendagem de Kein Zurück nas últimas semanas. O CD Casting Shadows (também em versão MCD) e a turnê por 11 cidades da Alemanha, além de Viena e Zurique, servirão de teste para verificar se o Wolfsheim é um exemplo de sua própria mensagem.

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