1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Assad aceita entrada de fiscais de armas químicas na Síria

1 de agosto de 2013

Depois de bloquear todas as tentativas de investigação da ONU, presidente fechou acordo na semana passada. Peritos podem voar a Damasco na próxima semana. Assad disse estar confiante em vitória sobre rebeldes em breve.

Syrien Kämpfe in Homs 07.07.2013Foto: picture-alliance/dpa

Após forte resistência, o presidente da Síria, Bashar al-Assad, permitiu a entrada no país dos inspetores de armas das Nações Unidas para visitarem três locais, onde tentarão verificar a veracidade de acusações de utilização de armas químicas. Até agora, o governo de Damasco tinha se recusado a deixar os investigadores irem a outros locais além de Khan al-Assal, na província de Aleppo (noroeste).

De acordo com a ONU, porém, o acordo envolvendo o acesso às três localidades foi conseguido na semana passada, durante uma visita de dois representantes da organização à capital síria, Damasco, a convite do governo do país árabe.

"A missão de inspetores vai viajar à Síria o mais cedo possível, para examinar simultaneamente três dos incidentes relatados", disse na quarta-feira em Nova York o porta-voz da ONU, Martin Nesirky. De acordo com diplomatas, a equipe de peritos será reunida na Europa, de onde voará para Damasco na próxima semana.

A ONU dispõe de relatos do governo da Síria, dos EUA, da França e do Reino Unido, segundo os quais foram empregadas armas químicas em 13 localidades. De acordo com o governo, em Khan al-Assal, que Assad tinha liberado para visitas dos inspetores, forças rebeldes mataram 26 pessoas com gás sarin – que ataca o sistema nervoso – em 19 de março. A denúncia está sob investigação.

Patrulha rebelde na cidade de AleppoFoto: Dimitar Dilkoff/AFP/Getty Images

Os inspetores da ONU deverão investigar também Atajbah, nos arredores de Damasco (sul), e o reduto rebelde de Homs (centro), conforme informações de diplomatas. Segundo dados dos governos britânico e francês, em ambos os locais, tropas do governo empregaram gás venenoso contra os insurgentes, em março e em dezembro.

Motivo para intervenção militar

A investigação internacional sobre o uso de armas químicas é uma questão delicada, já que os EUA citam o uso desse tipo de recurso como motivo para uma intervenção militar.

Apesar de ter acesso liberado a apenas três localidades na Síria, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, continua com intenção de investigar os relatos de ataques de armas químicas em outros lugares, segundo garantiu o porta-voz Nesirky. Ban havia exigido de Assad o livre acesso a todas as áreas em que as armas proibidas teriam sido utilizadas.

Soldados insurgentes em Homs: cidade vem sendo alvo de ataques do governoFoto: Reuters

Confiante na vitória

Numa mensagem divulgada nesta quinta-feira (01/08), por ocasião do Dia do Exército, Assad se disse confiante numa vitória militar frente aos rebeldes e no fim iminente da guerra.

No pronunciamento veiculado pela agência estatal Sana, o presidente sírio afirmou estar confiante de que sairá vitorioso do conflito. "Se não estivéssemos na Síria confiantes na vitória, não teríamos tido a força para lutar e não teríamos sido capazes de resistir a mais de dois anos de agressões", afirmou Assad. Ele exortou as forças do governo a "cumprirem a missão nacional". O chefe do governo classificou, ainda, as revoltas da Primavera Árabe como "mudanças perigosas".

Nos últimos dias, as forças de Assad intensificaram seus ataques, conseguindo avanços contra os rebeldes remanescentes em Homs, terceira maior cidade do país e ponto estrategicamente importante. A cidade oferece controle sobre a rota de ligação entre a capital, Damasco, e a costa do país.

As tropas do governo expulsaram os rebeldes e retomado o controle de várias regiões nos últimos dois meses. Analistas atribuem esse sucesso à falta de armas dos oponentes de Assad, assim como às disputas entre diferentes unidades rebeldes.

Revolta começou em 2011

O conflito na Síria começou em março de 2011, com protestos contra Assad, e se transformou em uma sangrenta guerra civil. De acordo com dados da ONU, mais de 100 mil pessoas foram mortas nos confrontos entre rebeldes e tropas do governo. Centenas de milhares de pessoas se tornaram refugiados.

Terceira maior cidade do país, Homs está em ruínas devido aos intensos bombardeiosFoto: picture-alliance/AP

Somente até o meio-dia desta quinta-feira, os opositores do regime contabilizaram cerca de 20 mortos, a maioria deles na região da grande Damasco, de acordo com os grupos revolucionários. A organização Observadores Sírios dos Direitos Humanos relatou um ataque aéreo sobre a aldeia de Khan al-Assal.

MD/afp/dpa/rtr

Pular a seção Mais sobre este assunto