Presidente sírio deseja se encontrar com líder norte-coreano em Pyongyang, conforme órgão da Coreia do Norte. Ministro dos EUA diz que sanções serão mantidas até que país asiático dê passos rumo à desnuclearização.
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O presidente da Síria, Bashar al-Assad, quer visitar o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, em Pyongyang, informou neste domingo (03/06) a agência estatal norte-coreana KCNA.
A KCNA afirmou que Assad expressou ao novo embaixador norte-coreano em Damasco, Mun Jong-nam, o desejo de se encontrar com Kim em Pyongyang durante a entrega de credenciais ao diplomata, no dia 30 de maio. "Meu desejo é viajar para a Coreia do Norte e me reunir com Kim Jong-un no futuro", disse Assad a Mun, segundo a KCNA. Não formam divulgados detalhes de quando esse hipotético encontro ocorreria.
Caso realmente ocorra, esta seria a primeira vez que Kim recebe um presidente na Coreia do Norte.
Após a guinada diplomática dos últimos meses, o líder norte-coreano, que não tinha se reunido com nenhum líder estrangeiro em seus mais de seis anos no poder, realizou duas cúpulas com o presidente da China, Xi Jinping, e se encontrou outras duas vezes com o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in.
Além disso, Kim deve se encontrar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no próximo dia 12, em Cingapura. "O mundo saúda este notável acontecimento na península coreana", disse Assad sobre o encontro, de acordo com a KCNA. Conforme a agência, o presidente sírio disse estar seguro de que Kim poderá chegar à "vitória final e conseguir a reunificação coreana".
O regime de Pyongyang mantém uma relação muito próxima com a Síria. Ambos os governos são acusados por investigadores da ONU de cooperar em um programa de armas químicas.
Apesar do planejado encontro entre Trump e Kim, os EUA querem manter a pressão sobre a Coreia do Norte. Durante uma conferência sobre segurança em Cingapura neste domingo, o ministro americano da Defesa, Jim Mattis, afirmou que só haverá um relaxamento das sanções contra Pyongyang quando o país demonstrar "passos verificáveis e irreversíveis" em direção à desnuclearização. Ele disse, ainda, que o caminho das negociações será, "na melhor das hipóteses, acidentado".
MD/dpa/efe
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Verdades e mitos sobre a dinastia Kim
Família governa a Coreia do Norte desde a fundação do país, há quase sete décadas, com um culto quase divino às personalidades de Kim Il-sung, Kim Jong-il e Kim Jong-un.
Foto: picture alliance / dpa
Um jovem líder
Kim Il-sung, o primeiro e "eterno" presidente da Coreia do Norte, assumiu o poder em 1948 com o apoio da União Soviética. O calendário oficial do país começa no seu ano de nascimento, 1912, designando-o de "Juche 1", em referência ao nome da ideologia estatal. O primeiro ditador norte-coreano tinha 41 anos ao assinar o armistício que encerrou a Guerra da Coreia (foto).
Foto: picture-alliance/dpa
Idolatria
Após a guerra, a máquina de propaganda de Pyongyang trabalhou duro para tecer uma narrativa mítica em torno de Kim Il-sung. A sua infância e o tempo que passou lutando contra as tropas japonesas nos anos 1930 foram enobrecidas para retratá-lo como um gênio político e militar. No congresso partidário de 1980, Kim anunciou que seria sucedido por seu filho, Kim Jong-il.
Foto: picture-alliance/AP Photo
No comando até o fim
Em 1992, Kim Il-sung começou a escrever e publicar sua autobiografia, "Memórias – No transcurso do século." Ao descrever sua infância, o líder norte-coreano afirmou que ao 6 anos participou de sua primeira manifestação contra os japoneses e, aos 8, envolveu-se na luta pela independência. As memórias permaneceram inacabadas com a sua morte, em 1994.
Foto: Getty Images/AFP/JIJI Press
Nos passos do pai
Depois de passar alguns anos no primeiro escalão do regime, Kim Jong-il assumiu o poder após a morte do pai. Seus 16 anos de governo foram marcados pela fome e pela crise econômica num país já empobrecido. Mas o culto de personalidade em torno dele e de seu pai, Kim Il-sung, cresceu ainda mais.
Foto: Getty Images/AFP/KCNA via Korean News Service
Nasce uma estrela
Historiadores acreditam que Kim Jong-il nasceu num campo militar no leste da Rússia, provavelmente em 1941. Mas a biografia oficial afirma que o nascimento dele aconteceu na montanha sagrada coreana de Paekdu, exatamente 30 anos após o nascimento de seu pai, em 15 de abril de 1912. Segundo uma lenda, esse nascimento foi abençoado por uma nova estrela e um arco-íris duplo.
Foto: picture-alliance/AP Photo
Problemas familiares
Kim Jong-il teve três filhos e duas filhas com três mulheres, até onde se sabe. Esta foto de 1981 mostra Kim Jong-il sentado ao lado de seu filho Kim Jong-nam, fruto de um caso com a atriz Song Hye-rim (que não aparece na foto). A mulher à esquerda é Song Hye-rang, irmã de Song Hye-rim, e os dois adolescentes são filhos de Song Hye-rang. Kim Jong-nam foi assassinado em 2017.
Foto: picture-alliance/dpa
Procurando um sucessor
Em 2009, a mídia ocidental informou que Kim Jong-il havia escolhido seu filho mais novo, Kim Jong-un, para assumir a liderança do regime. Os dois apareceram juntos numa parada militar em 2010, um ano antes da morte de Kim Jong-il.
Foto: picture-alliance/AP Photo/V. Yu
Juntos
Segundo Pyongyang, a morte de Kim Jong-il em 2011 foi marcada por uma série de acontecimentos misteriosos. A mídia estatal relatou que o gelo estalou alto num lago, uma tempestade de neve parou subitamente e o céu ficou vermelho sobre a montanha Paekdu. Depois da morte de Kim Jong-il, uma estátua de 22 metros de altura do ditador foi erguida próxima à de seu pai (esq.) em Pyongyang.
Foto: picture-alliance/dpa
Passado misterioso
Kim Jong-un manteve-se fora de foco antes de subir ao poder. Sua idade também é motivo de controvérsia, mas acredita-se que ele tenha nascido entre 1982 e 1984. Ele estudou na Suíça. Em 2013, ele surpreendeu o mundo ao se encontrar com Dennis Rodman, antiga estrela do basquete americano, em Pyongyang.
Foto: picture-alliance/dpa
Um novo culto
Como os dois líderes antes dele, Kim Jong-un é tratado como um santo pelo regime estatal totalitário. Em 2015, a mídia sul-coreana reportou sobre um manual escolar que sustentava que o novo líder já sabia dirigir aos 3 anos. Em 2017, foi anunciado pela mídia estatal que um monumento em homenagem a ele seria construído no Monte Paekdu.
Foto: picture alliance/dpa/Kctv
Um Kim com uma bomba de hidrogênio
Embora Kim tenha chegado ao poder mais jovem e menos conhecido do público que seu pai e seu avô, ele conseguiu manter o controle do poder. O assassinato de seu meio-irmão Kim Jong-nam, em 2017, serviu para cimentar sua reputação externa de ditador impiedoso. O líder norte-coreano também expandiu o arsenal de armas do país.