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Assad retoma enclave alvo de ataque químico

12 de abril de 2018

Tropas do regime erguem bandeira em Duma, último bastião dos rebeldes em Ghouta Oriental, nos arredores de Damasco. Militares russos ajudam na ocupação da região.

Duma, último bastião rebelde em Ghouta Oriental, foi fortemente castigada por bombardeios das forças sírias
Duma, último bastião rebelde em Ghouta Oriental, foi fortemente castigada por bombardeios das forças síriasFoto: picture-alliance/Xinhua/A. Safarjalani

O Ministério da Defesa da Rússia anunciou nesta quinta-feira (12/04) que o Exército sírio tomou controle total sobre Duma, último bastião dos rebeldes em Ghouta Oriental, nos arredores de Damasco.

O local se tornou o maior motivo dos agravamentos das tensões entre o regime do presidente Bashar al-Assad e países do Ocidente, que responsabilizam Damasco pelo ataque com armas químicas contra a população civil.

Leia mais: Há tempos a guerra na Síria não é mais sobre Assad

"A partir de hoje, atuam na cidade unidades da polícia militar das Forças Armadas da Rússia", afirmou em nota o ministério. O comunicado ressalta que o objetivo das forças russas é "garantir a preservação da ordem pública na cidade".

Segundo os militares russos, continua a retirada de civis e combatentes do local. Moscou afirma que, desde 1º de abril, abandonaram Duma 13.504 milicianos e membros das suas famílias. Desde o início das tréguas humanitárias, mais de 160 mil civis teriam sido retirados de Ghouta Oriental.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que cerca de 500 pessoas foram atendidas em centros médicos de Duma com sintomas de exposição a agentes químicos e que aproximadamente 70 pessoas que estavam em porões morreram por causa do ataque, que teria ocorrido no último sábado.

Antes da guerra, a região de Ghouta abrigava em torno de 2 milhões de pessoas. Ela ficou sitiada pelo governo sírio desde 2013. Ghouta Oriental foi uma das primeiras áreas a se rebelar contra o presidente Bashar al-Assad, já em 2011.

Ghouta Oriental também foi alvo de um ataque com gás sarin em 2013, que matou quase 1.500 pessoas e que é atribuído às forças que apoiam o regime de Assad. A reação internacional ao ataque forçou o regime a concordar com a eliminação de seu arsenal de armas químicas, ainda que haja indícios de que nem todas tenham sido destruídas.

Moscou afirma que as acusações de uso de armas químicas em Duma por parte das forças sírias são uma tentativa de justificar uma intervenção militar no país árabe. O Ministério sírio do Exterior qualificou de irresponsáveis as ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que prometeu uma ação militar contra o país.

Assad alertou que uma possível investida dos países ocidentais na Síria deverá apenas "aumentar a instabilidade na região, ameaçando a paz e a segurança internacional".

RC/rtr/ap

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