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Assange promete vazamentos sobre eleições nos EUA

4 de outubro de 2016

Em evento em Berlim para comemorar dez anos do Wikileaks, fundador da plataforma promete mais publicações envolvendo corrida pela presidência americana.

Julian Assange discursa através de videoconferência em Berlim
Foto: Reuters/A. Schmidt

O fundador do Wikileaks, Julian Assange, anunciou nesta terça-feira (04/10) que lançará nesta semana a primeira de uma série de novos vazamentos, que incluem material "significativo" para as próximas eleições nos EUA.

A declaração foi feita por videoconferência em um evento em Berlim para comemorar o aniversário de dez anos do Wikileaks. O plano, segundo Assange, é publicar um material novo a cada semana, nas próximas dez semanas.

Para o evento do décimo aniversário do registro de endereço na web do Wikileaks, eram previstas revelações sobre a candidata democrata Hillary Clinton. Mas elas não aconteceram. "Vocês têm que entender que, se desejamos publicar alguma coisa que diga respeito aos Estados Unidos, não o faremos às 3h da manhã", afirmou Assange, se referindo ao horário local nos EUA.

O Wikileaks havia publicado em junho e-mails de integrantes do Partido Democrata, que provocaram suspeitas de uma possível parcialidade de líderes a favor de Hillary. Nos EUA, especialistas em segurança de TI afirmaram que o servidor de e-mail foi invadido por hackers com conexão com os serviços de inteligência russos. O Wikileaks foi, então, acusado de ser instrumentalizado por Moscou, o que foi rejeitado por Assange.

Mais de 10 milhões de documentos vazados desde 2007

O Wikileaks foi lançado em janeiro de 2007, com Assange dizendo que iria usar a criptografia e um site à prova de censura para proteger fontes e divulgar informações secretas. Desde então, o site publicou mais de 10 milhões de documentos vazados.

A plataforma chamou a atenção do mundo pela primeira vez quando publicou manuais para os guardas da prisão de Guantánamo.

Mas o projeto realmente se tornou conhecido internacionalmente em 2010, ao revelar documentos secretos sobre operações militares dos EUA no Iraque e no Afeganistão e um vídeo mostrando um helicóptero militar americano atacando um grupo de civis desarmados, incluindo dois jornalistas, em Bagdá.

Naquele mesmo ano, o portal também publicou uma série de mensagens das embaixadas dos EUA em todo o mundo, criando um episódio profundamente embaraçoso para a diplomacia americana.

Mas 2010 também trouxe revezes para a organização. Assange foi acusado de ter relações sexuais com uma mulher enquanto ela dormia, depois de conhecê-la em uma conferência em Estocolmo.

O fundador do WikiLeaks se refugiou na embaixada do Equador em Londres – que lhe concedeu asilo político em 2012 –, depois de perder uma batalha jurídica para bloquear sua extradição para a Suécia.

Assange, de 45 anos, tem afirmado que as acusações são falsas e se recusou a viajar a Estocolmo para interrogatório, devido a preocupações de que a Suécia o entregue aos EUA, para ser julgado por espionagem.

MD/dpa/efe/afp

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