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Criminalidade

Assassinato de jornalista gera indignação na Caxemira

15 de junho de 2018

Shujaat Bukhari, editor de jornais na região controlada pela Índia, foi morto por atiradores. Ex-colaborador da DW era conhecido por defender a paz num território marcado pela violência.

Amigos carregam corpo de Shujaat Bukhari, assassinado na Caxemira
Amigos carregam corpo de Shujaat Bukhari, assassinado na CaxemiraFoto: Reuters/D. Ismail

O jornalista veterano Shujaat Bukhari e dois policias que cuidavam de sua segurança foram mortos por atiradores nesta quinta-feira (15/06) em Srinagar, a maior cidade da Caxemira, região disputada entre a Índia e o Paquistão.

Os três homens foram alvejados quando o jornalista entrava no carro, em frente a seu escritório. Segundo a polícia, os atiradores estavam de motocicleta e dispararam uma saraivada de balas contra as vítimas do atentado.

Bukhari trabalhava como editor do jornal em inglês Rising Kashmir  e das publicações em urdu Buland Kashmir  e Sangarmal, além de ter colaborado com a Deutsche Welle. Ele defendia uma solução pacífica dos conflitos na Caxemira e advogava em nome dos direitos humanos.

O Ministério indiano do Interior lamentou sua morte, afirmando tratar-se de um "jornalista destemido e corajoso". A Associação de Editores da Índia condenou o que chamou de "ataque covarde".

"Bukhari era uma voz moderada e corajosa, um editor de coração grande que era mentor de uma ampla equipe de jovens jornalistas", disse a associação em comunicado. "O assassinato de Bukhari marca um novo ponto baixo num ambiente de rápida deterioração para os profissionais de imprensa na Caxemira e no país, de modo geral." Atos de violência e ameaças contra jornalistas são comuns na região.

Jornalista morto em atentado foi colaborador da DWFoto: twitter.com/bukharishujaat

O Comitê de Proteção aos Jornalistas pediu às autoridades indianas que investiguem o assassinato de forma "confiável e rigorosa". "Levando-se em conta o número de assassinatos de jornalistas não esclarecidos e os distúrbios políticos na Caxemira, nos preocupamos se as autoridades indianas vão investigar este assassinato de forma rápida e eficiente", comentou o diretor-executivo da organização, Robert Mahoney.

Numa de suas últimas postagens no Twitter, Bukhari compartilhou um artigo de seu portal de notícias onde o chefe de direitos humanos da ONU pedia uma investigação sobre abusos cometidos tanto pela Índia quanto pelo Paquistão na região fronteiriça. Os dois países reivindicam a soberania sobre o território desde a independência de ambos em relação ao Reino Unido, em 1947, já tendo travado três guerras pela Caxemira.

RC/afp/ap

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