Assassino em série conhecido como "a Serpente" deixa prisão
23 de dezembro de 2022
Condenado no Nepal, francês Charles Sobhraj se beneficiou de lei por estar doente e será deportado. Ele aterrorizou a Ásia nos anos 1970 e teve a história retratada na minissérie da Netflix "O Paraíso e a Serpente".
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O assassino em série francês Charles Sobhraj, conhecido como "a Serpente", foi libertado de uma prisão no Nepal e será deportado para França nesta sexta-feira (23/12).
Sobhraj aterrorizou a Ásia na década de 1970, fazendo várias vítimas. Recentemente, sua história voltou aos holofotes ao ser retratada na minissérie da Netflix "O Paraíso e a Serpente".
"O governo nepalês quer mandá-lo de volta o mais depressa possível. Sobhraj também quer", disse Gopal Shiwakoti Chintan, advogado do assassino. A previsão era de que ele embarcasse para a França em um voo da Qatar Airways ainda nesta sexta-feira.
Sobhraj, de 78 anos, estava preso no Nepal desde 2003 pelo assassinato de dois turistas da América do Norte. A decisão de libertá-lo foi tomada na quarta-feira pelo Supremo Tribunal do Nepal.
Por sofrer de problemas cardíacos e precisar de uma cirurgia, ele se beneficiou de uma lei nepalesa que permite a libertação de prisioneiros acamados que já cumpriram três quartos da pena. O Tribunal ordenou que ele fosse deportado no prazo de 15 dias.
"Eu me sinto ótimo, estou voando para Paris", disse Sohbraj por telefone, de acordo com o jornal britânico The Guardian.
Antes do anúncio da sua transferência, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores francês disse que, se notificada sobre a deportação, a França "seria obrigada a cumprir o pedido, uma vez que o Sobhraj é um cidadão francês".
Os crimes
De origem vietnamita e indiana, Charles Sobhraj começou a viajar pelo mundo no início da década de 1970 e acabou se estabelecendo na capital tailandesa, Bankok.
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Lá, se passava por um comerciante de pedras preciosas para fazer amizade com as suas vítimas - na maioria das vezes mochileiros ocidentais. Depois, as drogava, roubava e assassinava.
Chamado de o "assassino do biquíni" em 1975 após a descoberta do corpo de uma mulher americana que vestia traje de banho numa praia de Pattaya, na Tailândia, Sobhraj foi ligado a mais de 20 assassinatos em países como índia, Nepal e Tailândia - mas respondeu por apenas três.
O outro apelido, "a Serpente", veio por seu charme e habilidade escorregadia para escapar da prisão.
Condenação na índia
Preso na Índia em 1976, Sobhraj passou 21 anos atrás das grades pela morte do turista francês Jean-Luc Solomon. O período tornou-se notório pelo luxo em que vivia, subornando guardas com dinheiro e pedras preciosas, e por uma breve fuga em 1986, depois de ter drogado guardas prisionais – ele acabou sendo recapturado no estado indiano de Goa.
Libertado em 1997, voltou a Paris. Em 2003, julgando que mais uma vez que escaparia das autoridades, viajou ao Nepal. No entanto, foi preso no distrito turístico de Katmandu.
No ano seguinte, um tribunal condenou-o a prisão perpétua pelo assassinato de uma turista americana, Connie Jo Bronzich, em 1975. Dez anos mais tarde, também foi condenado pelo homicídio do companheiro canadense dela, Laurent Carrière.
Durante seu tempo na prisão no Nepal, Sobhraj se casou com uma mulher nepalesa 40 anos mais jovem. Em 2008, então com 64 anos, conheceu a advogada Nihita Biswas, de 21, quando ela atuou como intérprete na prisão.
Na Tailândia, ele foi acusado de matar seis viajantes e havia um mandado de prisão de décadas, mas ele nunca foi extraditado para o país para enfrentar as acusações.
le (Lusa, ots)
Alemanha e suas séries de TV e streaming
O mercado alemão de séries floresce, e não só com produções de emissoras locais. Gigantes como Sky, Amazon e Netflix apostam na estratégia de oferecer obras alemãs a um público internacional.
Foto: Netflix
"Dark", a primeira série alemã da Netflix
Em dezembro de 2017 estreou a primeira série alemã da Netflix para o mercado mundial. A temporada, de dez episódios, trata dos destinos de quatro famílias no interior da Alemanha: o sumiço de duas crianças desencadeia investigações que remontam até a década de 1950. A segunda temporada estreou em junho de 2019, e a terceira foi confirmada para 2020. Foi dublada e legendada em português brasileiro.
Foto: Netflix
Êxito artístico com "Im Angesicht des Verbrechens"
Muitos consideram "Im Angesicht des Verbrechens" (Diante do crime) a melhor série alemã da década: o épico de dois policiais investigando os círculos da máfia russa em Berlim. Contudo as vertiginosas sequências de cenas, enquadramentos sombrios e experimentos formais do diretor Dominik Graf foram ousados demais para parte do público, e a produção teve baixa audiência em 2010.
Foto: ARD/Julia von Vietinghoff
"Parfum", uma série criminal brutal e surpreendente
Em 2018, o canal alemão ZDFneo exibiu a série criminal Parfum (O Perfume), de seis episódios. Na trama, a brutal morte de uma antiga amiga leva um grupo a se reunir. Características específicas no cadáver fazem os amigos pensarem que somente um deles poderia ter cometido o crime. Fora da Alemanha, a produção foi disponibilizada pela Netflix, incluindo no Brasil, legendada e dublada em português.
Foto: Filmfest München 2018
How to Sell Drugs Online (Fast), tom de comédia para assunto sério
Em “How to Sell Drugs Online (Fast)”, que estreou em junho na Netflix, um estudante de uma pequena cidade da Alemanha, filho de um policial, decide vender drogas pela internet para se reaproximar da ex-namorada e arrasta o melhor amigo para o negócio. A série, em tom de comédia, foi dublada e legendada em português brasileiro e o título traduzido para "Como Vender Drogas Online (Rápido)".
Foto: picture-alliance/dpa/Netflix
"Weissensee": Berlim Oriental dos anos 80
Lançada em 2010, "Weissensee" é uma vitória da televisão alemã ao abordar temas da história recente. Tratando de duas famílias de Berlim Oriental na década de 1980, a produção da TV ARD teve boa audiência, já está caminhando para a quarta temporada e foi vendida para a Itália e a Rússia, entre outros mercados.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Pedersen
"Deutschland 83" e mais
"Deutschland 83" foi exibida em 2015 na Alemanha pelo canal privado RTL. Apesar de premiada no exterior, ela teve baixa audiência na TV comercial e, a sequência, “Deutschland 86”, foi disponibilizada apenas na Amazon Prime, em 2018. No Brasil, a série foi transmitida pelo +Globosat, com o título “Deutschland - Espião Novato” e segue disponível no Globoplay. Os autores já prometem “Deutschland 89”.
Foto: picture alliance/dpa/R. Hirschberger
"Cães de Berlim" e o submundo da capital alemã
Produzida pela Netflix, "Dogs of Berlin" (Cães de Berlim) estreou em dezembro de 2018. A trama mergulha na face sombria da capital alemã e tem como protagonistas dois policiais não convencionais: Kurt Grimmer, um ex-neonazista, e Erol Birkan, homossexual e de ascendência turca. A dupla investiga o assassinato do jogador de futebol turco-alemão Orkan Erdem. É dublada e legendada em português.
Foto: Netflix
"You are wanted" na Amazon
Antecipando-se por alguns meses à rival Netflix, a gigante americana do streaming Amazon Prime lançou em março de 2017 sua primeira série alemça, "You are wanted" (Você é procurado), protagonizada por Matthias Schweighöfer. Focando vigilância digital e teorias da conspiração, a série não encontrou aprovação unânime do público e crítica. Ainda assim, sua segunda temporada já está em preparação.
Foto: picture alliance / Stephan Rabold/Amazon/dpa
Clãs de Berlim em "4 Blocks"
A produção do diretor Marvin Kren pode ser considerada um sucesso entre as séries alemãs e entrará em sua segunda temporada. Tratando dos conflitos entre os clãs familiares rivais do bairro berlinense de Neukölln, ela foi lançada em maio de 2017, em seis episódios, pelo canal de TV a cabo TNT Serie. "4 Blocks" recebeu críticas entusiásticas, chegando a ser comparada à americana "Os Sopranos".
Foto: picture-alliance/dpa/Handout/2017 Turner Broadcasting System Europe Limited & Wiedemann & Berg Television GmbH & Co.
Opulência dos anos 20 em "Babylon Berlin"
Série mais cara da TV alemã, "Babylon Berlin", de 2017, exibida pela Sky, é a prova de que os roteiristas e cineastas alemães são especialmente bons ao abordar temas históricos. Com grande minúcia e em imagens opulentas, três cineastas, entre os quais Tom Tykwer, evocaram a Berlim dos anos 1920. A série já foi vendida para diversos países.
Foto: 2017 X Filme/Frédéric Batier
"Das Verschwinden": drama psicológico
As emissoras de direito público da Alemanha também têm se lançado com sucesso no universo das séries. Em outubro de 2017, a ARD apresentou "Das Verschwinden" (O desaparecimento), uma sinistra história passada na Alemanha, dirigida por Hans-Christian Schmid. Como em "Dark", o tema aqui é o sumiço de uma jovem, e o drama psicológico resultante.
Na trilha das rivais Amazon e Sky, a Netflix conseguiu ampliar com "Dark" a sua parcela no mercado alemão: ao lado de seu enorme sucesso global, a plataforma de streaming persegue a estratégia de aproximar-se ainda mais das plateias nacionais encomendando especialmente séries para os mercados específicos.
Foto: Netflix
Mundos obscuros
O suíço Baran bo Odar dirigiu a série "Dark", escrita a quatro mãos com sua esposa, Jantje Friese. Em 2010, ele levara às telas uma história semelhante: também "Das letzte Schweigen" (O silêncio) é um drama familiar em torno de um desaparecimento, que conecta duas diferentes gerações. "Dark", porém, é bem mais sombrio, numa encenação quase sufocante.