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Assessora de Trump promove produtos de Ivanka em entrevista

10 de fevereiro de 2017

Kellyane Conway volta a gerar polêmica ao pedir que telespectadores comprem itens da grife da filha do presidente. Gabinete de Ética deve analisar comentários e, se necessário, recomendar medidas disciplinares.

Kellyanne Conway
Conway ficou famosa ao usar a expressão "fatos alternativos" Foto: Getty Images/O. Douliery-Pool

Kellyanne Conway, uma das principais assessoras do presidente dos EUA, Donald Trump, sofreu duras críticas, tanto de democratas quanto de republicanos, após promover produtos da filha do mandatário Ivanka Trump em entrevista televisiva nesta quinta-feira (09/02).

"Comprem os produtos da Ivanka", disse Conway à emissora Fox News em entrevista concedida na Casa Branca. "Vou fazer um anúncio gratuito aqui: comprem [os produtos] hoje, pessoal. Vocês podem encontrá-los online."

Leia mais: Assessora de Trump cita massacre que não aconteceu

Um comitê do Congresso afirmou que vai pedir uma análise para verificar se Conway violou regras éticas ao promover os produtos da filha de Trump, um dia depois de o presidente criticar a revendedora Nordstrom por parar de vender a linha de vestuário e acessórios de Ivanka.

Nos Estados Unidos, as regras éticas federais proíbem que funcionários do Executivo usem seus cargos para recomendar produtos ou para lucros privados de amigos. A lei não se aplica ao presidente do país.

O republicano Jason Chaffetz, presidente do Comitê de Supervisão da Câmara dos Representantes, afirmou que concordou em solicitar ao Gabinete de Ética Governamental (OGE) que analise os comentários de Conway.

Para Chaffetz, os comentários foram "errados, errados, errados, e não há desculpa para eles". O OGE deve recomendar medidas disciplinares, se justificadas, afirmou.

Conway, que ficou famosa ao usar a expressão "fatos alternativos" para defender declarações inverídicas do porta-voz da Casa Branca, também gerou controvérsia na semana passada, ao mencionar um massacre terrorista que nunca existiu para justificar o decreto migratório de Trump.

Trump defende conselheira

Trump defendeu Conway, e o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, afirmou que a assessora havia sido "aconselhada" quanto a seus comentários sobre o assunto, "e ponto final".

À agência de notícias AP, uma fonte da Casa Branca disse que o presidente não havia visto a entrevista da assessora à Fox News, mas compreendia que ela estava apenas "apoiando uma mulher maravilhosa por quem ela tem grande respeito e acredita ter sido tratada de maneira injusta".

A Nordstrom, uma das maiores redes de lojas de departamento dos EUA, reiterou nesta quarta-feira que a decisão de não vender mais os produtos de Ivanka não foi política, tendo como base o desempenho comercial. Segundo a empresa, a venda dos itens caiu constantemente em 2016, sobretudo na segunda metade do ano.

Antes de se mudar para Washington após a eleição do pai, Ivanka se afastou oficialmente de funções executivas na Organização Trump e de sua marca própria. No entanto, ela continua sendo proprietária da grife e está recebendo pagamentos fixos da Organização Trump, em vez de referentes aos lucros do conglomerado.

LPF/ap/rtr/lusa

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