AstraZeneca adaptará vacina contra variantes do coronavírus
11 de fevereiro de 2021
Farmacêutica trabalha em parceria com a Universidade de Oxford para reduzir para de seis a nove meses o tempo de produção em massa de uma vacina eficaz também contra mutações.
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A AstraZeneca planeja adaptar sua vacina contra a covid-19 às novas mutações do coronavírus. Para isso, ela trabalha em parceria com a Universidade de Oxford, com quem desenvolveu o imunizante, e espera reduzir para de seis a nove meses o tempo de produção em massa de uma vacina eficaz também contra as mutações.
Ao ser divulgada, a vacina da AstraZeneca-Oxford foi saudada como uma "vacina para o mundo", por ser mais barata e mais fácil de distribuir do que algumas rivais. No entanto, nas últimas semanas, a farmacêutica anglo-sueca está sob pressão devido a dificuldades na entrega das doses acordadas com a União Europeia (EU) e pela falta de dados sobre os efeitos do seu imunizante em pessoas maiores de 65 anos.
A pressão aumentou desde o último fim de semana, quando as universidades de Oxford e Witwatersrand publicaram um estudo no qual afirmam que a vacina da AstraZeneca oferece proteção limitada contra casos leves e moderados da variante detectada na África do Sul, chamada B.1.351.
Em sua defesa, a AstraZeneca enfatizou que o estudo não foi desenhado para determinar os efeitos da vacina em casos graves, no qual sua eficácia seria maior. Mesmo assim, na segunda-feira, a África do Sul anunciou que suspendeu o uso do imunizante. No mesmo dia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) chamou a atenção para o pequeno número de voluntários que participaram do estudo (cerca de 2 mil) e argumentou que é importante fazer uso de todos os meios disponíveis para combater a pandemia.
A pressão é ainda maior, pois vacinas rivais se mostraram mais eficientes à variante sul-africana. De acordo com estudo publicano na revista científica Nature Medicine, a atual vacina da Pfizer-BioNTech já é considerada eficaz contra as variantes britânica e sul-africana. A empresa americana Moderna também relatou alta eficácia em ambas as variantes.
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Empresa promete dobrar produção
Para o diretor-executivo da AstraZeneca, Pascal Soriot, a vacina contra a covid-19 da empresa não é perfeita, mas terá um grande impacto na pandemia. Segundo ele, a farmacêutica prometeu dobrar a produção para mais de 200 milhões de doses mensais até abril.
"É perfeita? Não, não é perfeita, mas é ótima. Quem mais está fazendo 100 milhões de doses em fevereiro?", destacou Soriot, em uma teleconferência sobre a vacina nesta quinta-feira (11/02). "Vamos salvar milhares de vidas e é por isso que vamos trabalhar todos os dias", completou.
A vacina da AstraZeneca-Oxford é vetorial. Segundo especialistas, esse tipo de imunizante requer mais tempo para ser adaptado às novas variantes do vírus do que as vacinas de mRNA, como as da Moderna e da Pfizer/BioNTech.
O chefe do departamento de pesquisa da AstraZeneca, Mene Pangalos, disse em entrevista ao jornal Financial Times, que vacinas mRNA "provavelmente tem uma vantagem de quatro a seis semanas" na corrida das empresas farmacêuticas para se adaptar às variantes.
Imunizantes vetoriais são produzidos a partir de vírus conhecidos, porém inofensivos. Eles não desencadeiam doenças, mas podem se reproduzir nas células humanas. São os chamados vetores que estimulam uma reação imunológica no nosso organismo.
Já as vacinas da Moderna e Pfizer/BioNTech utilizam um tipo de molécula mensageira, o mRNA, que contém instruções para a produção de proteínas que desencadeariam uma reposta imune.
A vacina da AstraZeneca é parte fundamental do Covax, um programa para a compra e distribuição de vacinas contra a covid-19 que almeja um acesso mais igualitário ao redor do mundo e prioriza países pobres.
O imunizante corresponde a quase todas as 337,2 milhões de doses que o Covax pretende enviar a cerca de 145 países no primeiro semestre deste ano.
No Brasil, dois milhões de doses da vacina importadas da Índia já estão sendo aplicadas, sem restrição de idade.
le/ (reuters, ots)
Doenças prevenidas com vacinas
Vacinas protegem o corpo, criando resistência contra doenças. As vacinas são feitas com substâncias e microrganismos inativados ou atenuados que, quando introduzidos no organismo, estimulam a reação do sistema imune.
Foto: picture-alliance/imagebroker
Catapora
Também chamada de varicela, é uma doença infecciosa altamente contagiosa, causada pelo vírus Varicela-Zoster. Os principais sintomas são manchas vermelhas e bolhas no corpo, acompanhadas de muita coceira, mal-estar, dor de cabeça e febre. As bolhas costumam surgir primeiro no rosto, tronco e couro cabeludo e, depois, se espalham. Em alguns dias, elas começam a secar e cicatrizam.
Foto: Dan Race/Fotolia
Sarampo
É uma doença infecciosa grave, que pode ser fatal, causada por um vírus do gênero Morbilivirus, transmitida através de secreção oral ou nasal. É tão contagiosa que uma pessoa infectada pode transmitir a doença para 90% das pessoas próximas que não estejam imunes. Os principais sintomas são: manchas avermelhadas na pele, febre, tosse, mal-estar, conjuntivite, coriza, otite, pneumonia e encefalite.
Foto: picture-alliance/dpa/KEYSTONE/U. Flueeler
Hepatite B
Um dos cinco tipos de hepatite existentes no Brasil, a B é causado por um vírus. A falta de sintomas na fase inicial dificulta o diagnóstico. Muitas vezes, é detectada décadas após a infecção, por sintomas como tontura, enjoo, vômito, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados. Hepatite B não tem cura, mas o tratamento pode reduzir o risco de complicações, como cirrose e câncer hepático.
Foto: picture-alliance/dpa
Caxumba
É uma infecção viral aguda e contagiosa, que na maioria das vezes afeta as glândulas parótidas, que produzem a saliva, ou as submandibulares e sublinguais, próximas ao ouvido. É causada por um vírus e transmitida através de gotículas de saliva. O sintoma mais característico é o aumento das glândulas salivares. O agravamento da doença pode levar à surdez ou esterilidade.
Foto: Imago Images
Rubéola
É uma doença viral aguda, altamente contagiosa. A forma congênita, transmitida da mãe para o filho durante a gestação, é a mais grave porque pode provocar, por exemplo, surdez e problemas visuais no bebê. A transmissão acontece por meio de secreções expelidas ao tossir, respirar ou falar. Os principais sintomas são dor de cabeça e no corpo, ínguas, febre e manchas avermelhadas.
Foto: picture-alliance/dpa/J.P. Müller
Difteria
É uma doença transmissível causada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae, que atinge as amígdalas, faringe, laringe, nariz e, ocasionalmente, outras partes do corpo, como pele e mucosas. A transmissão ocorre por meio da tosse, espirro ou por lesões na pele. Entre os principais sintomas estão: membrana grossa e acinzentada cobrindo as amígdalas, gânglios inchados e dificuldade para respirar.
Foto: picture-alliance/OKAPIA KG/G. Gaugler
Tétano
Ao contrário da maioria das doenças evitadas com vacina, o tétano não é contagioso. É causado por uma toxina produzida pela bactéria Clostridium tetani, que, sob a forma de esporos, é encontrada em fezes, na terra, em plantas e em objetos e pode contaminar pessoas por meio de lesões na pele, como feridas, cortes ou mordidas de animais. Um dos sintomas é a rigidez muscular em todo o corpo.
Foto: Imago Images
Tuberculose
É uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis, também chamado bacilo de Koch. Afeta principalmente os pulmões, mas pode acometer outros órgãos e sistemas. Tem como principais sintomas tosse por mais de duas semanas, produção de catarro, febre, sudorese, cansaço e dor no peito. A transmissão ocorre pela respiração, por espirros e pela tosse.
Foto: picture-alliance/BSIP/NIAID
Febre Amarela
É uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos vetores. Não há transmissão direta de pessoa para pessoa. Os principais sintomas são início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores no corpo, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. No ciclo silvestre, os vetores são mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes e, no ciclo urbano, é o Aedes aegypti.
Foto: R. Richter
Coqueluche
É uma infecção respiratória causada pela bactéria Bordetella pertussis. Se não for tratada, pode levar à morte de bebês menores de seis meses. A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto com gotículas eliminadas por tosse, espirro ou fala. No começo, os sintomas são parecidos com os de um resfriado, mas podem evoluir para tosse severa e descontrolada, comprometendo a respiração.
Foto: Imago Images/blickwinkel/McPhoto
Poliomielite
Também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes. Nos casos graves, acontecem paralisias musculares irreversíveis. Devido à intensa vacinação, com a famosa "gotinha", no Brasil não há circulação do vírus desde 1990.