Astro espanhol da NBA cogita não ir aos Jogos do Rio
30 de maio de 2016
Duas vezes medalhista olímpico, Pau Gasol afirma que risco de zika é grave e questiona se precauções de segurança estão sendo realmente tomadas. Outros atletas já manifestaram temor semelhante.
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O astro espanhol da NBA Pau Gasol afirmou nesta segunda-feira (30/05) que cogita não participar dos Jogos Olímpicos em agosto, no Rio de Janeiro, devido aos riscos associados ao vírus zika. O jogador é o pivô da seleção de basquete da Espanha e representou seu país nas três últimas Olimpíadas.
Em artigo de opinião publicado no jornal espanhol El País com o título "Sonho olímpico ou pesadelo sanitário", Gasol questiona a pouca ressonância sobre a gravidade do vírus na mídia e no debate público.
"Esses Jogos, os primeiros realizados na América do Sul, podem realmente ser inesquecíveis, mas corremos o risco de que seja pelos motivos errados", afirma Gasol, medalhista de prata nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 e Londres 2012.
O jogador coloca ainda em questão se as precauções necessárias para garantir a segurança dos torcedores e atletas estão sendo devidamente tomadas: "Ou estão colocando os interesses econômicos à frente da saúde de milhões de pessoas em todo o mundo", questiona.
O pivô enumera os riscos do zika, como a microcefalia e a síndrome de Guillain-Barré, uma doença neurológica rara que pode provocar paralisia, e cita uma carta assinada por 150 especialistas em saúde direcionada a Organização Mundial de Saúde (OMS), na qual foi pedido o adiamento da Rio 2016 ou a transferência da sede para alguma região livre do surto, diante da gravidade do vírus.
"A resposta da OMS foi a negação. Segundo ela, o fato de 500 mil pessoas visitarem o Rio não terá consequências quando voltarem aos seus países. Tanto as instituições internacionais sanitárias e esportivas, quanto os governos, conhecem os riscos. Se a Olimpíada for realizada, será com total conhecimento de causa. Mas quem pensa nos atletas e nos torcedores que vão para o Rio de Janeiro?", pondera Gasol.
O jogador disse ainda estar estudando sua participação na Rio 2016, ressaltando que os Jogos Olímpicos são o "evento mais significativo" para atletas e que ficar de fora dessa competição é devastador. "Mas não se brinca com a saúde, e não falo apenas da saúde de cada atleta, mas também dos torcedores, das famílias que virão apoiar os atletas, das famílias às quais voltarão uma vez que a competição termine".
Preocupação geral
Gasol não é o primeiro atleta a cogitar sua participação nos Jogos Olímpicos da Rio 2016 devido ao surto de zika. A goleira da seleção americana de futebol Hope Solo expressou em fevereiro preocupação por causa do vírus e afirmou estar avaliando sua ida ao evento no Rio de Janeiro.
"Até saber mais, não sinto que posso tomar uma decisão realmente com base na informação. Se as coisas permaneceram como estão agora, provavelmente não vou", disse Solo.
Enquanto Gasol e Solo avaliam sua participação no evento, os jogadores de golfe Marc Leishman, da Austrália, e Vijay Singh, de Fiji, já anunciaram que não irão a Rio 2016 por causa do surto de zika. Essa é primeira vez que o esporte será competido nos Jogos Olímpicos.
O Comitê Olímpico dos Estados Unidos liberou atletas de participarem da competição no Rio de Janeiro caso temam o zika. Já o Quênia, que possui alguns dos maiores corredores de média e longa distâncias do mundo, anunciou em fevereiro que estava avaliando o envio de esportistas para o evento.
"Nós já deixamos claro que, se não limparem os locais desta doença potencialmente perigosa, nós não iremos para lá", disse, na época, o presidente do Comitê Olímpico queniano, Kipchoge Keino.
CN/rtr/afp/ap
Dez esperanças de medalha para o Brasil
Meta do COB é conquistar no mínimo 27 medalhas nos Jogos Olímpicos de 2016. Entre multicampeões, potências mundiais e promessas, confira quais são as modalidades que podem levar o Brasil para o pódio no Rio.
Foto: Getty Images
Robert Scheidt - vela
Em busca de seu sexto pódio em Jogos Olímpicos, o maior medalhista brasileiro (junto com o também velejador Torben Grael), Robert Scheidt voltou à classe Laser, pela qual é eneacampeão mundial. Na vela, destaque também para a dupla Martine Grael e Kahena Kunze, campeãs mundiais na classe 49er FX e eleitas as melhores velejadoras do mundo em 2014, além de Ricardo Winicki, na classe RS-X.
Foto: Imago
Sarah Menezes - judô
Desde Los Angeles 1984, o judô brasileiro conquistou medalhas em todas as edições dos Jogos Olímpicos. A atual campeã olímpica Sarah Menezes é forte candidata a repetir a dose no Rio de Janeiro. Rafael Silva, o Baby, as campeãs mundiais Mayra Aguiar e Rafaela Silva, além do veterano Tiago Camilo, também estão bem colocados nos rankings de suas respectivas categorias.
Foto: Getty Images/B. Mendes
Arthur Zanetti - ginástica
Único campeão olímpico latino-americano na história da ginástica olímpica, Arthur Zanetti vem dominando as provas nas argolas, onde conquistou um ouro e uma prata nos dois últimos mundiais. Ao lado de Diego Hypólito e Sérgio Sasaki, primeiro brasileiro a ser finalista no individual geral nos Jogos Olímpicos, em Londres 2012, Zanetti quer levar o Brasil ao inédito pódio na competição por equipes.
Foto: Reuters
Fabiana Murer - atletismo
Em 2008, equipamento roubado; em 2012, a culpa foi do vento. Após duas decepcionantes participações, Fabiana Murer quer se redimir com uma medalha no Rio de Janeiro. A missão da campeã mundial do salto com vara de 2011, porém, é complicada: a cubana Yarisley Silva, melhor marca do ano, a americana Jennifer Suhr e a russa Yelena Isinbayeva, dona do recorde mundial, são as principais concorrentes.
Foto: Imago
Bruno Fratus - natação
A cena de Bruno Fratus (dir.) cumprimentando César Cielo, em Londres 2012, não irá se repetir nos Jogos do Rio. Com a ausência de Cielo, Fratus se tornou a principal esperança de medalhas. Bronze no Mundial de 2015, ele detém o segundo melhor tempo nos 50m livres em 2016. Outros bons nomes são Felipe França, Nicholas Santos, além de Thiago Pereira, maior medalhista pan-americano da história.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Walton
Duda Amorim - handebol
A seleção feminina de handebol conquistou o inédito título mundial em 2013, na Sérvia. Treinada pelo dinamarquês Morten Soubak, a equipe espera superar a campanha de Londres (6º lugar) e se recuperar do fraco Mundial de 2015, quando caiu nas oitavas de final. O time conta com Alexandra Nascimento e Duda Amorim (foto), eleitas as melhores jogadoras do mundo em 2012 e 2014, respectivamente.
Foto: Imago
Isaquias Queiroz - canoagem
Atual bicampeão mundial da prova não olímpica do C1 500m e medalhistas nos últimos dois mundiais nas provas C1 1.000m, C1 200m e C2 200m, Isaquias Queiroz quer conquistar a primeira medalha olímpica para a canoagem brasileira. Atenção também para a mineira Ana Sátila, que esteve em Londres com apenas 16 anos e foi campeã mundial júnior de slalom em 2014.
Foto: picture-alliance/dpa/R. Weihrauch
Yane Marques - atletismo
Grande surpresa em Londres 2012, quando conquistou a inédita medalha de bronze no pentatlo moderno, Yane Marques manteve a sequência de bons resultados, conquistando uma prata e um bronze em dois mundiais da modalidade. Além disso, ela já conseguiu derrotar as últimas duas campeãs olímpicas: Laura Asadauskaite, da Lituânia, e Lena Schöneborn, da Alemanha.
Foto: picture-alliance/AP Photo/A. Schmidt
Ágatha e Bárbara Seixas - vôlei
Nenhuma modalidade deu tantas medalhas olímpicas ao esporte brasileiro como o vôlei: 20, sendo seis de ouro. O Brasil é potência mundial na quadra e na areia, tanto no masculino como no feminino. Destaque para as duplas femininas do vôlei de praia, que ocuparam todas as três posições do pódio na Holanda, coroando Ágatha e Bárbara Seixas como campeãs mundiais de 2015.
Foto: Getty Images/G. Arroyo Moreno
Neymar - futebol
Pentacampeão mundial, fábrica de craques e maior exportador de jogadores do mundo. Em Jogos Olímpicos, no entanto, o futebol brasileiro tem um retrospecto decepcionante: três pratas, em 1984, 1988 e 2012. Para quebrar o jejum, o craque Neymar está pedindo dispensa do Barcelona para aproveitar a segunda chance em dois anos de ser campeão no Maracanã e levar o Brasil ao ouro inédito.