Alexander Gerst retornou à Terra há três dias, depois de quase seis meses na estação espacial. Alemão passa por uma série de exames médicos e já pensa em voltar ao espaço, desta vez rumo ao planeta vermelho.
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O astronauta alemão Alexander Gerst, de 38 anos, parece ter gostado da experiência no espaço. Depois de passar 165 dias na Estação Espacial Internacional (ISS), ele declarou nesta quinta-feira (13/11) que gostaria de ir para Marte.
"Meu futuro é definitivamente o espaço", afirmou, numa coletiva de impressa na cidade alemã de Colônia . O astronauta declarou que no momento está muito feliz em retornar à Terra e que acredita que uma missão em Marte já é tecnicamente possível.
"Acho que estamos prontos", comentou, acrescentando que um voo tripulado ao planeta vermelho é menos uma questão técnica do que de decisão.
Atualmente Gerst passa por exames médicos no Centro Aeroespacial Alemão (DLR), além de estar participando de um rigoroso programa de treinamento físico. Ele retornou nesta segunda-feira, depois de quase seis meses na ISS, onde realizou uma série de experimentos nas áreas de física, biologia e pesquisa de radiação.
O astronauta nascido no sul da Alemanha revelou que está bem, e que imaginara que a readaptação à vida terrestre seria muito mais difícil. Ele se alegra por estar novamente com a namorada e os amigos, voltar a morar na própria casa, ver o verde e enfim poder comer pizza novamente. "Pode-se viver no espaço ainda mais tempo, mas o que não se tem lá, é a Terra, o nosso planeta natal."
Um dos destaques da sua viagem sideral foi uma missão do lado de fora da ISS, em 7 de outubro. "Foi maravilhoso estar lá fora. Foi uma experiência incrível", revelou. Ele é o 11° alemão enviado ao espaço e o terceiro na ISS.
CN/dpa/afp
Diário de um astronauta
No espaço por quase seis meses, o alemão Alexander Gerst capturou imagens impressionantes da superfície da Terra. Experimentos conduzidos pela equipe internacional da ISS podem beneficiar o planeta e a humanidade.
Foto: ESA/NASA
Além da ciência
"Oi Berlim, eu não vejo fronteira nenhuma daqui de cima!", publicou Gerst no Twitter em 9 de novembro de 2014, data do 25º aniversário da queda do Muro de Berlim. Além de conduzir uma série de experimentos em várias áreas da ciência, Alexander Gerst tinha uma outra missão importante: mostrar às pessoas na Terra o quão bonito e fascinante é esse nosso "ponto azul".
Foto: Alexander Gerst/ESA/picture-alliance/dpa
Fenômeno deslumbrante
"Palavras não podem descrever a sensação de voar através de uma aurora boreal" – escreveu Gerst sobre o fenômeno natural. Apesar de ter dificuldade para captar a experiência em palavras, ele conseguiu fazer pesquisas sobre as auroras. Um dos objetivos foi investigar a influência de forças eletromagnéticas da Terra em dispositivos eletrônicos na Estação Espacial Internacional.
Mesmo na Terra, é raro conseguir ver a aurora boreal, chamada também de "luzes do norte". Alexander Gerst teve a sorte de conseguir do espaço esse belo registro da aurora na região polar.
Foto: ESA/NASA
Charada geográfica
Não é uma montanha nem um vulcão. Na verdade, a foto feita por Alexander Gerst mostra a Cratera de Berringer, conhecida também como Cratera do Meteoro, no Arizona. Gerst costumava compartilhar suas fotos nas mídias sociais com a hashtag #geochallenge, desafiando o público a descobrir onde fica o acidente geográfico.
Esse parece ser um pequeno buraco, mas tem mais de 80 quilômetros de diâmetro. Apesar da aparência interessante, tufões como esse podem causar danos imensos na superfície da Terra. "Daqui de cima é surpreendentemente óbvio que o nosso mundo é um sistema conectado", observou Gerst.
Algo que faz as fotos de Alexander Gerst serem tão bonitas e fascinantes é o fato de serem registros instantâneos autênticos. Nesta imagem, tuitada por Gerst como a mais triste tirada por ele, é possível ver explosões e foguetes em Gaza e Israel.
Foto: picture-alliance/dpa/ESA/NASA
Propósitos científicos
As fotos de Gerst, como esta, de um dos vales varridos pelo vento no norte da África, podem ser comparadas a imagens semelhantes dos mesmos lugares feitas anteriormente. Isso ajuda os cientistas a observar as mudanças na superfície da Terra e determinar se elas são naturais ou provocadas pelo homem.
Os círculos nesta imagem não são um trabalho de extraterrestres, mas campos agrícolas irrigados em regiões áridas do México. Alguns dos experimentos de Gerst são relacionados a alimentos – os astronautas cultivam plantas comestíveis na estação espacial para ver se eles poderiam desenvolver métodos mais eficientes de uso da água.
Foto: ESA/NASA
Obras de arte
Algumas das fotos feitas por Gerst parecem obras de um pintor talentoso. Esta imagem mostra um rio no Cazaquistão serpenteando entre a paisagem. O curso das águas de outros tempos também é visível, e assim dá para imaginar a probabilidade de as curvas mudarem outras vezes no futuro.
Foto: ESA/NASA
Outro ponto de vista do infinito
"Quando as luzes vindas do observatório Cupola tingem de laranja o interior da estação espacial, eu posso dizer que estou sobre a África, mesmo sem olhar pela janela", tuitou Gerst. O deserto do Saara parece infinito – para quem está nele. Mas como mostra essa imagem da região na Líbia, até as dunas de areia têm começo e fim.