Astronauta alemão se diz triste ao ver queimadas do espaço
28 de janeiro de 2022
Matthias Maurer afirma que a destruição ambiental no Brasil e em outras partes do mundo, que ele acompanha da Estação Espacial Internacional, o entristece e preocupa, e que a Terra é "incrivelmente bela" vista do alto.
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O astronauta alemão Matthias Maurer, que está na Estação Espacial Internacional (ISS), declarou-se preocupado com a destruição ambiental que ele afirmou acompanhar do espaço.
"O ser humano interfere na natureza, e isso pode-se ver daqui", disse numa live da Universidade do Sarre, direto do espaço, nesta quarta-feira (26/01).
Maurer disse que uma de suas ocupações favoritas na ISS é observar a Terra do espaço, mas ele afirmou ver muitas coisas que o deixam triste, por exemplo as queimadas no Brasil e no Sudoeste da Ásia e o derretimento de geleiras.
"Daqui de cima, vejo muita coisa de que não gosto (…) como as queimadas no Brasil", afirmou.
Do espaço, os astronautas podem ver como a atmosfera é uma camada fina sobre a Terra. "É como uma bolha de sabão", comparou. Por isso todo astronauta na ISS se torna, imediatamente, um defensor do meio ambiente, acrescentou.
O planeta, visto do espaço, é "incrivelmente belo". "Mas logo teme-se por esse belo planeta", afirmou Maurer, que foi para a ISS em novembro de 2021.
"Eu gostaria que toda pessoa pudesse ter a oportunidade de um dia ver esse belo planeta aqui do espaço", completou.
as/lf (AFP, OTS)
Iuri Gagarin, pioneiro da viagem espacial
O soviético Iuri Gagarin foi o primeiro ser humano a circundar a Terra a partir do cosmos. Há 60 anos começava uma história de competição internacional – mas também de cooperação.
Foto: picture alliance/dpa
Pronto para partir
Em 12 de abril de 1961, Iuri Gagarin levantou voo a bordo da espaçonave Vostok 1 e fez uma órbita da Terra. Assim, tornava-se o primeiro ser humano no espaço. Ao ser escolhido para a viagem espacial, o russo ainda fazia seu treinamento como piloto de combate.
Foto: AFP/Getty Images
Belka e Strelka preparam o caminho
Antes de Gagarin, quase não havia experiência com seres vivos no espaço. As cadelas Belka e Strelka foram os primeiros animais a completar um voo com saúde, juntamente com um coelho, 40 camundongos e dois ratos. Em 19 de agosto de 1960, o grupo foi enviado ao espaço no satélite Sputnik 5, retornando ileso numa cápsula de aterrissagem.
Foto: picture-alliance/dpa/ Heritage Images
Herói festejado
Após o retorno, Gagarin foi grandemente festejado, atravessando o mundo todo como embaixador do programa espacial da União Soviética. Após concluir a formação de piloto, ele originalmente deveria trabalhar para o programa de cosmonáutica. Porém em 27 de março de 1968 morreu num acidente com um avião de caça soviético MIG-15, num de seus voos de treinamento.
Foto: Getty Images
Reconhecimento internacional
Apesar da Guerra Fria, Gagarin também foi celebrado no Ocidente por sua façanha. Ao mesmo tempo, a notícia incitou os Estados Unidos a também desbravarem o espaço cósmico. Nesta edição do jornal "Huntsville Times", o engenheiro teuto-americano Wernher von Braun já alertava que os EUA teriam que se esforçar para superar a cosmonáutica soviética.
Foto: AFP/Getty Images
Glenn segue o exemplo
Em 20 de fevereiro de 1962, os EUA enviaram seu primeiro homem ao espaço, numa nave Mercury Atlas 6. John Glenn completou três órbitas terrestres. Ele tinha mais experiência do que Gagarin: antes da carreira como astronauta, fora piloto de combate e de testes da Marinha, e quebrara recordes de voo supersônico.
Foto: Reuters/NASA
A vez da primeira mulher
Dois anos depois de Gagarin, a URSS enviava a primeira mulher ao espaço: Valentina Tereshkova passou três dias a bordo da nave Vostok 6, dando 48 voltas pela Terra. Na foto entre os colegas Gagarin e Valery Bykovsky. Tereshkova virou estrela da mídia: na abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, em Sochi, ela portou a bandeira olímpica. Hoje com 84 anos, desde 2011 é deputada da Duma.
Foto: picture-alliance/RIA Nowosti
Corrida pela Lua
Em 20 de julho de 1969, os astronautas americanos Neil Armstrong e Buzz Aldrin (na foto) tornaram-se os primeiros seres humanos a pôr o pé na Lua. Os EUA pareciam ter vencido a corrida espacial. Até hoje, só a Nasa levou tripulantes até o satélite terrestre.
Foto: picture-alliance/Photoshot/Neil A. Armstrong
Mito Gagarin
Sobretudo nos países do Leste da Europa, manteve-se viva a memória de Iuri Gagarin – como mostra esse mural na Ucrânia. Durante a era soviética, todos os aliados da URSS – como a Alemanha Oriental, Romênia ou Bulgária – puderam enviar seus próprios cosmonautas ao espaço, também como símbolo da união e força do sistema socialista.
Foto: DW/R. Goncharenko
Hoje: cooperação ao invés de competição
Com o fim da confrontação Leste-Oeste, a concorrência gradativamente deu lugar à cooperação, a começar com a estação espacial Mir, 1986, para a qual a União Soviética também convidou astronautas ocidentais. Hoje as iniciativas conjuntas se concentram na Estação Espacial Internacional (ISS), da qual, além da Rússia e dos EUA, participam a agência europeia ESA, o Canadá e o Japão.
Foto: picture-alliance/dpa/ESA/NASA
Amanhã: juntos na Lua?
No futuro, a cooperação das nações que desenvolvem programas espaciais deverá se intensificar ainda mais. Talvez um próximo destino comum seja a Lua. E uma aldeia lunar como esta poderá até mesmo ser a sucessora da ISS.