Ataque aéreo teria matado jihadistas alemães no Iraque
20 de junho de 2015
Segundo autoridades curdas, bombardeio contra reduto do EI perto de Mossul teria matado 22 extremistas – oito seriam alemães. Até então, cerca de 600 radicais da Alemanha se uniram aos islamistas no Iraque e na Síria.
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Um ataque aéreo num reduto do grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) no norte do Iraque deixou pelo menos 22 jihadistas mortos, anunciaram autoridades curdas neste sábado (20/06). Entre eles, estariam oito alemães.
Segundo um representante do governo autônomo curdo no Iraque, o bombardeio americano atingiu um reduto dos terroristas num vilarejo localizado a noroeste de Mossul. Ele, no entanto, não deu informações sobre a data do ataque.
Os corpos teriam sido levados ao Instituto Médico Legal de Mossul. De acordo com comunicado dos EUA, as Forças Armadas americanas realizaram uma série de ataques aéreos na região nos últimos dias.
Milhares de jihadistas de outros países se uniram ao EI. Segundo autoridades de segurança da Alemanha, cerca de 600 extremistas alemães foram lutar na Síria ou no Iraque.
Há um ano o Estado Islâmico tomou Mossul, a segunda maior cidade iraquiana. Essa ação foi a primeira grande conquista do grupo terrorista e expôs o colapso do sistema de segurança no país. Os jihadistas controlam atualmente cerca de um terço do território do Iraque.
CN/dpa/rtr
"Estado Islâmico" tenta apagar história
Militantes do EI estão destruindo artefatos culturais de milhares de anos no Iraque. O estrago foi condenado mundo afora e fez o Iraque pedir ajuda internacional.
Foto: Mohammad Kazemian
Acabando com o patrimônio
Militantes do "Estado Islâmico" (EI) saquearam e destruíram estátuas em museus de Mossul, no norte do Iraque. Acredita-se que as relíquias pertenciam à antiga civilização mesopotâmica. Os jihadistas, que tomaram grande parte do Iraque e da Síria, afirmam que sua interpretação do islã exige que as estátuas e artefatos culturais sejam destruídos. Muitos estudiosos do islã condenam a ação do grupo.
Estas são as ruínas de Hatra, construída há 2 mil anos pelo Império Selêucida, que controlava grande parte do mundo antigo. Segundo relatos, militantes do EI trouxeram escavadeiras para destruir a cidade. "A luta deles é por identidade, querem destruir a região, principalmente o Iraque, e seus patrimônios da humanidade", disse o ministro do Turismo do Iraque, Adel Shirshab.
Os membros do grupo militante também destruíram parte de Nínive, antiga cidade no norte do Iraque, considerada o berço da civilização por muitos arqueólogos ocidentais. "Já era esperado que o EI a destruísse", disse o ministro do Turismo iraquiano aos jornalistas. A ONU classificou a destruição de "crime de guerra".
"O céu não está nas mãos dos iraquianos. Por isso, a comunidade internacional tem que tomar uma atitude", disse o ministro do Turismo do Iraque ao pedir ataques aéreos contra os extremistas do EI. Bagdá afirmou que os militantes do EI estão desafiando "a vontade do mundo e os sentimentos de humanidade".
Os militantes do EI afirmam que as esculturas antigas entram em contradição com sua interpretação radical dos princípios do islã, que proíbem a adoração de estátuas. E quando os jihadistas não as estão destruindo, estão lucrando com elas. Especialistas afirmam que o grupo está faturando no mercado internacional com a venda de estátuas menores, enquanto as maiores são destruídas.
Estudiosos costumam comparar a destruição do patrimônio cultural por parte do EI à demolição dos Budas Gigantes de Bamiyan, pelos talibãs afegãos, em 2001. Hoje, há somente um espaço vazio onde as grandes estátuas ficavam. Entretanto, alguns temem que o estrago causado pelo EI às ruínas da antiga civilização mesopotâmica, pioneira da agricultura e da escrita, possa ser ainda mais devastador.