Ataque a aeroporto deixa dezenas de mortos no Afeganistão
9 de dezembro de 2015
Militantes do Talibã tentam assumir controle de local que também abriga base militar da Otan, em Kandahar. Ação deixa 37 mortos e 35 feridos. Movimento ataca ainda província de Helmand, no sul do país.
Anúncio
Pelo menos 37 pessoas morreram e 35 ficaram feridas em um ataque do Talibã ao aeroporto de Kandahar, no sul do Afeganistão, confirmou nesta quarta-feira (09/12) o Ministério afegão de Defesa. A tentativa de invasão do local, onde também funciona uma base aérea militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), já dura mais de 24 horas.
Segundo o ministério, dos 11 militantes que participaram da ação no aeroporto apenas um continua atacando as forças de segurança. "Nove insurgentes foram mortos e outro está ferido", ressaltou o comunicado oficial.
Testemunhas disseram que os militantes usaram civis como escudo humano. De acordo com uma fonte de segurança, isso dificultou o contra-ataque. Um porta-voz do Talibã afirmou que a ação do grupo no aeroporto ainda continua e que foram mortos muitos soldados e destruídos veículos e helicópteros.
Em 14 anos de guerra, o ataque no aeroporto da cidade de Kandahar, considerada o berço do movimento extremista, é mais grave contra instalações militares no sul do país.
Mais violência
Militantes do movimento extremistas atacaram ainda nesta quarta-feira um distrito da província de Helmand, ao sul do país, matando 14 integrantes das forças de segurança. O grupo conseguiu assumir o controle de Khanisheen.
"O distrito de Khanisheen estava sendo atacado nos últimos dias, mas somente ontem o Talibã intensificou a luta contra forças de segurança e finalmente eles conseguiram assumir o controle de toda a região", afirmou o chefe do conselho provincial de Helmand, Karim Atal.
A escala de violência no país começou com a retirada das tropas estrangeiras, no final do ano passado. Com a diminuição da presença militar, o Talibã intensificou os ataques contra forças do governo afegão.
CN/lusa/afp/ap
O Afeganistão moderno está no passado
O regime do Talibã reprime os direitos humanos, sobretudo das mulheres, na sociedade afegã, dominada pelos homens. Mas houve um tempo em que as mulheres circulavam livremente - e se vestiam como bem entendiam.
Foto: picture-alliance/dpa
Médicas aspirantes
Esta foto, tirada em 1962, mostra duas estudantes de medicina da Universidade de Cabul, ouvindo a professora enquanto examinam uma peça de gesso que representa uma parte do corpo humano. Naquele tempo, mulheres tinham um papel ativo na sociedade. Tinham acesso à educação e podiam trabalhar fora de casa.
Foto: Getty Images/AFP
Estilo nas ruas de Cabul
As fotos mostram duas jovens vestidas ao estilo ocidental, em 1962, do lado de fora do prédio da Rádio Cabul, na capital do país. Hoje em dia, com os fundamentalistas talibãs no poder, as mulheres são obrigadas a usar a burca, cobrindo o corpo totalmente quando estivessem em público.
Foto: picture-alliance/dpa
Direitos nem sempre iguais
Em meados de 1970, era comum ver estudantes do sexo feminino nas instituições de ensino afegãs - como a Universidade Politécnica de Cabul. Mas 20 anos depois, o acesso das mulheres à educação no país foi completamente bloqueado. Isso mudou apenas no fim do primeiro regime talibã, em 2001. Por duas décadas, as mulheres puderam estudar - até os fundamentalistas voltarem ao poder, em 2021.
Foto: Getty Images/Hulton Archive/Zh. Angelov
Informática na juventude
Nesta foto, uma instrutora soviética dá aula de informática para estudantes do Instituto Politécnico de Cabul. Durante os anos de ocupação soviética no Afeganistão, de 1979 a 1989, a cena era comum em diversas universidades do país.
Foto: Getty Images/AFP
Encontro de estudantes
Esta foto de 1981 mostra um encontro informal de estudantes em Cabul. Em 1979, a invasão soviética levou o Afeganistão a dez anos de guerra. Quando os soviéticos se retiraram, a guerra civil tomou conta do país e terminou com a ascensão do Talibã ao poder, em 1996.
Foto: Getty Images/AFP
Escola para todos
A foto mostra moças afegãs do ensino médio em Cabul no tempo da ocupação soviética. Durante o regime talibã, instaurado poucos anos depois, meninas foram barradas das escolas e tiveram acesso à educação negado. Elas também foram proibidas de trabalhar fora de casa.
Foto: Getty Images/AFP
Sociedade de duas classes
Nesta foto tirada em 1981, uma mulher com o rosto à mostra, sem lenço, pode ser vista com suas crianças. Cenas como essas se tornaram raras. Mesmo após 15 anos da queda do regime talibã, mulheres continuam lutando por igualdade em uma sociedade dominada pelos homens. Por exemplo, existe apenas uma motorista de taxi em todo o país.