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Arábia Saudita: Ataque a funeral resultou de má informação

15 de outubro de 2016

Coalizão árabe culpa fonte ligada aos militares iemenitas pelo bombardeio que resultou na morte de 140 pessoas e deixou mais de 500 feridos, afirmando que ela disse haver líderes rebeldes houthis no local.

Prédio em Sanaa, capital do Iêmen, foi atacado por uma avião da coalizão sauditaFoto: picture-alliance/AP Photo/H.Mohammed

Uma equipe de investigação da coalizão árabe que intervém no conflito interno do Iêmen anunciou neste sábado (15/10) que o bombardeio ocorrido no fim de semana passado, durante um funeral em Sanaa, ocorreu por causa de uma informação errada fornecida pelos militares iemenitas.

O ataque na capital do país, que causou a morte de 140 pessoas e ferimentos em mais de 500, gerou protestos internacionais e levou até mesmo aliados ocidentais a criticarem a Arábia Saudita. A organização humanitária Human Rights Watch denunciou que o ataque pode ser considerado crime de guerra e, por isso, pedira uma investigação urgente sobre o ocorrido.

Em comunicado divulgado pela agência de notícias SPA, da Arábia Saudita, a coalizão árabe afirmou que uma fonte ligada ao comando do Estado-Maior iemenita repassou uma informação sobre a presença de líderes rebeldes houthis que, mais tarde, mostrou-se estar errada. A fonte insistiu que o local era um alvo militar legítimo que deveria ser atacado imediatamente, segundo a nota da coalizão, que ressaltou que o ataque foi realizado sem instruções de seu comando.

De acordo com o texto, não foram tomadas as medidas preventivas aprovadas pela coalizão, que tenta assegurar, antes de realizar suas ações, que os alvos de ataques não estão em áreas civis. A equipe de investigação indicou que o comando da coalizão lhe ofereceu "todas as informações e documentos requeridos" e denunciou que "outras partes" aproveitaram o ocorrido para "elevar o número de vítimas".

Além disso, a equipe recomendou que sejam tomadas medidas legais para compensar de forma adequada os familiares das vítimas e os atingidos, e que as forças da coalizão revisem a aplicação das normas de combate aprovadas. A coalizão, que inicialmente negou qualquer responsabilidade, disse que aceita o resultado da investigação e que começou a implementar as alterações recomendadas.

A coalizão árabe é apoiada pelos Estados Unidos e considera os rebeldes houthis representantes do Irã no Iêmen. Além de armas, os Estados Unidos colaboram com apoio logístico e reabastecimento aéreo de aeronaves. Após o ataque, a Casa Branca afirmou que vai rever seu apoio à coalizão, liderada pela Arábia Saudita, argumentando que não se trata de um "cheque em branco".

O bombardeio foi executado contra uma salão de eventos onde acontecia o funeral da mãe do ministro do Interior dos rebeldes houthis, Jalal al-Ruishan. A guerra no Iêmen se intensificou em março de 2015, quando a coalizão militar integrada por países sunitas e liderada pela Arábia Saudita interveio diretamente em favor do presidente Abd Rabbuh Mansur al-Hadi, o único reconhecido pela comunidade internacional, e contra os rebeldes houthis.

A aliança árabe bombardeou neste período áreas residenciais, hospitais e escolas, sendo a principal responsável pela maior parte das vítimas civis no conflito, segundo a ONU e organizações de direitos humanos.

AS/efe/ap/afp

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