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Ataque a menino judeu gera revolta na França

31 de janeiro de 2018

Criança de 8 anos foi atacada por dois adolescentes no subúrbio parisiense de Sarcelles. Macron repudia a agressão e pede que o país se una para combater a violência contra judeus.

Apelidada de "pequena Jerusalém", Sarcelles, no subúrbio de Paris, abriga um grande número de judeus
Apelidada de "pequena Jerusalém", Sarcelles, no subúrbio de Paris, abriga um grande número de judeusFoto: DW

Um menino judeu de oito anos de idade se tornou a mais recente vítima da violência antissemita na França. Dois adolescentes agrediram a criança, que usava um kipá, no subúrbio de Sarcelles, ao norte de Paris. O ministro francês do Interior, Gérard Collomb, afirmou que os promotores acreditam se tratar de um ataque motivado pela religião do menino.

O episódio é o mais recente de uma série de agressões que aterrorizam a numerosa comunidade judaica na França. Há três semanas, um supermercado kosher em Paris foi alvo de um ataque incendiário.

Leia também: Opinião: Boa notícia no combate ao antissemitismo

"Um menino de 8 anos foi atacado hoje em Sarcelles. Porque usava um kipá", lamentou o presidente Emmanuel Macron através to Twitter nesta quarta-feira (31/01). "Todas as vezes que um cidadão é atacado por causa de sua idade, aparência ou religião, a República como um todo é atacada."

"E é o país como um todo que deve se levantar hoje ao lado dos judeus franceses para lutar contra esses ataques repugnantes", acrescentou Macron.

Segundo o jornal Le Parisien, o menino foi derrubado no chão e chutado por dois adolescentes que não conhecia. Os jovens acabaram fugindo em um bonde que passava nas proximidades. Os promotores disseram que o menino foi atacado enquanto se dirigia a aulas de reforço após o horário escolar.

O bairro de Sarcelles, apelidado de "pequena Jerusalém" por abrigar um grande número de judeus, foi alvo de uma onda de violência antissemita durante a guerra de 2014 em Gaza. Várias lojas foram incendiadas ou depredadas.

Em 2015, um número recorde de 7,9 mil judeus emigrou para Israel após o ataque terrorista a um supermercado kosher, dois dias após o ataque ao jornal satírico Charlie Hedbo. O êxodo diminuiu desde então, mas os ataques antissemitas continuam a amedrontar uma das maiores comunidades judaicas da Europa, estimada em meio milhão de pessoas, e a terceira maior do mundo, atrás de Israel e dos Estados Unidos.

O ministro Collomb disse que os ataques antissemitas estão aumentando desde o começo do ano. Em 2016, foram registradas 335 agressões, em 2015 haviam sido mais de 800.

Um dos maiores motivos para o aumento desses crimes é o maior envolvimento da França nas tensões relacionadas ao conflito entre israelenses e palestinos, assim como a propaganda antissemita difundida por clérigos e mídias islamistas.

RC/dpa/afp

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