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Ataque a tiros deixa 3 mortos e vários feridos em Utrecht

18 de março de 2019

Atirador dispara em um bonde na cidade holandesa e deixa três pessoas mortas e cinco feridas. Suspeito é detido horas depois pela polícia, que fala em terrorismo e não descarta crime passional.

Policiais e equipes médicas estão no local do atentado, em UtrechtFoto: picture-alliance/ANP/R. van Lonkhuijsen

Ao menos três pessoas morreram e cinco foram feridas, sendo três com gravidade, por disparos efetuados por um homem num bonde na cidade holandesa de Utrecht na manhã desta segunda-feira (18/03). O prefeito de Utrecht, Jan van Zanen, comunicou o número de vítimas, falando inicialmente em nove feridos.

Segundo testemunhas, um homem sacou uma arma e começou a disparar de forma aleatória num bonde na praça 24 de Outubro, onde passam várias linhas do transporte público. Depois ele fugiu.

A polícia divulgou algumas horas depois que deteve o principal suspeito, um homem de 37 anos, nascido na Turquia e identificado como Gökman Tanis. Uma foto o mostra dentro de um bonde do transporte público. Ele tem uma longa ficha policial, incluindo tentativa de assassinato, estupro e roubo.

Um porta-voz da polícia anunciou a detenção, embora não tenha confirmado os motivos que levaram Tanis a efetuar o ataque. O principal suspeito foi detido muito perto do lugar onde horas antes a polícia tinha localizado, com o motor ligado, o veículo no qual o detido tinha fugido do local do ataque.

Fontes judiciais detalharam à emissora de televisão holandesa NOS que Tanis tem antecedentes criminais, compareceu a tribunais em várias ocasiões nos últimos anos e duas semanas atrás respondeu na Justiça a uma acusação de estupro.

A agência de notícias turca Anadolu noticiou, com base em relatos de parentes de Tanis, que o atirador disparou, dentro do bonde, contra uma mulher por causa de uma questão familiar e, em seguida, contra pessoas que tentaram ajudá-la. Também testemunhas relataram à polícia de Utrecht que o atirador "parecia ter uma fixação" por uma pessoa que estava no bonde.

O diretor da Agência Nacional de Segurança e Antiterrorismo (NCTV), Pieter-Jaap Aalbersberg, disse que "houve disparos esta manhã em Utrecht em vários lugares", sem dar mais detalhes. Mais tarde, a polícia disse que houve disparos apenas na praça 24 de outubro.

A imprensa local noticiara inicialmente que ao menos uma pessoa fora morta no ataque. O corpo dela estava deitado no chão, ao lado dos trilhos do bonde, e foi coberto com um lençol, afirmou a agência de notícias holandesa ANP.

Corpo coberto com um lençol está entre os trilhos do bondeFoto: picture-alliance/ANP/R. van Lonkhuijsen

A polícia comunicou que as investigações consideram que se trata de um ato terrorista, apesar de as motivações ainda não estarem claras e de haverem relatos que indicam que o atirador agiu por motivos passionais. Investigadores disseram que essa hipótese também está sendo considerada.

O Ministério Público, que está a cargo da investigação do tiroteio, afirmou "que está levando em conta uma motivação terrorista, mas que não se pode excluir outros motivos". Outra das hipóteses é que se trate de um "crime de honra", devido à possível relação do detido com uma das vítimas.

O primeiro-ministro Mark Rutte afirmou que a Holanda "se viu surpreendida por um ataque" em Utrecht e disse que "um ato de terrorismo é um ataque a uma sociedade tolerante" como a holandesa. "Se for um ato de terrorismo, só há uma resposta: o nosso Estado de Direito e democracia são mais fortes que a violência", ressaltou.

As agências de inteligência da Turquia também estão investigando o ataque para determinar se foi um ato terrorista ou uma disputa familiar, afirmou o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan. 

O pai do suspeito disse à agência de notícias turca DHA que, se o filho cometeu o crime, "deve ser punido" e afirmou que não tem contato com ele há mais de 11 anos.

AS/CN/lusa/efe/rtr/afp/ap

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