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Ataque a universidade deixa ao menos 147 mortos no Quênia

2 de abril de 2015

Atiradores do grupo radical islâmico invadem campus universitário, matando e ferindo dezenas de pessoas, a maioria estudantes cristãos. Quatro agressores morrem após confronto com forças de segurança.

Foto: picture-alliance/AP Photo

Ao menos 147 pessoas, possivelmente todas elas estudantes, morreram nesta quinta-feira (02/04) num atentado executado pelo grupo radical islâmico Al Shabaab na universidade de Garissa, no nordeste do Quênia. O balanço anterior, divulgado pelo governo, era de 70 mortos.

"Há 147 mortes confirmadas no atentado de Garissa", afirmou o Centro Nacional de Gestão de Catástrofes (NDOC) em comunicado. A operação realizada pelas forças de segurança quenianas para retomar o controle sobre a universidade "terminou e os quatro terroristas foram mortos", acrescentou o NDOC.

Segundo o balanço anterior, divulgado pelo ministro do Interior do Quênia, Joseph Nkaiserry, há ainda 79 feridos.

No amanhecer desta quinta-feira, combatentes do Al Shabaab, armados com metralhadoras, invadiram o campus universitário na cidade de Garissa, a 150 quilómetros da fronteira com a Somália, atirando contra estudantes cristãos. Eles mantiveram cristãos como reféns e trocaram tiros com forças de segurança por várias horas.

"Infelizmente perdemos um monte de vidas. Não confirmamos o total, mas são por volta de 70 alunos. E 79 ficaram feridos, sendo nove em estado crítico", disse Nkaiserry, horas antes do balanço divulgado pelo NDOC.

O ataque aconteceu quando muitos estudantes ainda estavam nos dormitórios. Esse é o pior ataque no país desde o atentado contra a embaixada dos Estados Unidos, em 1998, quando 213 pessoas morreram.

Os terroristas foram mortos depois que forças de segurança quenianas lançaram uma ofensiva no último edíficio onde os insurgentes estavam encurralados já há mais de 12 horas.

O ministro disse que aproximadamente 500 dos 815 estudantes do Garissa University College foram resgatados. Alguns conseguiram escapar sem ajuda.

O chefe da polícia queniana, Joseph Boinet, disse que o Quênia introduziu um toque de recolher, das 18h30 às 6h30, em quatro regiões próximas da fronteira com a Somália, como medida de segurança. Ele afirmou ainda que os extremistas dispararam indiscriminadamente dentro do complexo universitário.

Al Shabaab assume autoria

O governo queniano também ofereceu uma recompensa de cerca de 215 mil dólares pelo principal suspeito de ter organizado e planejado o ataque. Autoridades de segurança divulgaram uma fotografia de Mohammed Dulyadayn, também conhecido como Mohammed Kuno Gamadheere ou xeique Mohammed, um ex-professor que lecionava sobre o Alcorão e que teria se unido ao extremistas somalianos e chegado a postos de comando.

Mohammed Dulyadayn é apontado como mentorFoto: Kenya Ministry of Interior

O Al Shabaab assumiu a responsabilidade pelo ataque, realizado nas primeiras horas da manhã, numa região localizada a 140 quilômetros da fronteira com a Somália. O grupo tem ligações com a rede terrorista Al Qaeda e já realizou uma série de ataques em solo queniano, em retaliação ao envio de tropas quenianas para combater o grupo na Somália.

Sheikh Abdiasis Abu Musab, porta-voz de operações militares do Al Shabaab, disse que o grupo manteve muitos cristãos como reféns. "Separamos as pessoas, libertando os muçulmanos", declarou à agência de notícias Reuters.

PV/rtr/afp/dpa

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