Pelo menos 50 soldados morreram e cerca de 70 ficaram feridos num ataque a uma base do exército no norte do Afeganistão. Insurgentes extremistas entram em quartel dentro de veículos militares.
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Um ataque a uma base do exército no norte do Afeganistão deixou pelo menos 50 soldados militares mortos e cerca de 70 feridos nesta sexta-feira (21/04). A ofensiva do Talibã ocorreu durante o momento das orações.
"O número de [soldados] mortos é superior a 50 e o de feridos até agora é de 73", disse um comandante do exército afegão, que pediu anonimato e acrescentou que o total de insurgentes mortos chega a dez.
Zabihullah Kakar, membro do Conselho da província de Balkh, onde aconteceu o ataque, confirmou à agência de notícias Efe que pelo menos "66 integrantes do exército morreram e 73 ficaram feridos".
O Ministério da Defesa afegão, no entanto, não revelou números sobre o total de vítimas. Um porta-voz do ministério Dawlat Waziri disse que o número de mortos e feridos será anunciado após a conclusão das investigações.
O ataque, que durou cerca de seis horas, começou pouco depois do meio-dia, quando os soldados saíam da mesquita após as orações de sexta-feira, no quartel situado no distrito de Dehdadi, explicou Waziri.
Um porta-voz das forças especiais do exército afegão encarregadas de neutralizar os agressores, Javid Salim, disse que os talibãs aproveitaram o momento das orações de sexta-feira para iniciarem sua ofensiva. Os insurgentes estavam vestidos com uniformes militares e conseguiram entrar no quartel dentro de vários veículos do exército.
Os insurgentes "foram descobertos na entrada, no segundo posto de controle, onde o primeiro dos agressores se sacrificou", enquanto os outros iniciaram uma troca de tiros com as forças de segurança, relatou Abdul Qahar Aram, porta-voz do exército.
A escala de violência no país começou com a retirada das tropas estrangeiras, no final de 2014. Com a diminuição da presença militar, o Talibã intensificou os ataques contra forças do governo afegão.
CN/efe/lusa/rtr
O Afeganistão moderno está no passado
O regime do Talibã reprime os direitos humanos, sobretudo das mulheres, na sociedade afegã, dominada pelos homens. Mas houve um tempo em que as mulheres circulavam livremente - e se vestiam como bem entendiam.
Foto: picture-alliance/dpa
Médicas aspirantes
Esta foto, tirada em 1962, mostra duas estudantes de medicina da Universidade de Cabul, ouvindo a professora enquanto examinam uma peça de gesso que representa uma parte do corpo humano. Naquele tempo, mulheres tinham um papel ativo na sociedade. Tinham acesso à educação e podiam trabalhar fora de casa.
Foto: Getty Images/AFP
Estilo nas ruas de Cabul
As fotos mostram duas jovens vestidas ao estilo ocidental, em 1962, do lado de fora do prédio da Rádio Cabul, na capital do país. Hoje em dia, com os fundamentalistas talibãs no poder, as mulheres são obrigadas a usar a burca, cobrindo o corpo totalmente quando estivessem em público.
Foto: picture-alliance/dpa
Direitos nem sempre iguais
Em meados de 1970, era comum ver estudantes do sexo feminino nas instituições de ensino afegãs - como a Universidade Politécnica de Cabul. Mas 20 anos depois, o acesso das mulheres à educação no país foi completamente bloqueado. Isso mudou apenas no fim do primeiro regime talibã, em 2001. Por duas décadas, as mulheres puderam estudar - até os fundamentalistas voltarem ao poder, em 2021.
Foto: Getty Images/Hulton Archive/Zh. Angelov
Informática na juventude
Nesta foto, uma instrutora soviética dá aula de informática para estudantes do Instituto Politécnico de Cabul. Durante os anos de ocupação soviética no Afeganistão, de 1979 a 1989, a cena era comum em diversas universidades do país.
Foto: Getty Images/AFP
Encontro de estudantes
Esta foto de 1981 mostra um encontro informal de estudantes em Cabul. Em 1979, a invasão soviética levou o Afeganistão a dez anos de guerra. Quando os soviéticos se retiraram, a guerra civil tomou conta do país e terminou com a ascensão do Talibã ao poder, em 1996.
Foto: Getty Images/AFP
Escola para todos
A foto mostra moças afegãs do ensino médio em Cabul no tempo da ocupação soviética. Durante o regime talibã, instaurado poucos anos depois, meninas foram barradas das escolas e tiveram acesso à educação negado. Elas também foram proibidas de trabalhar fora de casa.
Foto: Getty Images/AFP
Sociedade de duas classes
Nesta foto tirada em 1981, uma mulher com o rosto à mostra, sem lenço, pode ser vista com suas crianças. Cenas como essas se tornaram raras. Mesmo após 15 anos da queda do regime talibã, mulheres continuam lutando por igualdade em uma sociedade dominada pelos homens. Por exemplo, existe apenas uma motorista de taxi em todo o país.