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CriminalidadeNoruega

Ataque em casa noturna gay em Oslo deixa dois mortos

25 de junho de 2022

Mais de 20 ficam feridos após atirador abrir fogo contra frequentadores do local. Polícia investiga caso como ato terrorista e se crime tem relação com Festival do Orgulho LGTB+. Suspeito de 42 anos foi detido.

Policiais em frente à casa noturna ataca a tiros em Oslo, na Noruega
Atirador foi detido pela políciaFoto: JAVAD PARSA/NTB/AFP

Um ataque a tiros numa casa noturna gay no centro de Oslo deixou neste sábado (25/06) dois mortos e mais de 20 feridos, sendo dez em estado grave. A polícia norueguesa trata o tiroteio como um ato de "terrorismo islâmico extremista".

O ataque ocorreu no início da madrugada. Vítimas foram baleadas dentro e fora do London Pub, uma casa noturna LGBT+ em funcionamento desde 1979, bem como em outro dois locais nas proximidades. O atirador foi detido pela polícia.

Segundo a polícia, os civis ajudaram na captura do suspeito, bem como nos primeiros socorros, o que foi saudado como uma "contribuição heroica". Duas armas foram apreendidas, incluindo uma arma automática. Testemunhas disseram que o local do ataque parecia "uma cena de guerra". 

O suspeito foi identificado como um norueguês de 42 anos de origem iraniana. Ele era conhecido dos serviços secretos, disse o responsável da polícia de Oslo, Christian Hatlo. Ele também esteve envolvido em delitos menores, como a posse de uma faca e possuía uma condenação por posse de droga.

"Ele é suspeito de homicídio, tentativa de homicídio e terrorismo", disse Hatlo. Segundo ele, "há boas razões para acreditar" que o detido pretendia "espalhar o medo" entre a população. A polícia descarta ainda o envolvimento de outras pessoas no ataque.

Segundo as autoridades, o detido estava em observação desde 2015, pelo risco de radicalização. A polícia informou ainda que há indícios que o acusado "teve problemas relacionados com saúde mental".

O motivo do ataque ainda está sendo investigado. A polícia afirmou que há razões que indicam se tratar de um crime de ódio e investigava se o tiroteio tem alguma relação com o Festival do Orgulho LGTB+ que ocorre na capital. A Parada Gay, que estava programada para a tarde de sábado, foi cancelada pelos organizadores após o ataque.

Tiros em bar

"Vi um homem chegar ao local com um saco. Ele pegou numa arma e começou a disparar", disse o jornalista Olav Roenneberg, da emissora pública norueguesa NRK, que estava no local no momento do ataque. "Primeiro pensei que fosse uma pistola de ar. Então o vidro do bar do lado se despedaçou e eu percebi que tinha que correr para me proteger", acrescentou.

Testemunhas disseram à imprensa local que o tiroteio provocou pânico dentro da boate e que tudo estava muito caótico. "Havia muitos feridos no chão com ferimentos na cabeça", contou uma testemunha.

"O tiroteio no London Pub em Oslo é um ataque horrível e profundamente chocante contra inocentes", afirmou o primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Stoere. "Ainda não sabemos as razões deste ato terrível, mas aos homossexuais que agora têm medo e estão de luto quero dizer que estamos todos com vocês", acrescentou.

A Noruega, de 5,4 milhões de habitantes, tem taxas de criminalidade bem mais baixas do que muitos países ocidentais. A nação nórdica, porém, enfrentou violentos ataques realizados por extremistas de direita, incluindo um dos mais mortais da Europa. Em 22 de julho de 2011, o extremista de direita Anders Behring Breivik matou 77 pessoas num atentado terrorista.

cn (Reuters, AP, Lusa, Efe)

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