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Ataque fere 13 indígenas no Maranhão

1 de maio de 2017

Grupo com facões e armas de fogo ataca integrantes do povo gamela em área disputada por fazendeiros da região. Nos casos mais graves, dois tiveram mãos decepadas.

Brasilien Indigene Bevölkerung von Povoado de Bahias
Indígenas do Povoado de Bahias, no MaranhãoFoto: Agencia Brasil/Cimi/Abr

Ativistas denunciaram nesta segunda-feira (01/05) que um ataque com facões e armas de fogo deixou ao menos 13 indígenas do povo gamela feridos – três deles em estado grave. A ação ocorreu no domingo no Povoado de Bahias, em Viana, Maranhão.

Segundo denuncia o Conselho Indigenista Missionário (Cimi),  cinco indígenas foram baleados. Nos casos mais graves, dois deles tiveram mãos decepadas. A autoria do ataque está sendo investigada, mas a área é disputada por fazendeiros da região.

As informações iniciais são de que o ataque ocorreu quando os indígenas deixavam uma área retomada por eles no último dia 28 – e que eles já esperavam um contra-ataque. O território reivindicado pelo povo gamela é um dos que não foi demarcado pela Funai.

"Um deles levou dois tiros, uma bala está alojada na coluna e a outra na costela, teve as mãos decepadas e joelho cortados. O irmão dele levou um tiro no peito. Outro teve as mãos decepadas", relata integrante do Cimi que esteve com os índios hospitalizados em São Luís.

A Secretaria de Direitos Humanos do Maranhão informou que vai destacar uma equipe para investigar o caso e ouvir os indígenas transferidos para São Luís. De acordo com a secretaria, o governo do estado está agindo para garantir a segurança na área.

Esta não é a primeira vez em que os gamelas são alvo de ataque. Nos dois últimos anos, foram registradas duas tentativas de ataques a tiros, mas os suspeitos foram expulsos pelos indígenas.

Em 2016, o Tribunal de Justiça do Maranhão suspendeu a integração de posse da área. O pedido foi solicitado por um empresário da região e aceito pelo juiz local.