Ataque mata dezenas de familiares de membros do EI na Síria
26 de maio de 2017
Bombardeio de coalizão internacional em Mayadin fez mais de 100 vítimas, entre elas ao menos 40 crianças. Alvo era prédio que abrigava parentes de integrantes do grupo extremista.
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Um ataque aéreo realizado pela coalizão internacional contra o grupo extremista "Estado Islâmico" (EI), liderada pelos Estados Unidos, deixou ao menos 106 mortos na cidade de Mayadin, na Síria, nesta sexta-feira (26/05). Um dos alvos do bombardeio era um prédio onde estavam cerca de 80 familiares de integrantes do EI.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos afirmou que mais de 40 crianças estão entre as vítimas. Segundo a ONG e fontes médicas, as famílias estavam refugiadas no edifício da câmara municipal da cidade próxima da fronteira com o Iraque, que desde 2014 é controlada pelo EI.
"Trata-se do balanço mais pesado [de vítimas] causado por um bombardeio dirigido contra as famílias de 'jihadistas' na Síria", afirmou Rami Abdel Rahmane, diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
Muitas das famílias chegaram a Mayadin após fugirem da ofensiva curda, que conta com o apoio dos Estados Unidos, em Raqqa – principal reduto jihadista na Síria e capital não oficial do autodenominado califado –, e do Iraque.
O ataque aéreo desta sexta-feira ocorreu poucas horas depois da morte de 37 civis, na sua maioria familiares de 'jihadistas', na mesma cidade, após outro bombardeio. A coalizão afirmou que toma precauções para evitar vítimas civis nas ações e investigará qualquer indício desse tipo de ocorrência.
De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, entre 23 de abril e 23 de maio, a coalizão internacional realizou os seus ataques mais mortais contra a população civil na Síria, matando 225 pessoas. No início do mês de abril, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu "destruir o Estado Islâmico".
Diante da morte de civis, a ONU apelou nesta sexta-feira "às forças aéreas de todos os Estados" que conduzem ataques na Síria a distinguir melhor "entre os alvos civis e os alvos militares", salientando que os 'jihadistas' estão misturados com a população e impedem as pessoas de fugir.
CN/lusa/rtr/afp/ap
Aleppo antes e depois da guerra na Síria
A cidade síria era uma metrópole vibrante e popular entre os turistas, além de ser o centro econômico do país. Hoje, o leste de Aleppo está em ruínas. Imagens mostram os efeitos da guerra civil.
Grande Mesquita de Aleppo (antes)
Em 2010, as insurreições no mundo árabe ainda não haviam chegado à Síria e à famosa Grande Mesquita de Aleppo. Construído no ano 715, o local de culto é considerado um dos Patrimônios Mundiais da Humanidade.
Foto: Reuters/K. Ashawi
Grande Mesquita de Aleppo (depois)
A mesquita foi seriamente danificada nos combates em 2013. Do século 11, o minarete foi destruído em 24 de março de 2013. Hoje, a joia histórica lembra mais uma ruína abandonada.
Foto: Reuters/O. Sanadiki
Hamam El Nahasin (antes)
No outono de 2010, visitantes podiam descansar após um longo banho neste hamam – também conhecido como banho turco – localizado na parte antiga da cidade de Aleppo.
Foto: Reuters/K. Ashawi
Hamam El Nahasin (depois)
Seis anos depois, o hamam não irradia mais tranquilidade e relaxamento, mas sim as consequencias da guerra.
Foto: Reuters/O. Sanadiki
Cidadela (antes)
A cidadela de Aleppo é uma das maiores e mais antigas fortalezas do mundo. Grande parte dos edifícios data do século 13.
Foto: Reuters/S. Auger
Cidadela (depois)
Grande parte da antiga atração turística foi destruída. Hoje, a edificação se destaca com um ar sombrio na parte velha da cidade.
Foto: Reuters/O. Sanadiki
Cidade Antiga (antes)
Cercadas por luzes coloridas, pessoas aproveitam o início da noite em cafés localizados na parte antiga da cidade de Aleppo, em 24 de novembro de 2008.
Foto: Reuters/O. Sanadiki
Cidade Antiga (depois)
Em 13 de dezembro de 2016, a parte antiga da cidade de Aleppo se transformou em ruínas.
Foto: Reuters/O. Sanadiki
Centro comercial Shahba (antes)
Presentes fazem parte da decoração de Natal do shopping Shahba, em dezembro de 2009. O centro comercial de cinco andares foi inaugurado em 2008 e era um dos maiores do país.
Foto: Reuters/K. Ashawi
Centro comercial Shahba (depois)
"Permanentemente fechado" diz uma mensagem quando alguém digita o nome do shopping no Google. O centro comercial foi seriamente atingido por ataques aéreos em 2014.
Foto: Reuters/A. Ismail
Mercado al-Zarab (antes)
A iluminação da entrada do mercado localizado na parte antiga de Aleppo ainda reluzia em 2008.
Foto: Reuters/O. Sanadiki
Mercado al-Zarab (depois)
Em dezembro de 2016, vê-se a entrada do mercado quase totalmente destruída.