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Ataque químico na Síria gera onda de condenações

4 de abril de 2017

ONU investiga uso de armas químicas em bombardeio, que pode ter deixado mais de cem mortos e 400 feridos no norte sírio. Chefe da diplomacia da UE responsabiliza Assad por ataque.

Syrien Idlib Giftgasangriff
Máscara de oxigênio ajuda vítima do ataque químico, o maior em quase quatro anos na SíriaFoto: Reuters/A. Abdullah

Um ataque químico que, segundo ONGs, equipes de resgate e testemunhas deixou dezenas de mortos na província de Idlib, no norte da Síria, gerou uma onda de condenações internacionais nesta terça-feira (04/04).

O ataque químico, atribuído ao regime de Bashar al-Assad, é considerado mais mortífero da guerra civil em quase quatro anos e está sendo investigado pela ONU. Ainda não foi possível determinar o número exato de mortos na região, sob controle rebelde.

A organização médica UOSSM, fundada em 2012 na França, fala em mais de cem mortos e 400 feridos; o Observatório Sírio de Direitos Humanos, baseado em Londres, mas com uma ampla rede de informantes em território sírio, estima em 58 as vítimas, entre elas 11 crianças.

"Qualquer relato do uso de armas químicas, especialmente contra civis, é extremamente alarmante e preocupante. O uso de armas químicas ameaça a paz e a segurança, além de ser uma séria violação da lei internacional", afirmou o porta-voz das Nações Unidas, Stephane Dujarric.

O enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, disse estar horrorizado com o ataque e pediu que os responsáveis sejam responsabilizados. O Conselho de Segurança das Nações Unidas  marcou uma reunião de emergência nesta quarta-feira para tratar do caso.

A chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Federica Mogherini, culpou o governo de Bashar al-Assad pelo ataque. "Claro que há uma responsabilidade primária do regime, que é responsável por proteger seu povo, e não atacá-lo", destacou.

O presidente francês, François Hollande, também responsabilizou Assad. "Mais uma vez o regime sírio vai negar sua responsabilidade sobre este massacre", ressaltou. Pouco antes das declarações, o ministro do Exterior francês, Jean-Marc Ayrualt, solicitou a reunião no Conselho de Segurança da ONU e pediu que o governo de Donald Trump se posicionasse sobre a guerra na Síria.

Após bombardeio, feridos apresentaram asfixia e dificuldade de respirarFoto: picture-alliance/abaca/S. Zaidan

Desde que assumiu o governo nos EUA, Trump não apresentou uma posição clara sobre o conflito sírio. O presidente americano chegou a insinuar que estaria disposto a aceitar que Assad permanecesse no poder.

Depois do ataque desta terça-feira, a Casa Branca endureceu um pouco o discurso, afirmando que o ataque é inaceitável, e culpou a "fraqueza" mostrada pelo governo do ex-presidente americano Barack Obama pelos os "atos atrozes" do regime de Assad.

O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, disse a jornalistas que Trump está alarmado com o ataque e, apesar de sugerir que seria melhor para os sírios se Assad deixasse o poder, afirmou que não há opção para uma mudança de regime.

O ataque foi condenado também pelo presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e pelo chanceler britânico, Boris Johnson.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) afirmou que quatro bombardeios com bombas termobáricas, que continham gás cloro e gás sarin, atingiram a cidade de Khan Cheikhoun. Os feridos apresentaram sintomas de asfixia, vômitos e dificuldade de respirar.

A Coalizão Nacional Síria, um grupo de oposição ao regime, também responsabilizou Assad pelo ataque. O governo nega envolvimento no bombardeio.

CN/rtr/ap/afp/efe

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