Explosão no Palácio da Justiça deixa ainda mais de cem feridos, a maioria civis. Atentado ocorre no dia que marca os seis anos da guerra civil que já matou mais de 300 mil pessoas.
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Ao menos 31 pessoas morreram nesta quarta-feira (15/03) num atentado suicida no Palácio da Justiça, no centro de Damasco, afirmou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH). O ataque ocorreu no dia que marca os seis anos do início da guerra entre forças do presidente Bashar al-Assad e rebeldes.
Entre os mortos, 24 eram civis. Outros sete eram guardas e policiais. Segundo o chefe da polícia da capital síria, tenente-general Mohammed Jeir Ismail, um suicida detonou um colete de explosivos no interior do palácio. Mais de cem pessoas ficaram feridas. "O terrorista estava vestido com uniforme militar e carregava uma metralhadora e uma granada. Quando lhe deram a ordem para parar no posto de controle, ele correu, entrou no saguão do Palácio da Justiça e detonou o explosivo", relatou.
O chefe da polícia destacou que o edifício estava cheio de civis no momento da ação terrorista. A destruição foi vasta no interior do palácio, que fica ao lado do famoso mercado de rua Hamidiyeh.
Segundo a agência de notícias estatal Sana, outro atentado suicida num restaurante no distrito de Rabweh vitimou mulheres e crianças. O número de mortos não foi divulgado. Ao menos 28 pessoas ficaram feridas.
No sábado passado, 74 pessoas foram mortas num atentado no centro da capital reivindicado pelo antigo braço sírio da Al Qaeda, a Frente Fateh al-Sham. A maioria das vítimas eram peregrinos iraquianos, segundo o observatório. Os meios de comunicação oficiais reduziram o número para 40.
Em seis anos de conflito, mais de 320 mil pessoas foram mortas na Síria e milhões buscaram refúgio em outros países. Um relatório divulgado pelo Unicef nesta semana afirma que as crianças sírias nunca sofreram tanto como em 2016 . Mais de 600 crianças foram mortas no ano passado e ao menos 850 foram recrutadas para combate, segundo o documento.
KG/efe/ap
Aleppo antes e depois da guerra na Síria
A cidade síria era uma metrópole vibrante e popular entre os turistas, além de ser o centro econômico do país. Hoje, o leste de Aleppo está em ruínas. Imagens mostram os efeitos da guerra civil.
Grande Mesquita de Aleppo (antes)
Em 2010, as insurreições no mundo árabe ainda não haviam chegado à Síria e à famosa Grande Mesquita de Aleppo. Construído no ano 715, o local de culto é considerado um dos Patrimônios Mundiais da Humanidade.
Foto: Reuters/K. Ashawi
Grande Mesquita de Aleppo (depois)
A mesquita foi seriamente danificada nos combates em 2013. Do século 11, o minarete foi destruído em 24 de março de 2013. Hoje, a joia histórica lembra mais uma ruína abandonada.
Foto: Reuters/O. Sanadiki
Hamam El Nahasin (antes)
No outono de 2010, visitantes podiam descansar após um longo banho neste hamam – também conhecido como banho turco – localizado na parte antiga da cidade de Aleppo.
Foto: Reuters/K. Ashawi
Hamam El Nahasin (depois)
Seis anos depois, o hamam não irradia mais tranquilidade e relaxamento, mas sim as consequencias da guerra.
Foto: Reuters/O. Sanadiki
Cidadela (antes)
A cidadela de Aleppo é uma das maiores e mais antigas fortalezas do mundo. Grande parte dos edifícios data do século 13.
Foto: Reuters/S. Auger
Cidadela (depois)
Grande parte da antiga atração turística foi destruída. Hoje, a edificação se destaca com um ar sombrio na parte velha da cidade.
Foto: Reuters/O. Sanadiki
Cidade Antiga (antes)
Cercadas por luzes coloridas, pessoas aproveitam o início da noite em cafés localizados na parte antiga da cidade de Aleppo, em 24 de novembro de 2008.
Foto: Reuters/O. Sanadiki
Cidade Antiga (depois)
Em 13 de dezembro de 2016, a parte antiga da cidade de Aleppo se transformou em ruínas.
Foto: Reuters/O. Sanadiki
Centro comercial Shahba (antes)
Presentes fazem parte da decoração de Natal do shopping Shahba, em dezembro de 2009. O centro comercial de cinco andares foi inaugurado em 2008 e era um dos maiores do país.
Foto: Reuters/K. Ashawi
Centro comercial Shahba (depois)
"Permanentemente fechado" diz uma mensagem quando alguém digita o nome do shopping no Google. O centro comercial foi seriamente atingido por ataques aéreos em 2014.
Foto: Reuters/A. Ismail
Mercado al-Zarab (antes)
A iluminação da entrada do mercado localizado na parte antiga de Aleppo ainda reluzia em 2008.
Foto: Reuters/O. Sanadiki
Mercado al-Zarab (depois)
Em dezembro de 2016, vê-se a entrada do mercado quase totalmente destruída.