Ataques aéreos atingem capital do Iêmen
30 de março de 2015A campanha militar de ataques aéreos contra os rebeldes xiitas houthis no Iêmen chegou, nesta segunda-feira (30/03), ao quinto dia consecutivo. Os bombardeios se concentraram durante a madrugada sobretudo na capital Sanaa.
"Foi uma noite do inferno", disse um diplomata do Iêmen que não quis ser identificado. Segundo ele, alguns dos ataques aparentemente visavam depósitos de armas, que estariam alojados nas montanhas perto da cidade.
A capital do país está sob controle dos rebeldes houthis. Eles lutam para derrubar o presidente Abd Rabbuh Mansur al-Hadi, que fugiu escoltado para a Arábia Saudita, país que compartilha 1.500 quilômetros de fronteira com o Iêmen e que prometeu só interromper os bombardeios quando o chefe de Estado puder voltar em segurança para a capital.
A agência de notícias AFP citou um de seus correspondentes, afirmando que o mais recente bombardeio começou por volta das 9 horas da noite (horário local) de domingo e se estendeu até por volta do amanhecer desta segunda-feira. Testemunhas disseram que um acampamento da Guarda Republicana – a força de elite do Exército iemenita – foi atingido no sul da cidade.
A AFP também citou autoridades locais e moradores que disseram que as instalações de radar e baterias de mísseis terra-ar em Marib, cidade a leste de Sanaa, foram destruídas, assim como bases antiaéreas no porto de Hodeida, no oeste do Iêmen.
A sunita Arábia Saudita e vários aliados regionais lançaram uma campanha aérea contra os rebeldes xiitas na última quinta-feira e se comprometeram a continuar os ataques até os houthis "se retirarem e entregarem as armas".
O compromisso foi reiterado na cúpula da Liga Árabe no balneários egípcio de Sharm El-Sheik, no fim de semana, durante o qual o bloco regional também concordou em formar uma força militar pan-árabe para responder a crises como a que está ocorrendo no Iêmen.
No entanto, apesar dos ataques aéreos, o grupo rebelde Houthi parece estar continuando a avançar em direção à cidade portuária de Aden, no sul do país, de onde a Marinha Real da Arábia Saudita evacuou dezenas de diplomatas, incluindo sauditas, no fim de semana. As Nações Unidas também anunciaram que estavam retirando seu pessoal do Iêmen, devido à deterioração da segurança.
Entre os que lutam ao lado dos houthis estão forças leais ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh, que deixou o cargo há três anos, depois de meses de violentos protestos contra o seu governo. Alega-se que os rebeldes são apoiados pelo também xiita Irã, algo que é negado tanto pela liderança houthi como por Teerã.
PV/afp/rtr