Ataques aéreos da Rússia matam extremistas na Síria
17 de novembro de 2016
Cerca de 30 membros de organização ligada à Al Qaeda teriam sido executados em bombardeio na provínica de Idlib. Entre eles estão três líderes, afirma Ministério da Defesa russo.
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Ao menos 30 membros de um grupo extremista ligado à Al Qaeda foram mortos durante um ataque aéreo da Rússia no norte da Síria, afirmou o Ministério da Defesa russo nesta quinta-feira (17/11). Segundo autoridades, alguns líderes da facção estavam entre os mortos.
O porta-voz do Ministério da Defesa Igor Konashenkov disse que o ataque contra extremistas da Frente Fatah al-Sham ocorreu em Idlib na última terça-feira.
Serviços de inteligêcia russos afirmaram que entre os 30 mortos estão Muhammad Helala, Abu Jaber Harmuja e Abul Baha al-Asfari, líderes do grupo. Asfari seria responsável por supervisionar as tentativas dos extremistas de furar o cerco a cidade síria de Aleppo.
A afirmação do Ministério da Defesa vem em meio a uma nova onda de ataques aéreos no país devastado pela guerra. A porção de Aleppo sitiada pelos rebeldes enfreta seu terceiro dia consecutivo de bombardeio pesado por parte das forças do presidente sírio, Bashar Assad.
Os russos, que anunciaram uma nova ofensiva na Síria nesta semana, negaram ter bombardeado o enclave rebelde. Ao menos 59 pessoas foram mortas no norte da Síria nos dois primeiros dias de retomada da ofensiva, incluindo as zonas sitiadas de Aleppo, assim como área próxima à província de Idlib, controlada por rebeldes.
A Rússia afirmou que seus ataques aéreos e ataques com mísseis têm tido como alvo apenas a província de Idlib e a província central de Homs, visando erradicar os militantes do "Estado Islâmico" (EI) e da Frente Fatah al-Sham.
Enquanto isso, aviões de guerra sírios têm como alvo distritos rebeldes de Aleppo, onde vivem quase 275 mil pessoas.
Nesta quarta-feira (16/11), ataques aéreos atingiram dois hospitais e um banco de sangueno leste de Aleppo. Ao menos 46 pessoas morreram e mais de 106 ficaram feridas no bombardeio. Tanto a Rússia como a Síria negam envolvimento com os ataques.
TMS/ap/lusa
Amor em tempos de guerra na Síria
Apesar dos contínuos bombardeios sobre sua cidade natal, um casal de Homs recusou-se a abandonar a esperança, usando as ruínas como cenário para seu álbum de casamento. A agência AFP deu projeção mundial às imagens.
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
Vida e amor entre ruínas
Nada Merhi, de 18 anos, e o soldado Hassan Youssef, de 27, escolheram um pano de fundo inusitado para suas fotos de casamento: as ruínas de sua cidade natal, Homs, na Síria, destroçada por bombardeios. A ideia foi do fotógrafo Jafar Meray, com a intenção de mostrar que "a vida é mais forte do que a morte".
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
"O amor reconstrói a Síria"
Um mês depois de o casal sírio posar na cidade bombardeada, a agência de notícias francesa AFP divulgou uma série feita por um de seus fotojornalistas, documentando a iniciativa. O fotógrafo Meray postou o inusitado álbum de casamento no Facebook, sob o título "O amor reconstrói a Síria".
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
Cidade dilacerada
A guerra civil na Síria já fez mais de 250 mil vítimas, a maior parte delas civis. Terceira maior cidade síria, Homs tem sofrido tremendamente com as ofensivas das forças leais ao presidente Bashar al-Assad. Ela foi uma das primeiras cidades a se opor ao governo em 2012, embora em vão. Desde então, o governo conseguiu expulsar de Homs a maioria dos combatentes rebeldes.
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
Destroços cinzentos, vestido branco
Em meio à antes próspera metrópole, o branco do vestido de noiva de Nada realça a destruição que circunda o jovem casal. Buracos de bala, prédios abandonados, ruínas incendiadas e estradas desertas são um lembrete constante das vidas que Homs abrigava antes da guerra civil.
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
Ataques continuam
Homs continua sendo alvo frequente de ataques armados. Em 26 de janeiro de 2016, 22 pessoas foram mortas e mais de cem feridas num atentado suicida a bomba no bairro de Al-Zahra. A maioria da população local é de alauítas, a seita islâmica minoritária a que também pertencem o presidente Assad e sua família. A milícia jihadista do "Estado Islâmico" (EI) reivindicou o ato terrorista.
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
Homs não é única vítima
Desde 30 de setembro de 2015, aviões de combate russos têm realizado ofensivas aéreas em apoio às forças de Assad. Homs não é a única cidade síria atingida: em 15 de fevereiro, um hospital perto de Murat al-Numan, a cerca de 280 quilômetros de Damasco, foi atingido por bombardeios. Ao menos nove pessoas morreram.
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
Pressão internacional
Numa entrevista à agência de notícias AFP, Assad afirmou que continuaria a lutar, apesar da pressão internacional crescente no sentido de um cessar-fogo. O ministro saudita do Exterior, Adel al-Jubeir, rebateu, falando a um jornal alemão: "Não vai mais haver um Bashar al-Assad no futuro. Ele não vai mais arcar com a responsabilidade pela Síria."
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
Destaque na Conferência de Munique
O sofrimento contínuo dos habitantes nas áreas sitiadas da Síria foi um dos pontos centrais de debate na Conferência de Segurança de Munique, realizada de 12 a 14 de fevereiro de 2016 e dedicada à segurança. O secretário de Estado americano, John Kerry, declarou: "Em nossa opinião, a grande maioria dos ataques da Rússia foi contra grupos oposicionistas legítimos."
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
Repercussão na rede social
Alguns usuários do Facebook comentaram as imagens de Jafar Meray de forma emocional. "Sinto-me como o noivo na foto", escreveu um deles. Outro desejou: "Que Deus esteja com vocês e com todos os sírios. Obrigado por todas estas fotos e por partilhá-las com o mundo." Um terceiro propôs um título alternativo: "Amor em tempos de guerra".
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
Prova de que a vida continua
As fotografias de Meray se tornaram um sucesso tão grande que, além de comentá-las, seus seguidores no Facebook criaram sequências de slides com a série e a transformaram em vídeos para o YouTube. Para um usuário, o trabalho de Meray é "prova de que a vida continua, mesmo em Homs, a cidade mais devastada da Síria".