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Ataques com laser "cegam" dezenas de pilotos na Alemanha

29 de agosto de 2017

Departamento de aviação divulga número parcial de incidentes com aviões e helicópteros. Sindicato de pilotos critica governo por omissão e exige criminalização da posse de ponteiros laser potentes.

Airbus A400M Cockpit Piloten
Foto: picture-alliance/dpa/L. Schulze

Nos primeiros sete meses de 2017 foram registrados 65 casos de pilotos de aeronaves na Alemanha que foram cegados por ponteiros laser, afirmou o Departamento Federal de Aviação do país nesta terça-feira (29/08), em Braunschweig.

A maior parte foi relatada nas proximidades do aeroporto de Berlim-Tegel (dez casos), seguido pelo aeroporto internacional de Frankfurt (nove) e o de Hamburgo (sete). As autoridades aéreas não puderam precisar quantos casos semelhantes ocorreram no mesmo período do ano anterior.

O Departamento de Aviação acredita que mais casos deverão ocorrer até o fim do ano. Pelo menos é o que sugere a experiência dos últimos anos. "À medida que os dias ficam mais curtos, o número de ataques com ponteiros laser aumenta", explicou a porta-voz Cornelia Cramer. Além dos 65 casos no espaço aéreo alemão, foram reportados 31 ataques com ponteiros laser contra aeronaves alemãs no exterior – somando um total de 96 casos em que pilotos foram ofuscados.

O porta-voz do sindicato dos pilotos alemães Cockpit, Markus Wahl, declarou que 96 casos são "96 casos demais". Em todos eles a vida humana estava em jogo. Segundo ele, as cobranças feitas pelo sindicato ao governo, há dois anos, foram praticamente ignoradas.

Muitos pilotos estão "extremamente irritados" com os ataques, principalmente porque o número de casos pode ser reduzido sem grande esforço, de acordo com o sindicato.

A exigência central do Cockpit é que o ponteiro laser com mais de 500 miliwatts seja enquadrado sob a lei de armas. "A posse tem que ser punível", disse Wahl.

No ano passado, o Departamento de Aviação documentou 141 ataques com laser na Alemanha – 36 deles contra helicópteros. O número é menor do que o de 2015, quando foram registrados 156 incidentes.

De acordo com a Agência Aeroespacial da Alemanha, as empresas aéreas alemãs são obrigadas a relatar às autoridades ataques com ponteiros laser contra aeronaves e helicópteros. Isso também se aplica aos casos ocorridos em espaço aéreo estrangeiro – em 2016, houve 77 casos. Companhias aéreas estrangeiras que operam no espaço aéreo alemão, por outro lado, não precisam denunciar os ataques.

Prejudicar a visão de pilotos com um ponteiro laser é uma ofensa criminal na Alemanha. No parágrafo 315 do Código Penal está estipulado que "intervenções perigosas no transporte ferroviário, naval e aéreo" podem ser punidas com penas de até dez anos de detenção.

PV/dpa/ots