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ONU: Ataques do EI aos yazidis podem ser genocídio

19 de março de 2015

Alto Comissariado para Direitos Humanos afirma que ataques dos jihadistas mostram clara intenção de eliminar essa minoria e pede que situação seja levada ao TPI.

Foto: Getty Images/AFP/Al-Rubaye

As Nações Unidas afirmaram nesta quinta-feira (19/93) que os ataques da organização extremista "Estado Islâmico" (EI) contra a minoria yazidi no Iraque podem ser genocídio. O EI também foi acusado de ter cometido crimes contra a humanidade e crimes de guerra contra civis, incluindo crianças.

O Estado Islâmico "pode ter cometido os três crimes internacionais mais graves", afirmou o Alto Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos, com base em entrevistas realizadas entre junho de 2014 e fevereiro de 2015 com mais de cem testemunhas e sobreviventes de ataques.

O órgão pediu ao Conselho de Segurança que encaminhe as acusações ao Tribunal Penal Internacional (TPI) para que os responsáveis possam ser punidos.

Há "padrões claros" na maneira como ocorreram os ataques do EI aos yazidis, o que indica a intenção de eliminar todo esse grupo, afirmou o Alto Comissariado. O relatório divulgado denuncia também o tratamento brutal infligido a outros grupos étnicos e religiosos, como cristãos, turcomanos, sabeus, mandeus, curdos e xiitas.

Os investigadores da ONU citaram alegações de que o EI teria utilizado armas químicas proibidas contra soldados iraquianos na província de Anbar, em setembro.

O relatório aponta que mulheres e crianças foram tratadas como "espólio de guerra", muitas vezes submetidas a estupros ou escravidão sexual. Crianças de até 8 anos foram forçadas a se converter ao islã e receberam treinamento religioso e militar, sendo forçadas a assistir vídeos de decapitações.

Os tribunais baseados na sharia (lei islâmica) na cidade de Mossul impuseram penas cruéis como apedrejamentos ou amputações. "Treze meninos adolescentes foram sentenciados à morte por assistir a uma partida de futebol", afirma o documento.

O relatório afirma ainda que forças iraquianas e milícias afiliadas também podem ter cometido crimes de guerra nos combates contra os insurgentes. As forças iraquianas teriam realizado execuções extra-judiciais, praticado tortura e forçado o deslocamento de um grande número de pessoas, o que indica a possibilidade de que ocorreram crimes de guerra.

RC/rtr/afp/lusa

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