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Crise do euro

4 de janeiro de 2012

Governo grego negocia novas medidas de austeridade com sindicatos e empresas , correndo contra o tempo para fechar acordo sobre segundo pacote de resgate ao país. Um dia antes, Atenas ameaçou deixar o euro.

Greek Prime Minister Lucas Papademos speaks during a media conference at EU headquarters in Brussels, on Monday, Nov. 21, 2011. Papademos is on a one day visit to meet with EU officials. (Foto:Virginia Mayo/AP/dapd)
Premiê grego, Lucas PapademosFoto: dapd

O primeiro-ministro da Grécia, Lucas Papademos, se encontra nesta quarta-feira (04/01) com sindicatos e federações de comércio, dias antes de uma importante visita de inspetores da chamada troika, enquanto Atenas negocia os termos de um segundo pacote de resgate multimilionário.

A série de reuniões com os principais sindicatos, representando trabalhadores do setor privado, do comércio e com federações de empresas, deve lidar com questões sensíveis, como os acordos coletivos de salários.

As reuniões ocorrem um dia depois de o porta-voz do governo, Pantelis Kapsis, advertir que a Grécia poderia ter de deixar o euro, se não conseguir finalizar os detalhes do pacote de resgate de 130 bilhões de euros, para o qual seriam necessárias medidas mais austeras. "Se o pacote de resgate acordado no final de outubro não for concretizado, estaremos fora do euro", disse. Analistas consideraram a ameaça uma tentativa de forçar a aceitação de novas medidas de austeridade por parte da sociedade grega.

Atenas tem pressa para fechar novo pacote de ajudaFoto: picture alliance/Bildagentur-online

Inspetores do Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu (BCE) e da Comissão Europeia são esperados em meados de janeiro em Atenas. O grupo, conhecido como a troika, já afirmou que a Grécia precisa reduzir seus custos trabalhistas como parte dos esforços para tornar o país mais competitivo.

Só outro pacote pode evitar insolvência

A solvência da Grécia está sendo mantida por um pacote inicial de 110 bilhões de euros, que começou a ser pago em maio de 2010. Em troca, o governo impôs fortes medidas de austeridade para conter um inchado déficit orçamentário, incluindo o corte dos salários e aposentadorias e a introdução de repetidos aumentos de impostos. As medidas levaram a manifestações frequentes e violentas nos últimos dois anos.

Apesar dos cortes, logo ficou evidente que o pacote inicial não seria suficiente para salvar a Grécia definitivamente, e um segundo pacote de resgate, de 130 bilhões, foi acordado em outubro. No entanto, detalhes essenciais deste pacote ainda estão sendo negociados, antes que ele possa ser aprovado. Para que a troika aprove a parcela de ajuda, a Grécia precisa fechar um buraco de três bilhões de euros no orçamento de 2011. E além disso conseguir que os credores privados concordem em perdoar 50% da dívida grega, conforme acertado em outubro último.

O país arrisca entrar em insolvência se não houver um acordo até março, se esforçando, por isso, para amarrar todos os detalhes que condicionam o segundo pacote de resgate antes do dia 20 daquele mês, data de vencimento dos títulos gregos.

MD/ap/dapd/rtr
Revisão: Roselaine Wandscheer

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