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Atenta a países emergentes, UE projeta crescimento menor em 2014

5 de novembro de 2013

Desaceleração econômica em países emergentes pesa sobre economia europeia, fazendo Bruxelas reduzir previsão de crescimento para o ano que vem. Força do euro poderá comprometer economia baseada em exportações.

Foto: picture-alliance/dpa

A zona do euro deverá crescer menos que o esperado em 2014, segundo divulgou a Comissão Europeia nesta terça-feira (05/11). O órgão executivo da UE apontou para novos riscos de déficits orçamentários na França e na Espanha, que poderiam obrigar esses dois países a adotarem medidas econômicas adicionais.

Tendo em conta a desaceleração em países emergentes como o Brasil, que pesa sobre a economia europeia, Bruxelas voltou a reduzir a previsão de crescimento do bloco de 28 países para 2014, ano no qual a zona do euro – grupo de 17 países que usam a moeda única europeia – deverá virar a página da recessão para consolidar o crescimento, mesmo que num ritmo lento.

A Comissão Europeia projeta crescimento de 1,1% para 2014 – em vez dos 1,4% previstos há um ano – e 1,7% para 2015.

A Alemanha, sem surpresas, deverá sustentar o crescimento, afirmou Olli Rehn, comissário de Finanças da UE, nesta terça. O país deve crescer 0,5% este ano. Para os próximos dois anos, as projeções são ainda mais otimistas. O Produto Interno Bruto (PIB) alemão deve aumentar 1,7% e 1,9% em 2014 e 2015, respectivamente. Em 2012, o PIB do país cresceu 0,7%, após um crescimento de 3% no ano anterior.

"Há sinais crescentes de que a economia europeia atingiu uma virada. A consolidação dos orçamentos e as reformas estruturais criaram uma base para a retomada do crescimento", disse Rehn, mesmo considerando que é "muito cedo para cantar vitória".

Entre os motivos para a inquietação, está o nível de desemprego na zona do euro, que deve permanecer na casa dos 12,2%, recorde histórico.

Valorização do euro

A economia na zona do euro deve crescer 0,5% no segundo semestre deste ano, de acordo com os dados divulgados nesta terça-feira pela Comissão Europeia. O índice é superior à projeção anterior de maio passado, que previa um declínio de 0,1% para o período. Apesar do crescimento na segunda metade do ano, o bloco que reúne 17 países deve registrar retração de 0,4% em 2013.

Ainda de acordo com a UE, o crescimento no segundo semestre está ligado à alta do euro diante do dólar nos últimos meses. O euro mais forte, que subiu mais de 5% em relação à moeda americana nos últimos quatro meses, torna as exportações da zona do euro mais caras e poderia comprometer a recuperação econômica do bloco após um longo período de recessão.

A Comissão Europeia também afirmou que a moeda comum europeia vai se valorizar num ritmo recorde este ano e que o fortalecimento deverá continuar em 2014.

Por outro lado, Itália, Espanha, Portugal e Grécia continuam lutando para sair da crise. Os quatro países devem fechar 2013 com retração em suas economias. A pior situação está na Grécia, onde o recuo deve ser de 4%, enquanto Itália e Portugal devem registrar queda de 1,8% e a Espanha, de 1,3%.

CGF/ap/afp/rtr

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